Pogacar vence batalha de Peyragudes, mas Vingegaard lidera a contenda!

O esloveno Tadej Pogacar (UAE Team Emirates) venceu a 17ª etapa do Tour de France, uma ligação de 129.7km com partida em Saint-Gaudens e o alto de Peyragudes, com chegada numa primeira categoria, batendo o camisola amarela, Jonas Vingegaard (Jumbo – Visma), no alto de Peyragudes, após 300m frenéticos! O terceiro posto ficou para Brandon McNulty (UAE Team Emirates), ele que fez um trabalho estupendo e terminou 32s depois do vencedor.

A 17ª etapa do Tour, a primeira com chegada em alto nos Pireneus, foi desde cedo muito atacada, tal como era esperado, com muitas equipas a procuraram integrar desde cedo a fuga do dia, numa jornada curta que prometia trazer espetáculo, tal como veio a suceder. Os grupos foram-se formando na cabeça de corrida e sendo progressivamente absorvidos pelo pelotão, sem ninguém conseguir uma vantagem significativa. O sprint intermédio praticamente não teve discussão, com Jasper Philipsen (Alpecin – Fenix) a passar na frente e Wout van Aert (Jumbo – Visma) a ser tranquilamente segundo, ficando a apenas 1pt de matematicamente vencer a camisola verde.

Owain Doull (EF Education – EasyPost) e Guillaume Boivin (Israel – Premier Tech) entraram na primeira subida, a primeira categoria do Col d’Aspin, com cerca de 30s de vantagem, mas a escapada começou a formar-se e os dois roladores foram prontamente absorvidos. Na frente ficaram Thibaut Pinot (Groupama – FDJ) e Alexey Lutsenko (Astana Qazaqstan Team), com um grupo perseguidor bem composto a colocar-se a cerca de 30s, enquanto Tiesj Benoot (Jumbo – Visma) comandava o pelotão, 1:00 atrás do duo na frente. Em posição intermédia seguiam então Jonathan Castroviejo e Dylan Van Baarle (Ineos Grenadiers), Bob Jungels (AG2R Citroen Team), Patrick Konrad (Bora – Hansgrohe), Gregor Muhlberger e Carlos Verona (Movistar), Pierre-Luc Périchon e Simon Geschke (Cofidis), Dylan Teuns (Bahrain Victorious), Romain Bardet, Chris Hamilton e Andreas Leknessund (Team DSM), Georg Zimmermann (Intermarche – Wanty – Gobert), Rigoberto Uran (EF Education – EasyPost), Giulio Ciccone e Quinn Simmons (Trek – Segafredo) e Christopher Juul-Jensen (BikeExchange – Jayco).

A primeira contagem foi ganha por Pinot, com Geschke a conseguir defender-se da investida de Ciccone e a ser terceiro, aumentando assim a vantagem na classificação dos trepadores. O pelotão passou no alto já a 1:30, sempre comandado por Benoot, mas, após a curta descida, foi a UAE Team Emirates que surgiu na segunda categoria de Hourquette d’Ancizan, com Mikkel Bjerg a fazer um estupendo trabalho, e a fazer descolar Adam Yates e Tom Pidcock (Ineos Grenadiers), enquanto David Gaudu (Groupama – FDJ) e Tiesj Benoot, que já tinha feito um grande trabalho, passavam por dificuldades, mas conseguiam aguentar-se.

O trabalho do dinamarquês fez bastante mossa, com o grupo dos favoritos a ficar reduzido a cerca de 20 unidades, e a cruzar o topo a cerca de 1:00 da frente, onde Thibaut Pinot era novamente primeiro. A luta pela terceira posição foi ganha por Ciccone, depois de Geschke ter sofrido uma avaria a 350m do topo e ter sido alcançado pelo grupo dos favoritos. Perichon esperou por ele, e os dois lançaram-se de novo ao ataque na fase final da descida, mas não foram capazes de chegar à dianteira.

O início da subida ao Col de Val Louron-Azet viu o grupo perseguidor alcançar finalmente Pinot e Lutsenko, e os ataques começaram a suceder também na frente com Romain Bardet à procura da etapa. No pelotão, Mikkel Bjerg começou a dinamitar de novo a corrida, e arrumou de imediato com Tom Pidcock e Adam Yates uma vez mais. O dinamarquês colocou muitos outros líderes em dificuldades, e depois foi Brandon McNulty (UAE Team Emirates) a implodir com o grupo! Primeiro foram David Gaudu e Enric Mas a colocarem o seu próprio ritmo, e depois Louis Mentjes (Intermarche – Wanty – Gobert) e Aleksandr Vlasov (Bora – Hansgrohe) também.

