Uma valente ferroada! Valentin Ferron triunfa a partir da fuga no 6º dia de Dauphiné!

O francês Valentin Ferron, da TotalEnergies, venceu a etapa 6 do Critérium du Dauphiné, ao ser o mais forte da fuga do dia! No segundo posto, terminou Pierre Rolland, da B&B Hotels-KTM, com Warren Barguil, da Arkéa-Samsic a fechar um pódio totalmente gaulês!

A etapa 6 do Critérium du Dauphiné trazia uma ligação de 196.5 km, entre Rives e Gap, naquela que é uma das mais tradicionais chegadas do ciclismo internacional e, especialmente, da Volta a França. Antes do início da competição chegava a informação do abandono de Juan Ayuso, da UAE Team Emirates, por motivo de doença.

No arranque da corrida, com todos cientes que este seria um dia onde a fuga teria boas possibilidades de triunfar, os ataques surgiram em catadupa, mas sem sucesso numa fase inicial. Os quilómetros sucediam-se e não havia forma de se constituir uma movimentação de relevo.

Ao fim de 40 km de corrida, o pelotão passou na subida de 4ª categoria do Côte de Sainte-Eulalie-en-Royans, onde o primeiro foi Alexis Vuillermoz, somando mais um ponto na classificação da montanha, ele que é segundo atrás de Pierre Rolland. De seguida, veio nova contagem de montanha, esta uma 3ª categoria para Côte des Grands Goulets, e aí o mais forte foi mesmo Rolland, somando dois pontos. Chegava entretanto a informação de mais um abandono, no caso Michal Kwiatkowski, da INEOS Grenadiers.

Os ataques continuavam em força na frente do pelotão. Primeiro, um grupo de quatros conseguiu isolar-se, com Kevin Geniets, Mikkel Honoré, Alexis Vuillermoz, e Samuele Battistella. Parecia que iam conseguir manter-se na frente, mas não havia consenso no pelotão, e acabaram por ser alcançados.

Seguiu-se novo ataque, agora com sete unidades: Geoffrey Bouchard (AG2R), Bruno Armirail (Groupama-FDJ), Andrea Bagioli (Quick-Step), Victor Lafay (Cofidis), Valentin Ferron (TotalEnergies), Warren Barguil (Arkéa-Samsic), e Pierre Rolland (B&B Hotels-KTM). Com mais de 50 km de corrida intensa nas pernas, o pelotão acabou por dar alguma folga a esta movimentação e estava encontrada a fuga do dia. A margem entre os dois grupos cresceu rapidamente até à casa dos 3 minutos. De notar que, entre os fugitivos, o mais bem posicionado em termos de geral era Bagioli, 26º, a 3:02.

Nos quilómetros seguintes, o pelotão manteve a fuga precisamente nessa margem dos 3 minutos, um hiato que se mantinha no topo da 2ª categoria para Col de Cabre, a 60 km da meta. Um dos ciclistas a passar dificuldades nesta ascensão foi Chris Froome, mostrando que está longe ainda do nível necessário para competir neste tipo de provas. Entretanto, Armirail perdia o contacto com a frente, ficando um grupo de seis na luta pela etapa.

No pelotão, iam perseguindo a Trek-Segafredo, a Intermarché-Wanty-Gobert, e a BORA-hansgrohe, o que retirava algum tempo à frente da corrida, mas não muito. A 40 km da meta, era ainda de 2:47 a margem entre os grupos.

Apesar do trabalho da Trek, principalmente, a margem mantinha-se inalterada a 30 km do final. Com os fugitivos a colaborarem bem, adivinhava-se mais um final tenso no braço de ferro entre o pelotão e os corajosos do dia. Nos dois finais apertados anteriores, havia uma vitória para cada lado. Como seria hoje?

A 20 km do final, com a margem ainda na casa dos 2:40, vinha para a frente do pelotão a Jumbo-Visma. Era altura de começar a proteger efetivamente a camisola amarela de Van Aert, face à ameaça de Bagioli.

Neste ponto, começava a ficar claro que ia mesmo ser dia para a fuga, com uma discussão entre um italiano, Bagioli, e cinco franceses, de cinco equipas francesas diferentes!

Surgiam na frente do grupo principal ainda a BikeExchange e a UAE Team Emirates, mas era já tarde para esse esforço. A 10 km do final, a fuga rodava ainda com 1:57 de avanço. Pouco depois, há um desentendimento no seio do pelotão, entre Juan Sebastián Molano e Hugo Page, com o colombiano a agredir a soco o francês!

Na frente da corrida, com a fuga a 6 km do final e a rodar no último troço em subida do dia, a margem situava-se em 1:20, e começava a haver algum estudo entre os escapados, já a fazerem contas para o sprint final.

A 5 km da meta, começavam os ataques na frente, com Bouchard a tentar a sua sorte, ciente que era um dos mais lentos do grupo. A subida tinha retirado imenso tempo à fuga, com a margem a situar-se nos 50 segundos a 4 km do final. Faltava apenas a descida para Gap, para sorte dos fugitivos.

Na descida, o pelotão continuou a acelerar fortemente, através da Jumbo-Visma, com as abelhas assassinas a quererem pelo menos eliminar o tempo ganho por Bagioli, mesmo que não fosse possível vencer a etapa.

O grupo de seis entrou no quilómetro final com cerca de 30 segundos de avanço sobre o grupo principal. Quando parecia que ia começar o jogo do gato e do rato, Ferron lançou o seu ataque, de bem longe mas de forma extremamente enérgica!

Bagioli tentou fechar o espaço, levando os restantes corredores na sua roda, que optaram por seguir a roda do ciclista teoricamente mais rápido. Percebendo a estratégia dos seus rivais, o italiano parou de pedalar, à espera que alguém ajudasse a perseguir Ferron! Este impasse permitiu ao jovem francês ganhar um espaço decisivo na dianteira! Rolland ainda tentou sair de trás, mas era tarde. Perante a hesitação geral e com todos a entreolharem-se, Ferron cruzou a meta sem oposição, festejando um enorme triunfo, 3 segundos à frente de Rolland, Barguil, Bagioli, Bouchard, e Lafay!

É a estreia a vencer no World Tour para o corredor francês, e o regresso aos triunfos após a etapa 4 do Tour du Rwanda 2021!

O pelotão chegou com 32 segundos de atraso, encabeçado por Molano, batendo Boasson Hagen e Groenewegen no sprint para o 7º posto. Irónico que no único dia em que o neerlandês da BikeExchange disputa um sprint, acaba por ser a fuga a triunfar.

Na classificação geral, tudo inalterado, com Wout Van Aert na liderança, com 1:03 sobre Cattaneo e 1:06 sobre Roglic.

Quanto aos portugueses, Ruben Guerreiro, da EF Eduaction-EasyPost, finalizou a etapa no 23º posto, integrado no pelotão, seguindo na geral na 21ª posição, a 2:49 da camisola amarela. Já Ivo Oliveira, da UAE Emirates, terminou também dentro do pelotão, mas no 97º lugar. Na geral, o corredor de Vila Nova de Gaia é 106º, a 21:21 do líder.

Amanhã disputa-se a etapa 7, a primeira das duas jornadas decisivas da competição. No menu, constam 134.8 km, entre Saint-Chaffrey e Vaujany, num dia com duas subidas de categoria especial: o Col du Galibier e o Col de la Croix de Fer!

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