David bate Golias no Dauphiné! Mais um francês a negar WVA!

O francês David Gaudu, da Groupama-FDJ, venceu a terceira tirada do Critérium du Dauphiné, impondo-se no sprint em grupo reduzido que decidiu a corrida! No final, Gaudu bateu milimetricamente Wout Van Aert, da Jumbo-Visma, que parecia ter a vitória segura, chegando até a festejar, embora de forma extemporânea! Ruben Guerreiro fechou no 4º posto!

A etapa 3 do Critérium du Dauphiné trazia uma jornada de 169 km, entre Saint-Paulien›Chastreix-Sancy, num dia com três contagens de média montanha, com destaque para a ascensão final de 2ª categoria e que coincidia com o risco de meta.

No início da corrida, formou-se a fuga do dia, com o ataque de quatro corredores: Omer Goldstein (Israel – Premier Tech), Jonas Gregaard (Uno-X Pro Cycling Team), Thomas Champion (Cofidis), e Sebastian Schönberger (B&B Hotels – KTM).

A TotalEnergies, do líder Alexis Vuillermoz, era a formação que tomava as rédeas do pelotão, desde cedo impondo um ritmo que não desse grandes veleidades aos fugitivos.

Haveria depois algumas alterações no cenário da corrida. Goldstein perdeu o contacto com a fuga e foi alcançado pelo pelotão, seguindo-se um ataque de três corredores da B&B Hotels-KTM: Pierre Rolland, Alexis Gougeard, e Miguel Heidemann. Este trio haveria de conseguir alcançar a dianteira, formando um grupo de seis, que rodava com cerca de 4 minutos de avanço sobre o grupo principal a pouco mais de 100 km da meta.

Depois, o pelotão começou a encurtar distâncias. A 60 km do final, à entrada da segunda subida categorizada do dia, o hiato entre os grupos era de 2:20, com a TotalEnergies ainda e sempre no controlo da perseguição.

Na subida, a fuga foi perdendo elementos, ficando na frente apenas Gregaard, Rolland, e Schönberger. Ainda assim, este trio conseguiu manter uma diferença superior a 2:30 ao longo da ascensão, mesmo com a formação da Jumbo-Visma a juntar-se à TotalEnergies na perseguição. O grupo principal ia perdendo os elementos mais pesados, como era o caso do sprinter Dylan Groenewegen.

A 20 km do final, com os ciclistas a aproximarem-se da última subida do dia e que os levaria até à linha de meta, a margem entre fuga e pelotão rondava 1 minuto. Rodava na frente uma das abelhas assassinas da Jumbo-Visma, Tiesj Benoot.

Depois, foi a vez da INEOS Grenadiers tomar conta da corrida, colocando cinco elementos na frente do grupo, o que reduziu ainda mais a vantagem da fuga, que rondava 30 segundos a 8 km da meta.

Iniciava-se depois a subida final, com a Jumbo e também a UAE Team Emirates a colocarem-se na frente de um pelotão praticamente completo! Havia muito “peso morto” no grupo e com Tiesj Benoot a voltar à carga, muitos ciclistas perderam de imediato o contacto. Nessa altura, subia no pelotão o Iceman de Pegões, Ruben Guerreiro, colocando-se em boa posição para atacar um final que lhe assentava bastante bem.

Na frente, Gegaard tentava num último esforço manter-se na frente, mas haveria também ele de ser alcançado a 4 km da meta.

Era a vez de Kruijswijk fazer a sua quota de trabalho, tentando evitar ataques numa fase crucial da subida. O esforço do corredor neerlandês da Jumbo não foi suficiente, no entanto, para evitar a movimentação de Tsagbu Grmay (BikeExchange), um ataque que dinamitou a corrida, com Remi Cavagana (Quick-Step) a fechar o espaço e o pelotão a alongar bastante e a perder cada vez mais unidades.

Vinha para a frente Jonas Vingegaard, com Tao Geoghegan Hart na roda, liderando um pelotão que estava agora reduzido a menos de 30 corredores! Por parte da Jumbo, além do dinamarquês, ficava apenas Roglic, que parecia preparar-se para lançar o sprint de Van Aert! A 2 km do final, ficava para trás Vuillermoz, ficando claro que a amarela iria mudar novamente de dono no final do dia.

Depois, atacou Ben O’Connor e quem fechou o espaço para o australiano foi Roglic, o que significou uma inversão de papéis dentro da Jumbo. Era agora Vingegaard que iria lançar o sprint do King Kong!

E tudo parecia bem encaminhado para as abelhas assassinas, com o pequeno dinamarquês a fazer um excelente lançamento para o seu possante colega! No entanto, acabaram por ficar a faltar alguns metros ao lançamento, o que implicou que Van Aert tivesse de lançar o sprint bastante cedo. O campeão belga, hoje equipando de verde, pedalou de forma vigorosa, ganhando algum espaço à concorrência, mas na sua roda vinha o pequeno David Gaudu, que com uma excelente gestão de força neste sprint conseguiu colar na roda do possante belga, antes de o passar no último centímetro de estrada! Van Aert ainda levantou os braços, convicto que tinha conseguido a vitória, mas de imediato percebeu que tinha festejado cedo demais!

Assim, Gaudu garante o seu segundo triunfo do ano, depois da vitória na etapa 2 da Volta ao Algarve! Depois de Vuillermoz ter enganado o pelotão no dia de ontem, foi a vez de outro francês frustrar a Jumbo e Van Aert, num final de autêntico David contra Golias, com o “underdog” a sair por cima!

Em grande destaque esteve também Ruben Guerreiro, fechando num excelente quarto posto, mostrando mais uma vez o seu estatuto entre a nata do ciclismo mundial!

O outro português em prova, Ivo Oliveira, da UAE Team Emirates, finalizou no 128º posto, a 10:07 da liderança.

Em termos de geral, Van Aert recupera a liderança, agora com 6 segundos de vantagem sobre Gaudu e 12 sobre Victor Lafay, da Cofidis, ele que foi terceiro no dia de hoje. Ruben Guerreiro é 6º, a 16 segundos, enquanto Ivo Oliveira é 115º, a 15:04.

Amanhã disputa-se a quarta etapa, um contrarrelógio individual de 31.9 km, entre Montbrison e La Bâtie d’Urfé!

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