Louvel vence Castilla y León, num dia inglório para Mauricio Moreira!
O francês Matis Louvel, da Arkéa Samsic, venceu a 35ª edição da Vuelta a Castilla y León, concretizando a fuga que marcou a jornada! No 2º posto terminou o italiano Stefano Oldani, da Lotto Soudal, enquanto o 3º lugar ficou para o uruguaio Mauricio Moreira, da equipa portuguesa da Efapel, também ele integrante da fuga do dia.
Ao contrário do que é hábito, a corrida espanhola apresentou apenas um dia de competição, em formato de clássica, com uma jornada de 181.2 km, entre León e Ponferrada. Apesar do início suave, o percurso seria bastante acidentado, com destaque para a subida de 2ª categoria para o Alto de Foncebadón (7.2 km a 5.2%), colocada a meio da tirada. Depois desta dificuldade, os corredores iriam seguir na direção de Ponferrada, para uma primeira passagem pela meta, antes de abordar os quilómetros finais, com muito sobe e desce pelos miradouros da região, antes do regresso a Ponferrada.
A jornada começou com muitos ataques e com o pelotão a alongar bastante, mas sem que nenhuma movimentação se estabelecesse desde logo na frente. Na primeira meta volante do dia, ainda sem fuga constituída, passou em primeiro Antonio Ángulo (Euskaltel), à frente de Ben King (Rally Cycling).
Ao fim de 50 km formou-se, finalmente, a escapada do dia, com o ataque de nove ciclistas: Matteo Jorgenson (Movistar), Juan Lopez-Cosar (Burgos), Bram Welten e Matis Louvel (Arkéa Samsic), Pier-André Coté e Nickolas Zukowski (Rally Cycling), Thomas Armstrong (Electro Hiper Europa), Jakub Boucek (Israel), e Mauricio Moreira, uruguaio da Efapel.
Com 100 km para o final, a vantagem dos escapados ascendia aos 3 minutos, numa fase em que os corredores se preparavam para a subida ao Alto de Foncebadón. No pelotão era a Astana quem imprimia o ritmo, tentando impedir que a margem aumentasse muito mais. No topo da subida, passou em primeiro Nickolas Zukowsky com Mauricio Moreira a fazer segundo.
A 70 km da meta, a vantagem dos escapados baixava para perto dos 2 minutos, com os corajosos do dia a colaborarem bem, tornando difícil a tarefa de perseguição do pelotão. No entanto, ainda com muitos quilómetros pela frente, as hipóteses de sucesso começavam a diminuir, pelo que começavam os ataques na dianteira. Ficava na frente um quarteto com Louvel, Coté, Zukowski, e também Moreira, num dia de bom nível para o corredor uruguaio da formação lusa.
A 50 km do final, à passagem pela segunda meta volante da jornada, onde Coté foi 1º, Louvel 2º, e Moreira 3º, a vantagem do quarteto era agora de 1:48, com a UAE-Team Emirates a liderar o pelotão em conjunto com a Astana.
Quando o pelotão chegou à meta volante, começaram alguns ataques no pelotão, com a própria Emirates a preferir lançar homens na frente em vez de se estar a desgastar a perseguir os fugitivos, percebendo que estava isolada nesse trabalho. O caos instalou-se na frente do grupo principal, com diversos corredores a tentarem isolar-se e fazer a ponte para a dianteira.
Formava-se um grupo de 12 ciclistas que encetava a perseguição à frente da corrida. No entanto, se o próprio pelotão tinha tido algumas dificuldades em manter a fuga sob controlo, um grupo tão pequeno via-se limitado para fechar o espaço. Os quatro da frente seguiam com 1:19 de avanço para os perseguidores, quando faltavam 30 km para o final.
Na frente sobreviviam três nomes: Moreira, Louvel, e Zukowski, que iam colaborando de forma efetiva, mantendo os perseguidores a uma distância de 1 minuto à entrada dos 20 km finais. O uruguaio mostrava-se bastante disponível fisicamente, puxando muitas vezes pelo grupo, e não merecia o que estava prestes a suceder. Numa curva mais apertada Moreira e Zukowski caíram, com Louvel a seguir em solitário, enquanto os dois rivais da fuga se levantavam, tentando ainda encetar uma perseguição ao francês. O homem da Efapel conseguiu colocar-se rapidamente ao caminho, com o canadiano a ficar um pouco atrasado.
Lá atrás, o grupo de perseguição continuava a dar tiros nos pés, sem qualquer colaboração e com os ciclistas a atacarem-se por várias ocasiões. Um dos mais inconformados do grupo era Stefano Oldani, ele que atacou e alcançou os dois azarados do dia, primeiro Zukowski e depois Moreira, sem que nenhum deles fosse capaz de seguir com o italiano, que seguia isolado em busca de Louvel.
As diferenças entre Louvel e Oldani iam rondando os 50 segundos, já dentro dos 10 km finais, e não parecia ser dia para o italiano, pese a grande demonstração de força e irreverência neste dia. A diferença ainda baixou ligeiramente mas não o suficiente para impedir a festa do homem da Arkéa.
Na meta em Ponferrada, Louvel chegou isolado, com Oldani a fechar em 2º, 44 segundos depois. Depois, chegava um dos heróis do dia, Mauricio Moreira, da Efapel, que mesmo com a queda conseguia terminar em 3º, a apenas 1:25 do vencedor.
O melhor português foi André Domingues, da Efapel, 31º a 7:22 da frente da corrida. Quanto aos restantes elementos da equipa portuguesa, Fábio Costa foi 45º e António Carvalho 46º, ambos a 7:33 de Louvel, enquanto o checo Karel Hnik, não completou a prova, tal como o outro luso em competição, Daniel Viegas, da EOLO-Kometa.