Flèche Wallone abre época das Ardenas!
A mítica clássica da Flèche Wallonne disputa-se hoje na região das Ardenas, na Valónia, Bélgica, em ambas as vertentes, feminina e masculina.
No caso da prova feminina, trata-se da 23ª edição e de uma ligação de 124 km, com partida e chegada em Huy. Após um dia de muito sobe e desce, a prova será decidida na segunda subida ao emblemático Mur de Huy, possivelmente a subida curta mais famosa do ciclismo. Com apenas 1.1 km, mas com 10.7% de inclinação, o Mur de Huy representa o palco perfeito para as(os) puncheurs brilharem.
La Flèche Wallonne Féminine tem sido completamente dominada pela holandesa Anna van der Breggen (Boels–Dolmans Cycling Team), a penta(!)campeã em título da competição. Além do histórico demolidor da holandesa nesta competição, refira-se que estamos no final de um mês de setembro em que Breggen ganhou “só” Giro Rosa e as duas medalhas de ouro em disputa nos mundiais de Ímola! A Rainha das Ardenas está claramente num grande momento e pretende cimentar o seu legado com um histórico sexto triunfo na Flèche, e que melhor de o fazer senão envergando a camisola do arco-íris?
Aquela que poderia ser a grande rival, a compatriota Annemiek van Vleuten (Mitchelton-Scott), não irá participar na prova onde foi segunda no ano passado. Recorde-se que Vleuten teve uma queda grave que a afastou do Giro Rosa (onde liderava) e que quase a impedia de participar nos mundiais, onde acabou por levar a prata na prova de fundo. Assim, a principal adversária de Breggen será outra holandesa e outra pentacampeã (2013, 2011, 2009, 2008, e 2007) da Flèche, Marianne Vos (CCC-Liv), vencedora de três etapas no Giro Rosa e quarta nos mundiais. Estaremos perante um duelo para a história do ciclismo feminino!
Além das holandesas, entre outras corredoras que poderão brilhar nesta clássica, refiram-se a dinamarquesa Cecilie Uttrup Ludwig (FDJ Nouvelle Aquitaine Futuroscope), a italiana Elisa Longo Borghini e a britânica Elizabeth Deignan, da Trek-Segafredo Women, a polaca Katarzyna Niewiadoma, a britânica Hannah Barnes, e a israelita Omer Shapira, da Canyon SRAM Racing, a alemã Lianne Lippert (Team Sunweb), a holandesa Demi Vollering (Parkhotel Valkenburg), a espanhola Mavi García (Alé BTC Ljubljana), a sul-africana Ashleigh Moolman (CCC-Liv), além da tripla de apoio a Breggen na Boels – Dolmans: as holandesas Chantal Blaak e Amy Pieters e a luxemburguesa Christine Majerus.
⭐⭐⭐⭐⭐ Anna van der Breggen
⭐⭐⭐⭐ Marianne Vos e Cecilie Uttrup Ludwig
⭐⭐⭐ Elisa Longo Borghini, Elizabeth Deignan, e Katarzyna Niewiadoma
⭐⭐ Lianne Lippert, Ashleigh Moolman, Demi Vollering, e Hannah Barnes
⭐ Mavi García, Omer Shapira, Chantal Blaak, Amy Pieters, e Christine Majerus
Em relação à competição masculina, a Flèche Wallone de 2020 será a 84ª edição da clássica belga e consistirá numa jornada de 202 km com partida em Herve e chegada no Mur de Huy, que será contestado pelos ciclistas por três vezes no circuito final.
O homem do momento, recém-coroado campeão do mundo de fundo, Julian Alaphilippe, estava escalado para a prova e seria certamente o grande favorito a vencê-la pelo terceiro ano consecutivo, no entanto, Juju optou por estrear a sua camisola do arco-íris no próximo domingo, na Liège-Bastogne-Liège, procurando restabelecer-se física e emocionalmente de Ímola.
De facto, esta será uma edição da Flèche aberta, sem um óbvio favorito. Os oito primeiros da edição passada não estarão à partida este ano mas, em contrapartida, o lote de atletas na startlist da prova é de enorme qualidade.
O grande destaque, em termos de mediatismo recente no pelotão internacional, vai para a presença do campeão da Volta à França, o esloveno Tadej Pogacar. Como se comprovou na corrida de Ímola, Pogacar possui ainda pelo menos parte da sua forma do Tour e continua a exibir o “kick” que o coloca num nível acima de toda a concorrência. No entanto, acreditamos que haverá outro corredor que poderá bater Pogacar na íngreme inclinação de Huy: o suíço, medalha de bronze nos mundiais, Marc Hirschi (Sunweb). O super combativo do Tour mostrou em Ímola que está muito fácil nos terrenos explosivos e que não teme ninguém após um dia duro em cima da bicicleta.
Outros candidatos a brilhar no Mur de Huy serão o canadiano Michael Woods (EF Pro Cycling), o polaco Michal Kwiatkowski (INEOS Grenadiers), o irlandês Dan Martin (Israel Start-Up Nation), ou o australiano Richie Porte (Trek-Segafredo).
Além destes, muitos outros corredores poderão, em diferentes circunstâncias, decidir a corrida. Entre eles, está o campeão português Rui Costa que, embora tendo Pogacar como chefe-de-fila na UAE-Team Emirates, pode aproveitar algum jogo tático para estar em destaque naquela que, contudo, é reconhecidamente uma clássica menos à sua imagem.
⭐⭐⭐⭐⭐ Marc Hirschi
⭐⭐⭐⭐ Tadej Pogacar, Michael Woods
⭐⭐⭐ Michal Kwiatkowski, Dan Martin, Richie Porte
⭐⭐ Dylan Teuns, Andrea Bagioli, Rigoberto Uran, e Wout Poels
⭐ Warren Barguil, Tim Wellens, Tom Dumoulin, Sergio Higuita, Patrick Konrad, Valentin Madouas, Mikel Landa, Lennard Kämna, Benoit Cosnefroy, e Rui Costa