Lafay dá triunfo histórico à Cofidis na etapa 8 do Giro!

O francês Victor Lafay (Cofidis) conquistou a oitava etapa do Giro d’Itália, uma ligação de 170km entre Foggia e Guardia Sanframondi, batendo o italiano Francesco Gavazzi (EOLO – Kometa) por 36s, e o alemão Nikias Arndt (Team Sunweb) por 37s, em mais uma escapada de sucesso. Nelson Oliveira (Movistar) acabou na quarta posição, a 41s, em mais uma jornada do português na fuga do dia, em que esteve em grande destaque.

A 8ª etapa da Volta a Itália apresentava uma ligação de 170 km, entre Foggia e Guardia Sanframondi, numa jornada de média montanha, que tinha todos os condimentos para uma fuga voltar a triunfar na competição italiana.

No início da etapa, os ataques começaram de forma furiosa, com muitos ciclistas a tentarem integrar a fuga, incluindo Ruben Guerreiro, da EF Education-Nippo. Um grupo grande conseguiu isolar-se mas para infortúnio do Ruben e de outros corredores com interesse à etapa, o colombiano Egan Bernal, da Ineos Grenadiers, também resolveu colocar-se ao ataque, o que deitava por terra a hipótese de a fuga se manter muito tempo na frente.

Os diversos ataques causavam uma situação de corrida caótica, com os ciclistas a pedalarem em estradas muito expostas ao vento. Ao fim de alguns km, a tentativa de fuga foi anulada e a situação de corrida parecia estar a estabilizar, no entanto, no momento em que todo pelotão se ia unir, Filippo Ganna, da Ineos, puxou na frente e uma boa parte do pelotão não conseguiu encostar, incluindo o camisola rosa, Attlia Valter. Ficavam dois minipelotões ao longo das estradas desta região do sul de Itália, com o segundo grupo a acabar por conseguir recolar ao fim de alguns km.

Era um início de alta tensão nesta 8ª etapa, com vento e muitos ataques, sem qualquer hipótese para formação de fuga. Também a Bahrain-Victorious se colocava na frente do pelotão, através do inevitável Matej Mohoric, na tentativa de causar as famosas bordures. Equipas como a Movistar, com Nelson Oliveira em destaque, passavam também pela frente, tentando não ser surpreendidas pelas movimentações da Bahrain e da Ineos.

A 150 km do fim, numa fase de alguma acalmia, surgiam novas tentativas de fuga, com três corredores a saírem do pelotão, entre eles novamente Ruben Guerreiro. Parecia promissora essa tentativa, mas lá atrás voltavam os ataques, com muitos corredores a tentarem escapar, o que fazia o pelotão alongar ao longo da estrada. Não havia interesse que uma fuga muito grande se formasse neste dia, com Filippo Ganna e a Ineos a controlarem quem saía e quem não saía. O mais inconformado era Ruben Guerreiro, que continuava a tentar no meio de toda a confusão, num sinal claro de grande forma do Iceman de Pegões!

Depois foi a vez de outro português, desta feita Nelson Oliveira, tentar escapar, mas também não foi possível naquele ponto. Durante vários km, repetiu-se este cenário, com diversos ciclistas a tentarem sair e o pelotão a anular as movimentações.

A 115 km da meta, numa altura em chegava a informação que tinha caído e desistido o vencedor da etapa de ontem, Caleb Ewan, um grupo de oito conseguiu finalmente isolar-se, com algum consentimento do pelotão. Depois de tantas tentativas, Ruben Guerreiro acabou por não conseguir integrar esta movimentação, mas nela seguia outro português, Nelson Oliveira, e também Fernando Gaviria (UAE Team Emirates), Kobe Goossens (Lotto Soudal), Alexis Gougeard (AG2R Citroën), Nikias Arndt (Team DSM), Victor Lafay (Cofidis), Giovanni Carboni (Bardiani-CSF-Faizane), e Francesco Gavazzi (Eolo-Kometa). Um pouco atrás seguia Victor Campenaerts (Qhubeka Assos), que ao fim alguns km em grande esforço, conseguiu mesmo chegar à frente, formando-se um grupo de nove corajosos. Com alguma trégua no pelotão, e a Groupama-FDJ a tomar conta da frente do grupo principal, estava finalmente encontrada a fuga do dia!

