Na roda de #1 Miguel Salgueiro na Clássica da Arrábida 2022

O Ciclismo Mundial esteve à conversa com o jovem ciclista da Atum General – Tavira – AP Maria Nova Hotel, Miguel Salgueiro, que nos contou um bocadinho da sua aventura numa das mais importantes provas do calendário português, que culminou com o sexto lugar no sprint final em Setúbal. A conversa abordou um lado que nem sempre é visto, o de dentro do pelotão, e por isso surgiu também o nome desta rubrica que agora começa no Ciclismo Mundial!

A manhã começou de forma bastante tranquila para a equipa de Tavira, com “um ambiente muito bom” dentro de todo o grupo! Miguel Salgueiro conta-nos que “nós ciclistas estávamos tranquilos, cientes do que tínhamos de fazer na corrida, mas sempre descontraídos e com boa disposição“. A equipa tinha “a intenção de discutir a vitória na corrida“, mas abordou a responsabilidade da melhor forma, com calma e tranquilidade, porque todos sabiam o que tinham de fazer para que tal acontecesse.

Após ser dada a partida real, a estratégia dos homens de Vidal Fitas começou a desenhar-se e o grupo sabia que “era fundamental ter um homem na fuga do dia e assim o fizemos com o Rafael Lourenço“. Os restantes elementos que ficaram no pelotão, e nos quais Miguel se incluía, tiveram “o trabalho de proteger o Aleksandr Grigoryev, tentando levá-lo sempre bem colocado e deixá-lo nas melhores condições para as subidas finais“.

Ainda na primeira metade da corrida, Miguel teve um episódio bastante engraçado com o Campeão Estónio, Mikhel Raim, ciclista das fileiras da Burgos – BH. Miguel relata-nos que “fui, com a minha equipa atrás de mim, a “disputar” durante alguns minutos o lugar na roda da equipa Burgos – BH com um ciclista de equipamento azul e bicicleta vermelha. Como era uma fase inicial da corrida, íamos lado a lado, sem grande “tensão”, mas nenhum de nós cedia o lugar.” O momento da história deu-se quando “o meu colega David Livramento veio ter comigo e me disse que ele era da Burgos BH, só que era o Campeão Nacional da Estónia!”. No final, tudo acabou bem, Miguel pediu “desculpa ao Ciclista pelo meu “mal-entendido”, e ainda deu para nos rir-mos um bocadinho!“.

O momento chave da corrida aconteceu na “subida de Machadas, a primeira das subidas finais da corrida, onde se fez a primeira grande seleção no pelotão“. Os cortes que se fizeram nesta subida acabaram por ser decisivos, mas as restantes não tiveram grande efeito e “praticamente todos chegaram à meta com possibilidade de discutir a corrida“. A tática da equipa de Tavira foi colocada em ação quando Aleksandr Grigoryev “atacou e tentou fazer diferenças” na última subida do dia, mas não havia “dureza suficiente para fazer grandes cortes no grupo e acabou por ser uma chegada ao sprint num mini pelotão, onde tive a oportunidade de ser eu a tentar discutir a corrida.” A vitória sorriria a Orluis Aular, da Caja Rural – Seguros RGA, mas Miguel conseguia um excelente sprint que o levou à sexta posição final, naquele que foi o seu melhor resultado desde o quarto lugar na etapa final da última Volta a Portugal do Futuro!

No final da corrida, a equipa ficou com “uma sensação muito boa” e “mais importante do que o meu lugar na corrida, foi o nosso trabalho de equipa durante todo o dia para proteger o Aleksander“. Miguel finalizou a pequena conversa dizendo-nos que “Estamos com um espírito de grupo muito bom, com a entrega total de cada um para cumprir o seu papel nas corridas, e com um grupo unido assim, os resultados aparecem sempre“, mostrando que a equipa de Tavira se encontra muito bem e que está a trabalhar para estar nas principais discussões da temporada, e que podemos certamente contar com eles para nos darem um grande espetáculo semana após semana!

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