Quero ser “o corredor mais competitivo possível!” – Entrevista a Afonso Silva
Afonso Silva é um dos jovens que tem despontado no pelotão nacional. O ciclista da formação algarvia AP Hotels & Resorts – Tavira – SC Farense coleciona já grandes resultados pela sua nova equipa, mas foi na antiga Kelly – Simoldes – UDO que começou a alcançar bons resultados enquanto Elite. Em 2024, Afonso foi já 4º na Volta ao Alentejo e no Campeonato Nacional de Fundo, deixando a prometer para a Volta a Portugal que em breve começa.
Mudança de ares: de Oliveira de Azeméis para Tavira
O alentejano de 24 anos começou por nos falar sobre a mudança da equipa. Um dos pontos que o tem favorecido é a liberdade que tem agora na equipa algarvia. Afonso destacou esse ponto como fundamental para o crescimento dos resultados. “Na antiga Kelly – Simoldes – UDO tinha uma função de maior ajuda aos meus colegas de equipa. Não é que não tenha tido essa oportunidade, porque tive algumas, mas este ano estou a conseguir aproveitar mais e a responder da melhor maneira.”
O começo de uma época sensacional
A temporada de Afonso começou com a Figueira Champions Classic e a Volta ao Algarve. Na Figueira da Foz, o alentejano acabou por ter problemas gástricos, que o levaram ao abandono. Porém, no Algarve as boas sensações voltaram, refletindo-se num 38º lugar na geral, valendo-lhe os primeiros pontos UCI da temporada. “Rumei ao Algarve, um pouco sem saber a condição na qual me iria encontrar. Felizmente, as coisas acabaram por sair bem. Quando corremos contra as equipas WorldTour temos de dar o nosso máximo. É importante aproveitar a única parte do ano em que podemos correr com eles para aprender, e foi isso que tentei fazer.”
Da luta pela “volta de casa” até à convocatória para a Volta a Portugal
Em meados de março, Afonso Silva participou naquela que é a sua “corrida de casa”, a Volta ao Alentejo. O jovem corredor conseguiu estar na disputa da geral, terminando em 4º, a apenas 13s da vitória. “Diria que foi o resultado mais especial que atingi enquanto ciclista profissional. É a corrida de onde sou natural e fiquei muito feliz com esse 4º lugar, tendo sido também o melhor português da corrida.”
Daí em diante, os resultados de Afonso falam por si: 3º no GP Abimota, 4º nos Campeonatos Nacionais de Fundo, e 16º no GP Torres Vedras. O corredor da equipa de Tavira mostra-se contente com os seus resultados. São o culminar de vários anos de trabalho, de modo a tornar-se “o corredor mais competitivo possível!”. “Não é o trabalho de 1 ano, já é o trabalho de vários anos. Fui melhorando alguns aspetos que precisavam de ser melhorados, e este talvez seja o ano que talvez estou ao melhor nível. Trabalhei para tentar chegar a este ponto, que é discutir corridas.”
Para a Volta a Portugal, Afonso demonstra-se motivado e confiante na sua prestação. A função principal será auxiliar Delio Fernandéz na luta pela geral, mas Afonso também quer acabar bem colocado. “Na Volta partimos com um candidato. Penso que a Volta vai passar por tentar estar na disputa com ele, mas espero atingir um bom resultado.” Há alguns finais nos quais Afonso gostaria de estar destacado, como o Observatório de Miranda do Corvo ou a Torre. “Claro que temos sempre sonhos de ganhar aqui e ali, mas para mim qualquer sítio seria perfeito!”
O futuro de sonho de Afonso Silva
A nível do seu futuro, Afonso afirma que se torna mais complicado ir para uma equipa estrangeira à medida que os anos passam. Porém, o caminho a seguir é a evolução de ano para ano: “Eu quero sempre mais! Pretendo continuar a trabalhar com mais afinco, de modo a estar o mais competitivo possível. Quando somos mais novos temos sempre os nossos sonhos, mas tenho 24 anos e sei que é difícil ir para fora. Nunca se sabe o amanhã, mas gostava de dar um passo para uma equipa ProTeam ou WorldTour”
Em nome de toda a equipa do Ciclismo Mundial, agradecemos ao Afonso Silva pela sua disponibilidade para esta entrevista, e desejamos-lhe a melhor das sortes para o seu futuro.