Paris – Nice: Sprinters para consagrar ou luta pela Geral até ao último metro?

O esloveno Primoz Roglic (Jumbo – Visma) destruiu ontem, na sétima etapa do Paris – Nice, o sonho do jovem suíço Gino Mäder (Bahrain Victorious) poder vencer uma etapa de montanha numa corrida World Tour e deu mais uma demonstração de força na etapa rainha da corrida (mesmo que reduzida). Normalmente, a etapa final tem alguma dificuldade que cria alterações na classificação geral, mas a verdade é que com a redução para menos de 100km de extensão, devido às restrições sanitárias da Covid-19, dificilmente haverá grandes alterações na classificação geral.

Perfil

Perfil da Etapa 8

A intenção era que o Paris – Nice deste ano terminasse de uma maneira completamente clássica, com o palco habitual muito acidentado ao redor de Nice, mas infelizmente não será assim. A Covid-19 está a crescer em França, e em particular nesta zona geográfica e a etapa que deveria ser tão difícil de controlar para a Jumbo e para Primoz Roglic, será agora um circuito completamente inofensivo em torno da cidade de Levens. Por outro lado, o percurso é suficientemente acidentado para ser extremamente difícil de prever e, portanto, há sem dúvida fatores que condicionam uma previsão completa da etapa.

Com uma distância de apenas 92.7km, a etapa é ainda mais curta que a original, e não é mais nada do que um circuito ao redor da cidade de Levens, com três voltas a um longo circuito de 36.2km, das quais a primeira será corrida de forma neutralizada. O passeio começa com uma descida inicialmente não muito técnica, mas que termina com uma enorme espiral, até chegar ao vale da cidade de Saint-Martin-du-Var. A partir daqui, a estrada é ligeiramente ascendente em volta da cidade de Le Plan-du-Var, onde o verdadeiro começo é dado (devido à primeira volta ser cicloturismo).

O principal desafio de hoje, é a subida de terceira categoria, o Cote de Duranus (3,9 km, 3,7%), que tem dois km iniciais a 5-6% de pendente, mas depois aligeira para apenas 2-4% até ao topo. A última passagem é apenas a cerca de 10km da meta, o que poderá originar diversos ataques. Daí até final são 8.4km, com uma curta descida bastante simples. Uma pequena rampa marcará também os kms finais, já a cerca de 5km da meta, e deverá ser o último momento para fazer diferenças. Não há curvas fechadas nos últimos kms, mas a estrada serpenteia constantemente, inclusive com duas curvas fechadas dentro do último km. Existem sprints intermédios nas duas primeiras passagens da linha de chegada, isto é ao km 20.2 e ao km 56.4. A etapa oferece um total de 2006 metros de desnível positivo de altitude.

Favoritos

Um primeiro olhar pelo novo percurso até aparenta alguma dificuldade nas subidas categorizadas, mas a realidade é que numa etapa de 90km são apenas 11.7km de subida categorizados. Uma semana depois de se ter dado inicio ao Paris – Nice, ficamos com a sensação de que a etapa, apesar de se esperar ter muitos ataques e uma velocidade furiosa, poderá ser discutida ao sprint. Os sprinters de hoje em dia já conseguem ultrapassar montanhas desta dificuldade, e Sam Bennett (Deceuninck – QuickStep) também o deverá conseguir. A Deceuninck poderá ter a faca e o queijo na mão para controlar a etapa. Se por um lado conseguir o irlandês aguentar, será difícil alguém bater o camisola verde, por outro têm um Remi Cavagna que poderá saltar a qualquer momento e vencer a solo a etapa.

O mesmo acontece com a BikeExchange e a Cofidis, ainda que só com uma grande hipótese cada – Michael Matthews e Christophe Laporte. Matthews bem tentou a vitória, claro, Laporte também, mas a forma como Matthews mostrou determinação em aguentar na primeira vitória de Roglic, é de tirar o chapéu. Se o destino for mesmo uma chegada limitada, sem os homens mais rápidos, há ainda homens com boa ponta final capazes de aguentar as dificuldades: a Qhubeka com Giacomo Nizzolo, a Trek com Mads Pedersen e Jasper Stuyven, a Lotto com John Degenkolb, a UAE com Matteo Trentin e a B&B Hotels com Bryan Coquard.

É por todas as razões e mais algumas, que apesar de considerar a etapa previsivelmente de chegada ao sprint poderá ser uma hipótese a sair completamente furada. Se for caso disso, Sam Bennett, pela evolução que tem tido, é o maior candidato a vencer a etapa. Num segundo plano, e que poderão resistir em caso de cortes, aparecem Christophe Lapote, Michael Matthews e Mads Pedersen, e num plano mais abaixo, pelas suas caraterísticas de sprint serem boas, mas não tão boas como os anteriormente anunciados, Bryan Coquard, Magnus Cort, Matteo Trentin, Philippe Gilbert e John Degenkolb.

Favoritos Ciclismo Mundial

⭐⭐⭐⭐⭐ Sam Bennett
⭐⭐⭐⭐ Christophe Laporte, Michael Matthews e Mads Pedersen
⭐⭐⭐ Bryan Coquard, Magnus Cort, Matteo Trentin, Philippe Gilbert e John Degenkolb
⭐⭐ Giacomo Nizzolo, Jasper Stuyven, Danny van Poppel, Nacer Bouhanni, Nils Eekhoff, Ben Swift, Stefano Oldani, Anthony Turgis, Arnaud Demare e Florian Senechal
⭐ Remi Cavagna, Dorian Godon, Alexey Lutsenko, Luis Leon Sanchez, Omar Fraile, Dylan Teuns, Jonathan Hivert, Jose Joaquin Rojas, Anthony Perez, Kristian Sbaragli e Sep Vanmarcke

Presença Portuguesa

Em prova estarão dois portugueses: Rui Costa (153) e Rui Oliveira (156), em representação da UAE Team Emirates.

Transmissão e Horas de Partida

A Eurosport1 terá transmissão a partir das 14h10.

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