Metade das equipas pode não se manter para 2021!

“Tenho a certeza absoluta que podem haver equipas a fechar. Há equipas que não vão sobreviver. Mesmo havendo Volta, há equipas que terão dificuldade em manter-se no pelotão. Não havendo, 50 por cento não se mantém.”

Carlos Pereira

O director desportivo da Efapel, Carlos Pereira, diz ter sido encontrado de surpresa com a noticia do adiamento da Volta a Portugal e que está muito preocupado com a situação. Na sua opinião, o covid-19 já pode estar a pôr em causa as finanças de muitas equipas, “um ano sem edição da Volta a Portugal poderia ser catastrófico e causar uma redução no número de equipas no futuro”.

“Adiado para setembro? Neste jogo do empata, começo a ter as minhas dúvidas. Não gostaria de colocar o cenário de não haver Volta. Na eventualidade de se colocar, é simplesmente desastroso”, refere o dirigente, abordando o facto de algumas autarquias terem recusado a passagem da Volta pelos seus municípios: “É uma falsa questão. Trata-se de uma responsabilidade social. Cada pessoa tem de ser responsável. Como se controlam as praias e as feiras? As pessoas têm de estar protegidas, não estando, não vão ver a Volta. As autarquias têm o direito de não querer a Volta, mas não estão no direito de dizer que o ciclismo é mais contagioso do que qualquer outra atividade.”

Carlos Pereira aponta também o dedo à Federação e à Podium que “deviam ter tido atempadamente um plano B”, dando o exemplo dos países onde as três grande Voltas são realizadas (França, Itália e Espanha), em que nunca foram colocadas em causa a realização das mesmas edições. Carlos aproveitou também para dar o exemplo da sua equipa, onde a Efapel e principal patrocinadora “tem demonstrado uma solidariedade grande, esteve sempre ao nosso lado e estará mesmo não havendo Volta.”

“A Efapel como empresa e patrocinador até ao momento cumpriu sempre, não houve qualquer corte. Em relação ao retorno que o patrocinador deveria ter, caso não exista Volta, falamos num retorno normal na ordem dos cinco/seis milhões de euros. Mesmo com Volta temos uma quebra no retorno de 30 por cento, porque não houve calendário ate agora”, conclui.

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