A 100 km do fim, o grupo de escapados possuía 3 minutos de margem, com a maioria dos corredores a agradecer esta normalização da situação de corrida. Note-se que o fugitivo mais bem colocado, em termos de geral, era mesmo Oliveira, 37º, a 15:09.

A 85 km da meta, no primeiro sprint intermédio do dia, passou em primeiro, sem surpresa, Fernando Gaviria, arrecadando alguns pontos para a classificação da regularidade. O pelotão rodava a pouco mais de 6 minutos da frente da corrida.

Nos km seguintes, a diferença continuou a subir e, com 70 km para o final, atingia já os 7 minutos, começando a ficar claro que a fuga ia triunfar pela quarta vez neste Giro.

A 50 km da meta, com os ciclistas a terminarem os mais de 19 km da longa ascensão de 2ª categoria que marcava a jornada, a margem rondava os 7:13. Seguia-se uma longa descida, com zonas planas e em subida a espaços, que iria terminar já perto da ascensão final, uma 4ª categoria para Guardia Sanframondi.

Na descida, a vantagem dos fugitivos começou a cair, situando-se já abaixo dos 6 minutos, com 40 km para o final, mas não parecia ameaçada a vitória dos nove magníficos! Pouco depois, ciente que tinha que atacar antes da subida final, Gaviria atacou na descida, arriscando numa curva apertada, e deu-se mal, sofrendo uma queda que o fez ficar atrasado face aos restantes fugitivos. O colombiano seria assistido pelo carro médico nos km seguintes, mantendo-se perto dos homens da frente, e conseguindo mesmo encostar. Eram bem visíveis as marcas da queda na mão e no joelho do ciclista!

Aproximava-se o segundo sprint intermédio do dia, onde Gaviria quereria certamente voltar a passar em primeiro, mas com os diversos ataques que foram acontecendo, sempre com Nelson Oliveira bem posicionado nas movimentações, acabou por retirar forças ao colombiano e impedi-lo de disputar o sprint e somar mais 12 pontos na luta pela Maglia Ciclamino. Foi Campenaerts quem passou na frente, depois de um ataque em que se isolou na companhia de Carboni a pouco mais de 8kmda chegada. Gougeard acabou por tentar fazer a ponte, mas sem sucesso, e ficou a meio caminho. No pelotão, era a Israel Start-Up Nation quem comandava e tentava colocar os principais favoritos nos limites antes da subida final.

A pouco mais de 3km da chegada, Carboni atacou e deixou Campenaerts para trás já na dura colina final, enquanto Nelson Oliveira tentava eliminar os adversários que perseguiam com novo ataque que não teve sucesso. Foi Lafay quem atacou a 2.6km da chegada e não demorou mais do que 300m para alcançar Carboni e o passar diretamente com um ritmo absurdo. 2.3km para o final e Lafay seguia isolado com grande possibilidade de vencer a sua primeira etapa numa grande volta.

A Deceuninck – Quick Step surgiu no pelotão a 5km do final e imprimiu de novo um ritmo muito forte para atacar a subida final e tentar que Evenepoel pudese chegar à camisola rosa. A 1.5km do final foi Gavazzi quem atacou na frente para rapidamente chegar a Carboni, mas Lafay tinha já 20s de vantagem à entrada para o km final, e o jovem francês cavalgou para conquistar a sua primeira etapa numa grande volta e dar à Cofidis uma importante vitória na temporada!

No pelotão, a entrada na subida foi feita a todo o gás e foi Ruben Guerreiro (EF Education – Nippo) a aparecer na frente para impor ritmo já nos 2km finais. Uma queda acabou por retirar Pello Bilbao (Bahrain Victorious) e Felix Grossschartner (Bora – Hansgrohe) do grupo principal, mas as diferenças não foram muito grandes. A Ineos assumiu a frente já dentro do km final, e acabaria por ser João Almeida (Deceuninck – Quick Step) o primeiro do pequeno pelotão de favoritos a cortar a meta, fechando assim a etapa na 10ª posição, a 4:48 de Lafay.

O camisola rosa Attila Valter (Groupama – FDJ) chegou integrado no grupo e mantém a liderança da classificação geral e da juventude, com os mesmos 11s de vantagem sobre Remco Evenepoel (Deceuninck – Quick Step). Tim Merlier (Alpecin – Fenix) regressa à liderança da classificação por pontos, após o abandono de Caleb Ewan, e Gino Mader (Bahrain Victorious) mantém a liderança da montanha.

Classificações Completas

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