“Assassino Invisível” Tiberi rouba etapa a Dunbar, mas irlandês vence Volta à Hungria!
O italiano Antonio Tiberi, da Trek-Segafredo, venceu a sexta e última etapa do Tour de Hongrie, após fazer uma grande recuperação na subida final e bater sobre a linha de meta o irlandês Eddie Dunbar, da INEOS Grenadiers. Apesar da derrota na etapa, Dunbar garante a vitória na classificação geral da prova húngara!
A etapa 6 da Volta a Hungria trazia a jornada rainha da competição, com uma ligação de 184 km, entre Miskolc e Gyöngyös-Kékestető. O grande destaque do dia estava reservado para a subida final, uma ascensão de primeira categoria, com 12.1 km a 5.6%, e que iria coincidir com o risco de meta.

Depois de vários dias que favoreceram os sprinters, chegava o dia das decisões na geral. Fabio Jakobsen partia de amarelo, mas sabia que a luta pela vitória final estava reservada aos melhores escaladores do pelotão.
A fuga do dia foi composta por seis unidades: Jens Reynders (Sport Vlaanderen – Baloise), Nicolas Dalla Valle (Giotti Victoria – Savini Due), Ádám Kristóf Karl (Seleção Nacional Húngara), Josu Etxeberria (Caja Rural-Seguros RGA), Umberto Marengo (Drone Hopper – Androni Giocattoli), e Tilen Finkst (Adria Mobil). A vantagem dos fugitivos foi sendo sempre controlada pelo pelotão, com as formações da BORA-hansgrohe e da Astana a tomarem conta da frente do grupo principal.
A 27 km do final, apenas 40 segundos separavam fuga e pelotão. Com o aproximar da subida final, a margem ia ficando cada vez mais curta, com BORA e Astana a continuarem o seu trabalho de perseguição.
Com a ameaça de serem alcançados, os fugitivos começaram a atacar-se entre si, com Dalla Valle a conseguir isolar-se e a aumentar o avanço sobre o pelotão. A 15 km da meta, 1 minuto separava o homem da Giotti Victoria – Savini Due do grupo principal, com Reynders a seguir em posição intermédia, ele que era o 3º à geral, a 12 segundos de Jakobsen.
Reynders ainda encostou em Dalla Valle, a 14 km do final, mas a partir desse ponto o pelotão aumentou o ritmo e volvidos cerca de 2 km, os fugitivos foram mesmo alcançados.
No último sprint intermédio do dia, Fabio Jakobsen passou na frente, somando os pontos necessários para garantir o triunfo na classificativa da camisola verde. O único que poderia ter dado luta ao neerlandês era Rudy Barbier, mas pouco antes do sprint o francês sofreu uma queda que o afastou dessa discussão.
O pelotão entrava depois na subida final, com a INEOS a juntar-se à Astana e à BORA no controlo do grupo principal. Quem continuava ao ataque era a Giotti Victoria – Savini Due, com Alessandro Monaco a lançar-se em solitário no início da ascensão e a conseguir uma margem de 20 segundos. Vinha para a frente do pelotão a Adria Mobil, tentando não deixar crescer em demasia a margem do italiano.
A 7 km do final, Monaco foi alcançado por um pelotão de cerca de 50 unidades que ia então decidir a etapa e a geral desta competição. Nesta fase, tomou conta da corrida a BORA-hansgrohe, impondo um ritmo elevado, tentando levar Patrick Konrad a um bom resultado. O trabalho da formação alemã ia causando algumas vítimas na parte de trás do grupo, mas à entrada dos 4 km finais era ainda um grupo bem numeroso que ia seguindo na frente.
Depois, tomou conta do grupo a INEOS, com Ben Turner a carregar no pedal, levando Eddie Dunbar na sua roda. A BORA ficava reduzida ao seu líder Konrad e o grupo encurtava-se para pouco mais de 10 unidade!
O ritmo de Turner era diabólico e quando o trabalho do britânico cessou, a 2 km do final, era a altura de Dunbar desferir o seu ataque. E foi isso mesmo que aconteceu, com o irlandês a ganhar rapidamente um avanço significativo. Já dentro do km final, a vantagem do homem da INEOS parecia suficiente para garantir o triunfo, com o grupo de perseguidores a não se entender na perseguição.
Nas curvas finais, Dunbar parecia pronto para festejar o triunfo, mas num ritmo desenfreado vinha Antonio Tiberi, galgando metros em direção ao irlandês! A diferença de andamento entre os dois era notória, e a poucos metros do risco o italiano conseguiu mesmo alcançar o irlandês e ultrapassá-lo, para uma vitória verdadeiramente extraordinária! Primeiro triunfo do ano para o corredor de 20 anos da Trek-Segafredo!
Apesar do amargo de boca de Dunbar nesta etapa, o irlandês é o grande vencedor do 43º Tour de Hongrie, terminando com 23 segundos de avanço sobre Óscar Rodríguez, da Movistar, e 28 sobre Samuele Battistella, da Astana.
Nas restantes classificações, Jakobsen fica com os pontos, enquanto Aaron Van Poucke, da Sport Vlaanderen – Baloise, é o rei da montanha, e a Trek-Segafredo a vencedora por equipas.
Neste último dia, Iúri Leitão, da Caja Rural-Seguros RGA, terminou no 88º posto, a 12:50 do vencedor. Na geral, o ciclista português finaliza na 70ª posição, a 12:54 da amarela.