O grupo dos favoritos ficou reduzido a McNulty, Pogacar, Kuss, Vingegaard, Thomas e Nairo Quintana (Arkea – Samsic), mas foi o colombiano o próximo a ceder, com 27km para a meta. O elevado ritmo do estadunidense fez os favoritos serem quase todos alcançados, à exceção de Andreas Leknessund (Team DSM), que estava sozinho na dianteira. Sepp Kuss abriu para o lado a 24km da meta, não sendo mais capaz de seguir o grupo, e foi Geraint Thomas o seguinte a perder o contacto, a 23.1km do fim, com Leknessund a ser alcançado 200m depois e a esperar para ajudar Romain Bardet, que seguia um pouco mais atrás depois de ter sido também passado pelo curto grupo comandado por McNulty.

O ritmo do estadunidense surpreendia toda a gente, não havendo memória de tão forte subida feita por aquele que hoje era o escudeiro do esloveno. Mais atrás, Gaudu revelava-se novamente a fazer uma corrida de trás para a frente, e com o grande trabalho de Valentin Madouas, ia alcançando Vlasov, Meintjes e Quintana. Foi a apenas 200m do topo que Tadej Pogacar esboçou o seu primeiro ataque, passando na frente na contagem de primeira categoria, mas Vingegaard estava atento na roda do esloveno e não o deixou sequer ganhar um palmo. 1:00 depois, Thomas, Lutsenko e Kuss cruzavam também o topo, Bardet fazia-o a 1:30, enquanto o grupo de Gaudu estava já a 2:30, e Yates já a 5:00!

A 12km do fim, com grande ajuda de Leknessund, Bardet conseguia chegar ao grupo de Geraint Thomas, a 1:15 do trio na frente, e o norueguês entrava rapidamente ao serviço, tentando minimizar diferenças para o francês que queria subir para o top5 da classificação geral novamente. O grupo de Gaudu estava já a 2:40. A 8km do fim começou então a subida final, com McNulty a impor novamente o ritmo, enquanto atrás era Romain Bardet a atacar em busca de fazer diferenças, com Geraint Thomas a ser o único capaz de o seguir. Lutsenko colocava um ritmo mais tranquilo e Kuss seguia sem grandes preocupações, com a sensação de ter já o trabalho finalizado para o dia.

McNulty levou os dois primeiros da geral pela subida a Peyragudes fora, sem nenhum deles atacar nos primeiros 4km. Atrás, Bardet e Thomas colaboravam em perfeita sintonia, mas a vantagem mantinha-se no 1:25 km após km. A 4km do topo, o francês voltou a passar por dificuldades, e não foi capaz de seguir o ritmo do britânico, que era cada vez mais terceiro na geral. Na frente, o ritmo de McNulty era bastante forte, com Pogacar e Vingegaard a não mexerem na corrida, já com apenas 3km pela frente.

Surpreendentemente, entre Pogacar e Vingegaard não existiam ataques, e McNulty entrava na frente do grupo no km final, enquanto Vingegaard olhava para o semblante do esloveno e ficava com a roda do estadunidense, enquanto Pogacar parecia passar por dificuldades. Os últimos 300m eram um verdadeiro muro, e os ataques aconteceram naturalmente! Primeiro, Pogacar tentou acelerar, mas Vingegaard aguentou-se muito bem e esboçou ele um ataque, que teve o condão de despoletar o que Pogacar ainda tinha de forças dentro de si, para vencer assim a etapa com um grande sprint! Vingegaard agarrou-se à roda do camisola branca e foi segundo, com o mesmo tempo, em mais uma batalha que mostrou o quão iguais os dois estão!

Geraint Thomas foi quarto, já a 2:07, enquanto o grupo de Gaudu chegou partido a cerca de 3:30. Adam Yates foi o grande derrotado do dia, perdendo quase 9:00 para o vencedor, o que o fez cair para a 9ª posição da geral, já a 14:33 de Vingegaard.

Com os resultados de hoje, Vingegaard lidera a geral com 2:18 sobre Pogacar, enquanto Thomas é terceiro já a 4:56. Pogacar lidera a juventude com mais de 30min sobre Tom Pidcock, que hoje perdeu 22:00, enquanto Wout van Aert é o virtual vencedor da classificação por pontos! Geschke lidera a montanha, mas a classificação está ainda em aberto para amanhã. A Ineos é a melhor equipa.

Nelson Oliveira (Movistar) foi 48º a 20:20.

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