Antevisão à Volta a Portugal da Credibom / LA Alumínios / Marcos Car com Hernâni Brôco e André Ramalho!

A corrida mais aguardada na estradas Portuguesas está a chegar, e para vos trazer todos os detalhes e curiosidades dos principais protagonistas, fomos à procura de falar com os próprios para tentar perceber quais os seus objetivos e ambições para a 84ª edição da Volta a Portugal!

A segunda equipa a ser entrevistada foi a única equipa 100% portuguesa na 83ª edição da Volta a Portugal, a Credibom / LA Alumínios / Marcos Car. Para entendermos um pouco como está a preparação e a mentalidade da formação de Seixal, a equipa do Ciclismo Mundial esteve à conversa com o Diretor Desportivo da equipa, Hernâni Broco, e com ciclista “mais velho” desta equipa jovem, André Ramalho.

Ciclismo Mundial (CM): Quais são os objetivos da equipa para esta Volta a Portugal?

Hernâni Brôco (HB): O principal objetivo é tentar ganhar uma etapa, um momento que eu estou à espera, ano após ano, e estou à espera que isso aconteça nesta edição da Volta a Portugal. Não é vencer a classificação geral, mas passa, sim, por vencer uma etapa da Volta.

CM: André, com que ambições partes para esta Volta a Portugal?

André Ramalho (AR): Passa pelo mesmo, ganhar uma etapa e levar o nosso melhor homem para a geral, quer seja o João Medeiros ou o Gonçalo Leaça, mas até pode ser que seja eu mesmo.

CM: Hernâni, o que podemos esperar do bloco para esta Volta a Portugal?

HB: O bloco passará por aquilo que foi nos anos anteriores, uma equipa bastante combativa, que estava e estará sempre na frente da corrida, em fugas. Este ano, vai passar pelo mesmo e dessas fugas pode surgir essa vitória de etapa, mas também pode servir para vestirmos outra camisola, se calhar a camisola da montanha. Apesar de nesta Volta a segunda semana ser bastante decisiva, se conseguirmos nas primeiras etapas manter essa camisola, será um ponto que teremos de ver e lutar por essa camisola. Mas acima de tudo é uma equipa bastante combativa, aguerrida, como nos últimos anos, e queremos ter estes jovens na frente da corrida.

CM: O Rodrigo Caixas irá fazer parte da equipa que vai à Volta, tentarão fazer algum sprint com ele?

HB: Sim, o Rodrigo é dos homens rápidos que temos na equipa, mas não tendo esse ponto, colocamo-lo a trabalhar, uma vez que temos o João Macedo que consegue colocar bastante bem este bloco nas estradas, temos o André que está muitas vezes na Volta a Portugal, o Daniel Dias e o Diogo Narciso que podem colocar o Caixas nas melhores posições. À partida será o Rodrigo Caixas o homem mais rápido que teremos na equipa da Volta a Portugal, mas também temos à partida mais três elementos que podem ser opções.

CM: André, sendo tu o elemento mais velho desta equipa, o que tentas passar aos mais novos? Acabas por ser o capitão da equipa na estrada?

AR: Eu não digo que seja o capitão, mas sou o que tem mais experiência, se calhar a par do Gonçalo, que deve ser 1 ano mais novo que eu, mas sim acabo por passar o conhecimento que tenho. Em termos de Volta a Portugal vou para a quinta, tenho mais experiência que todos eles e muito mais que a grande maioria deles. Acho que isso em fases mais cruciais da corrida importam muito, especialmente a tentar levar alguém para a geral ou para a etapa.

CM: Hernâni, um dos elementos da equipa mais em foco para esta temporada tem sido o Alexandre Montez, com várias prestações de qualidade na geral e com vitórias em classificações da juventude. Iremos contar com ele na Volta e na disputa da camisola branca?

HB: Podíamos contar, se ele estivesse na Volta a Portugal, o que não vai acontecer. Internamente e conjuntamente com o Alexandre, houve interesse dele de fazer a Volta à França do Futuro. Falei com ele, onde mostrou esse interesse, fizemos os prós e os contras e decidi em conjunto com ele fazer a Volta à França e por isso será esse o objetivo dele. Na equipa vamos ter outros homens nessa luta, no entanto, não descorando aqui os atletas que levo, mas na alta montanha penso que será difícil, devido às suas características, lutar por essa classificação.

CM: André, ao longo da temporada foste vencendo algumas classificações secundárias como a montanha ou sprint intermédios. Pensas que pode passar por aí o teu objetivo para esta Volta?

AR: Sim, pode passar por aí, mas isso acaba por depender das situações da corrida. Mas, sim, isso é uma hipótese para qualquer equipa ter uma camisola e ser um momento para mostrar os patrocinadores e que basicamente são um dos grandes fatores para nós. Por isso, para mim sim, quer seja dos pontos ou da montanha, qualquer uma é boa!

CM: Hernâni, tendo a equipa Continental mais jovem em Portugal, e uma boa porta para que estes jovens se consigam projetar para o futuro, têm o objetivo de poder levar estes jovens a competir no estrangeiro em provas Sub-23 ou irá a equipa nos próximos anos vincular-se como um projeto mais focado em assentar esta boa fornada de ciclistas como Elites?

HB: É uma questão pertinente e são dois objetivos que passam por nós, mas acho que temos de dar um passo de cada vez. Acho que às vezes não podemos dar um “passo maior do que a perna”, e foi por isso que não decidi, uma vez que temos apenas 10 atletas, estarmos a fazer o calendário internacional. Podemos não conseguir levá-los nas melhores condições e depois chegar à Volta a Portugal, e não conseguirem fazer a separação de atitude, de outra preparação, uma vez que já temos o calendário preenchido, e temos atletas na pista e atletas também que estão na seleção de estrada. Por isso eu decidi não fazermos este ano, e para o ano tentarmos essas corridas. Quanto a tentar manter o projeto, acho que este é o leque que eu gostava de ter, são 10 atletas que gostava de continuar a trabalhar, que este ano deram-me muitas alegrias, todas as corridas que tivemos no pódio e só posso estar orgulhoso por eles e se a Volta a Portugal correr menos bem, sei que foi feito um grande trabalho e eles empenharam-se ao máximo nas provas e também nos treinos de altitude, em que todos estiveram empenhados e é isso que me orgulha, é isso que eu quero que eles trabalhem da melhor maneira possível. Depois o resultado se conseguirmos, tudo bem, é para isso que trabalhámos, e se não conseguirmos, estamos de consciência tranquila e orgulhosos daquilo que foi feito.

É isso que eu gostava de continuar, de vê-los superarem-se, tentar, se puder, colocar um ou dois atletas mais fortes, que também possam dar mais garantias, e podemos rodar uma equipa com mais consistência.

CM: André, nesta que será a tua quinta Volta, o que te poderia deixar realizado após terminar contrarrelógio de Viana no dia 20?

AR: Não é difícil de responder, é ter numa etapa uma camisola, acho que não tenho muito por onde fugir!

Agradecemos ao Hernâni Broco e ao André Ramalho pela disponibilidade, e o Ciclismo Mundial deseja-vos muito boa sorte para a Volta a Portugal!

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