Teste de fogo nos paralelos de Roubaix!
Disputa-se hoje uma das etapas mais aguardadas do Tour de France, a quinta tirada, num dia que irá ligar Lille e Wallers-Arenberg Porte du Hainaut, junto à emblemática floresta de Arenberg, onde se disputa o Paris-Roubaix! A etapa de hoje será, ainda assim, bem diferente do “Inferno do Norte”, apresentando apenas 157 km, menos 100 do que é norma no Monumento francês.
No total, serão 11 setores de empedrado, num total de quase 20 km de paralelos, distribuídos em exclusivo pela segunda metade do percurso. No seu conjunto, o “pavé” desta jornada irá equivaler a cerca de um terço de Roubaix. Os setores mais complicados, classificados com as habituais 5 estrelas na clássica francesa, não farão parte do percurso desta etapa, mas haverão ainda assim, alguns setores da categoria das 4 estrelas, que podem ser cruciais para o desfecho da corrida.

Os Favoritos
O regresso dos paralelos ao Tour enche os fanáticos de ciclismo de alegria e entusiasmo, com um grande espetáculo em perspetiva! A última ocasião em que o “pavé” fez a sua aparição no Tour foi em 2018, na altura com um triunfo de John Degenkolb, o mais rápido de um grupo de três, com Greg van Avermaet e Yves Lampaert a completarem o pódio da etapa. Note-se que este será um dia importante para quem não queira perder tempo na geral, onde uma desatenção ou um azar podem trazer grandes amargos de boca. Todos se lembrarão certamente do que fez Nibali e a Astana no Tour 2014.
Este será um dia onde existirão, muito possivelmente, duas corridas: uma pela etapa e outra pela geral. Ainda assim, muitos dos especialistas presentes neste pelotão poderão ter de trabalhar para os seus líderes da CG, o que significa que a corrida pode acabar por ser menos atacada, preparando o palco para um sprint que será sempre algo reduzido.
No início da jornada, deverá haver uma grande luta para integrar a fuga e poderá não haver consenso imediato no pelotão em relação à composição da mesma. Mesmo que um grupo saia, se algumas equipas quiserem endurecer a corrida antes do “pavé”, inclusive em busca de melhor posicionamento, a fuga poderá ser anulada bastante cedo, abrindo a porta a novos ataques.
Assim, dois cenários serão plausíveis: um sprint em pelotão reduzido, caso a corrida não seja muito endurecida, ou uma quebra total do grupo principal, com os mais fortes a arrancarem no empedrado. Na eventualidade de termos um sprint, o grande favorito será Wout van Aert, da Jumbo-Visma, sendo que o camisola amarela será também um dos mais fortes candidatos a poder arrancar no “pavé”. Importa notar, no entanto, que a equipa já tinha deixado no ar que WVA teria de trabalhar para Roglic e Vingegaard nesta jornada, portanto não será óbvio que venha a ter liberdade. No dia de ontem, o camisola amarela ganhou “asas” e deixou todos para trás, inclusive os seus líderes, pelo que não é fácil de antever que volte a ter essa hipótese. De qualquer forma, Van Aert tem de ser encarado como um dos grandes favoritos, especialmente no estado de forma superlativa em que está. Poderá muito bem acontecer vê-lo a fechar espaços em prol dos seus líderes, explorando então poder ainda sprintar no final.
Importa ter em conta que este será um dia chave para a luta pela geral e, acima de tudo, uma grande oportunidade para a Jumbo-Visma e a INEOS Grenadiers porem à prova Tadej Pogacar e a UAE Team Emirates, que parece não ter o mesmo poder de fogo para este tipo de terreno que os conjuntos rivais. O foco dos homens da geral deverá ser o de não perder tempo e evitar riscos desnecessários, pelo que dificilmente estarão na luta pela vitória de etapa.
Outro dos grandes candidatos para hoje será o rival do King Kong, Mathieu van der Poel, o Godzilla da Alpecin-Deceuninck! Este é um dia que estará certamente apontado no livro de prova do neerlandês, sendo que também ele poderá triunfar nos dois cenários descritos. Ainda assim, o foco de MVDP será o de tentar descarregar a concorrência e chegar isolado a Arenberg, até porque se Philipsen chegar no pelotão, ele terá de trabalhar para o belga.
Entre os homens com fortes hipóteses de ganhar nos dois cenários, refiram-se de seguida dois antigos campeões do mundo que se encontram num bom momento: Mads Pedersen, da Trek-Segafredo, e Peter Sagan, da TotalEnergies.
No caso de acabar por haver um sprint em pelotão reduzido, o homem com melhores chances de bater Van Aert será seguramente Jasper Philipsen, ele que terá uma forte equipa dedicada, durante a etapa, e na preparação do sprint. Refira-se também Fabio Jakobsen, da Quick-Step, que terá velocidade para bater qualquer adversário, mas que não possui talvez a experiência necessária no “pavé” para se manter na luta. Aliás, a estratégia do Wolfpack pode acabar por ser outra, apostando no endurecimento e na proteção aos seus especialistas, como Florian Sénéchal e Yves Lampaert. A Quick-Step será uma das equipas sem preocupações em termos de geral, o que os tornará certamente bastante perigosos.
Outros nomes a ter em conta para hoje serão Jasper Stuyven e Alexander Kristoff, dois corredores com experiência e fortes num sprint após um dia duro.
Entre os atacantes, será necessário também manter debaixo de olho Kasper Asgreen, Matej Mohoric, Adrien Petit, Alberto Bettiol, ou Anthony Turgis, enquanto do lado dos homens rápidos há expetativa para ver o que farão Michael Matthews, Alberto Dainese, ou mesmo Dylan Groenewegen, Caleb Ewan, e Danny van Poppel, num dia que pode ter muitas surpresas!
Favoritos Ciclismo Mundial
⭐⭐⭐⭐⭐ Wout van Aert
⭐⭐⭐⭐ Mathieu van der Poel e Mads Pedersen
⭐⭐⭐ Peter Sagan, Jasper Philipsen e Fabio Jakobsen
⭐⭐ Florian Sénéchal, Yves Lampaert, Jasper Stuyven e Alexander Kristoff
⭐ Kasper Asgreen, Matej Mohoric, Adrien Petit, Alberto Bettiol, Anthony Turgis Michael Matthews, Alberto Dainese, Dylan Groenewegen, Caleb Ewan e Danny van Poppel
Presença Portuguesa
Nelson Oliveira (Movistar), com o dorsal #66, e Ruben Guerreiro (EF Education – EasyPost), com o dorsal #142 são os portugueses presentes.
Transmissão em Direto
Podes acompanhar a etapa em direto na Eurosport 1, a partir das 12h30!