Corsário do Equador domina dilúvio em terras do pirata!

O equatoriano Jhonatan Narváez, da INEOS Grenadiers, triunfou na 12ª etapa do Giro d’Itália, após ser o mais forte corredor da fuga do dia. No segundo posto terminou o ucraniano Mark Padun, da Bahrain-McLaren, enquanto no terceiro posto ficou o australiano Simon Clarke, da EF Pro Cycling. O pelotão chegou com mais de 8 minutos de desvantagem, e nele vinham os dois portugueses, Ruben Guerreiro e João Almeida, terminando nas 8ª e 9ª posições, respetivamente. Almeida mantém a vantagem no topo da classificação geral, com 34 segundos para Kelderman e 43 para Bilbao.

A 12ª etapa do Giro d’Itália apresentava 204 km, com partida e chegada em Cesenatico, a terra natal do “Pirata” Marco Pantani. Os ciclistas teriam que ultrapassar 5 contagens de montanha, duas de 4ª categoria e três de 3ª, além de diversas outras ascensões não categorizadas. A última subida seria uma 4ª categoria (4.7 km a 5.6%), antecedendo 15 km em descida e outros 15 planos no acesso à meta.

Cientes que esta era um dia onde a fuga teria boas oportunidades de resultar, diversos corredores tentaram sair do pelotão e ao fim de alguns km formou-se mesmo a fuga do dia. O grupo de atacantes era composto por: François Bidard (AG2R La Mondiale), Simon Pellaud (Androni Giocattoli-Sidermec), Manuele Boaro (Astana), Mark Padun (Bahrain McLaren), Cesare Benedetti (Bora-Hansgrohe), Joey Rosskopf (CCC Team), Jesper Hansen (Cofidis), Simon Clarke (EF Pro Cycling), Hector Carretero e Albert Torres (Movistar), Victor Campenaerts (NTT Pro Cycling), Jhonathan Narváez (Ineos Grenadiers), Max Richeze (UAE Team Emirates), e Etienne Van Empel (Vini Zabù-Brado-KTM).

Ao fim de 60 km de corrida, a fuga contava já com mais de 12 minutos de avanço. O pelotão ia sendo controlado pela NTT Pro Cycling, que procurava preparar uma movimentação do seu líder, Domenico Pozzovivo, que está claramente num bom momento. O plano da equipa passava possivelmente por atacar a camisola rosa de Almeida, quem sabe antecipando um final abrupto da competição antes de chegarmos a Milão. O trabalho da equipa sul-africana surtiu algum efeito, uma vez que a vantagem da fuga começou a diminuir e, com 100 km para o final, ela era apenas de 7:30.

Os ataques iam-se sucedendo entre os homens escapados, enquanto o pelotão liderado pela NTT baixava a desvantagem para a frente para a casa dos 6 minutos, isto a 75 km do final. As condições eram muito difíceis, com chuva, vento, e frio, a tornarem a tarefa dos ciclistas um verdadeiro tormento. João Almeida seguia bem protegido pela sua equipa no pelotão, com 4 colegas junto de si, mais do que os restantes favoritos, à exceção de Pozzovivo.

Graças ao trabalho da NTT, e de Gheibreigzabhier em particular, a vantagem da fuga baixou para os 4:20, com 60 km para a meta. No entanto, a diferença voltou a subir nos km seguinte. Na frente seguiam Padun e Narváez, com 7 sobreviventes da fuga ainda na perseguição.

Com 35 km para o final, Padun e Narváez tinham 1 minuto sobre o perseguidor mais direto, Simon Clarke, seguindo o resto da fuga a 3 minutos e o pelotão a 7, onde se incluíam já menos de 20 corredores.

E na subida final, quem atacou mesmo foi Pozzovivo, acompanhado por Ruben Guerreiro, a mostrar novamente que está em grande forma! No entanto, a ascensão não era suficientemente dura para causar diferenças naquele grupo restrito. Na descida, a Deceuninck tomou controlo do grupo de favoritos. Knox encabeçava o grupo, sendo seguido por Masnada, Almeida, Guerreiro, Geogeghan Hart, Pernsteiner, Bilbao, Fuglsang, Nibali, Pozzovivo, Kelderman, Oomen, Hindley, Majka, Konrad, e McNulty.

A 25 km do fim, Padun fura e Narváez ficava sozinho na frente, com a etapa à sua mercê, enquanto Clarke seguia com 3 minutos de desvantagem e o pelotão encontrava-se a 6:35. Padun ainda tentou recuperar e voltar a juntar-se a Narváez, e parecia que ia conseguir, no entanto, quando faltavam 10 km para o final, o equatoriano ganhou novo fôlego e a margem para o ucraniano aumentou para perto dos 20 segundos.

A luta mano-a-mano continuou, mas Narváez estava forte e, à entrada do último km, levava 50 segundos de vantagem e a vitória já não iria fugir ao ciclista da INEOS. Abriu o impermeável e mostrou as cores da sua equipa, celebrando possivelmente a maior vitória da sua carreira, pese o triunfo na Settimana Internazionale Coppi e Bartali onde, refira-se, João Almeida foi 3º.

Com 1:08 de atraso, chegou Mark Padun, enquanto Simon Clarke foi o 3º, já a 6:50. Chegariam depois Rosskopf e Pellaud a mais de 7 minutos. Com 8:25 de desvantagem chegou o grupo dos favoritos, encabeçado pelo norte-americano Brandon McNulty (UAE-Team Emirates), que fechou na 6ª posição, seguindo-se Patrick Konrad (BORA-hansgrohe) e logo depois os dois portugueses, Ruben Guerreiro, que mantém a liderança da montanha, e João Almeida, que permanece na frente da classificação geral e também da juventude.

Amanhã disputa-se a 13ª etapa, com 192 km entre Cervia e Monselice. A jornada é quase totalmente plana, no entanto, nos últimos 40 km existem duas contagens de quarta categoria, uma com 4.3 km a 7.8%, e a segunda um autêntico muro de 2 km com 9.9% de inclinação média que antecede 15 km em reta até à meta. Registe-se que João Almeida vai arrancar amanhã para o seu 10º dia de camisola rosa!

Poker para Henrique Silva no Passatempo, ele que está cada vez mais perto da liderança da geral!

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