Per Strand Hagens é o novo Campeão Mundial Júnior! António Morgado, o melhor júnior de primeiro ano, é 6º!
O norueguês Per Strand Hagenes é o novo Campeão Mundial Júnior, levando a melhor após 121.4km e 2:43:48 de corrida! Um ataque já na última volta permitiu que ele se isolasse para conquistar o título, batendo o francês Romain Gregoire por 19s! O pelotão chegou a 24s, com o estónio Madis Mihkels a vencer o sprint pelo Bronze e o português António Morgado a ser sexto na meta e o melhor júnior de primeiro ano!
As provas de Fundo destes Mundiais da Flandres começaram bem cedo, e os Juniores foram os primeiros a entrar em ação. Eram ainda 7h15 de Portugal, 8h15 locais, quando a corrida começou e a ação também começou bem cedinho quando três nações atacaram a primeira subida do dia. O alemão Luis-Joe Luehrs, o britânico Joshua Tarling e o checo Milan Kadlec conseguiram atacar o pelotão e ganhar vantagem aos adversários, quando era a formação Cazaque a controlar o pelotão.
A vantagem do trio foi crescendo, enquanto vários ataques infrutíferos iam surgindo na frente do pelotão. A vantagem foi crescendo até por volta do minuto e meio, com as principais nações a controlarem a diferença. A seleção natural foi-se fazendo desde a primeira volta ao circuito local, e o belga Cian Uijtedebroeks foi o primeiro grande favorito a passar por dificuldades. O jovem português Diogo Pinto também perdia o contacto e descolava do pelotão.
Uma queda na terceira volta da corrida acabou também por deixar Lucas Lopes fechado e o português descolou do pelotão sem regresso, apesar de nunca ter desistido de lutar por reentrar. Foi já só durante a quinta volta que Lucas percebeu que não ia dar para reentrar e tirou pé, acabando por abandonar a corrida.
No início da sexta volta, a França aumentou o ritmo, e o pelotão alongou e de que maneira na fase técnica do circuito. A primeira rampa acabou por agrupar de novo o pelotão, mas o dano estava feito e vários eram os ciclistas que perdiam já o contacto com a frente da corrida. O ataque dos franceses acabou eventualmente por acontecer, mas foi infrutífero e não permitiu que ninguém se isolasse. Já na parte final da volta, o Campeão Mundial de Contrarrelógio, Gustav Wang, e o alemão Emil Herzog sofriam com avarias mecânicas e perdiam bastante tempo, com a discussão da corrida a parecer estar reduzida a pouco mais de 40 ciclistas.
A passagem pela meta viu a junção acontecer aos escapados, com novos ataques a surgirem, mas o pelotão estava ainda muito próximo da frente. Com tantas acelerações, o ritmo da penúltima volta abrandou um pouco, permitindo que toda a gente respirasse, mas os ataques voltaram a surgir, com Itália e a Alemanha a mexerem e a colocarem Dario Belletta e Daniel Schrag na frente. O pelotão deixou-os sair, mas preparava-se para voltar a atacar a corrida nas duras rampas belgas.
No pelotão, as próprias Itália e Alemanha iam servindo de tampão e a permitiam que a vantagem da dupla adiantada fosse crescendo consideravelmente. Sem uma perseguição coordenada, o Reino Unido atacou com Finlay Pickering a lançar-se e a levar os franceses Eddy Le Huitouze e Pierre Gautherat até à dianteira. A Bélgica perseguia para não deixar que o quinteto ganhasse demasiada vantagem, mas não era já um espaço fácil de fechar. O dinamarquês Simon Dalby atacou para fechar o espaço, já que a perseguição não estava a resultar, mas com 10s a separar a frente e o pelotão, tudo poderia ainda acontecer na última volta da corrida!
Logo no início da primeira volta, Dalby chegava à dianteira, enquanto o alemão Schrag passava por dificuldades momentaneamente. A colaboração na frente também não era a melhor, já que o italiano também não passava pela dianteira, já que a França tinha vantagem com dois elementos. A Austria e os Países Baixos tentavam mexer, para retirar o tampão da Alemanha e da França, e o grupo voltava a alongar. Per Strand Hagenes e Romain Gregoire atacavam no pelotão e rapidamente chegavam à frente da corrida onde Finlay Pickering atacava.
A 8km do final deu-se a junção dos dois grupos adiantados, com o pelotão a rodar com cerca de 15s de atraso. A França era obrigada a assumir o trabalho na frente da corrida, mas a colaboração não era de facto a maior e o pelotão parecia poder chegar a qualquer momento. O belga Alec Segaert assumia a perseguição e as suas capacidades de contrarrelogista faziam o pelotão voltar a aproximar-se da frente da corrida.
A 6km do final, um novo ataque de Per Strand Hagenes fez a diferença e eliminou todos os adversários na escapada, quando uma queda aconteceu também para os ciclistas adiantados mesmo atrás do ataque do norueguês, com Dalby e Gautherat a irem ao chão. O próprio Romain Gregoire ficou a pé, ainda que em posição intermédia, com o italiano Belletta logo atrás.
Hagenes cavalgou para a vitória, Gregoire não o conseguiu fechar, e foi já no km final que Belletta seria alcançado pelo pelotão que acabou por discutir a medalha de bronze. Depois de uma corrida sempre na parte de trás, Gonçalo Tavares levou António Morgado para os últimos metros e o português sprintou com tudo o que tinha pelo lado de fora, fazendo-nos ainda sonhar com a medalha, mas acabou por fechar na sexta posição, com o estónio Madis Mihkels a levar a melhor pelo sprint e a conquistar o bronze.
Gonçalo Tavares fechou também no pelotão, na 22ª posição, a 24s do vencedor. Lucas Lopes e Diogo Pinto não terminaram a corrida.