Johannessen evita a remontada de Rodriguez e vence o Tour de l’Avenir por 7 segundos!

O espanhol Carlos Rodriguez venceu a nona etapa do Tour de l’Avenir, uma ligação de 151.6km entre La Toussuire e o Col du Petit Saint-Bernard, contagem de categoria especial que viria a decidir a 57ª edição da corrida, após atacar de longe e fazer mais de 65km em solitário! O pódio do dia ficou completo com o alemão Georg Steinhauser e o italiano Filippo Zana, ambos a 1:52 do vencedor. O líder da geral, Tobias Johannessen, foi apenas quarto, e viu a camisola amarela fugir-lhe das mãos, mas num último momento de crença, acabou por conseguir defender a liderança com sucesso!

A última etapa do Tour de l’Avenir era também a etapa rainha desta edição da Volta a França Sub-23 e viria a fazer a diferença na classificação geral. Os ataques começaram desde cedo, com diversas nações a tentarem integrar a fuga do dia e ter um último destaque na corrida. A Itália comandava e tentava fazer a diferença para integrar a fuga e ter ciclistas escapados para ajudar Filippo Zana na fase final da etapa, em busca de ainda chegarem à camisola amarela.

Um grupo de 17 ciclistas fez a fuga do dia, com o destaque para as presenças do italiano Alessandro Verre, do espanhol Igor Arrieta, do holandês Casper van der Uden e do francês local Joris Delbove. O grupo chegou a ter mais de 2min de vantagem, com a Noruega e a Dinamarca a controlarem a fuga e a manterem os ciclistas adiantados sempre debaixo de olho, para impedir que eles triunfassem.

Os escapados passaram na frente no alto do Col de la Madeleine, a 93.5km do final, numa fase em que o britânico Tom Gloag, sexto à geral, abandonava devido à queda sofrida na etapa de ontem.

A chegada ao Col de l’Iseran fazia as suas diferenças, com a Colombia a assumir a dianteira do pelotão e a reduzir a vantagem para 2:10 a 9km do topo. O forte ritmo dos sul-americanos fez a diferença cair e encurtou o pelotão a 15 unidades com a fuga também a partir-se. Arrieta e o italiano Gianmarco Garofoli a adiantarem-se aos restantes, que progressivamente iam sendo alcançados. O irlandês Ben Healy ainda conseguiu recuperar e alcançar de novo a dupla na frente da corrida, mas com 3km para o topo a vantagem era já de apenas 1min. O colombiano Andres Ardila acelerou no pelotão e isso fez Filippo Zana passar um mau momento, mas o italiano manteve-se com todas as forças sem perder terreno.

A pouco mais de 68km do final, já perto do topo do Col de l’Iseran, a mais de 2700m de altitude, Carlos Rodriguez atacou, alcançando o compatriota Arrieta, e só o camisola amarela, Tobias Johannessen, o conseguiu seguir, mas foi já na descida que as diferenças se fizeram. Dono de maior técnica, Rodriguez começou a abrir espaço, e o que inicialmente eram 10s rapidamente passaram a 40s e depois a mais de 1min. Nas fases planas, Rodriguez foi ganhando mais e mais tempo, com Johannessen a voltar ao grupo dos favoritos, com o seu irmão, Anders Johannessen, a assumir a perseguição.

Rodriguez entrou nos 23.5km finais para a subida ao Col du Petit Saint-Bernard com 1:50 de vantagem sobre o grupo de Johannessen, e precisava apenas de ganhar mais 30s para assegurar a vitória na classificação geral final, mas a tarefa não era nada fácil. Mal o terreno começou a subir, Garofoli, Ardila e Healy perderam o contacto com o grupo do camisola amarela, que cada vez era mais curto graças ao trabalho de Anders Johannessen.

A pouco mais de 16km do final, Anders Johannessen terminou o seu trabalho, deixando o seu irmão Tobias a 1:25 de Rodriguez e com muita subida pela frente. Tobias manteve um ritmo alto e o grupo foi perdendo unidades, mas o líder da geral ia em claro sacrifício, fazendo o seu contrarrelógio subida acima, na tentativa de limitar perdas, e 4km depois, a diferença voltava à casa dos 1:40.

O austríaco Martin Messner, 10º da geral, descolava do grupo de Tobias Johannessen já a 12km do final, e apenas o italiano Filippo Zana, o holandês Gijs Leemreize, o francês Hugo Toumire e o alemão Georg Steinhauser.

Com Rodriguez a 8km da meta, a diferença era já de 2:00, e tudo parecia que Rodriguez ia lançado para roubar a vitória deste Tour de l’Avenir a Johannessen com uma remontada histórica! Com o espanhol a 6.5km do final, Georg Steinhauser assumiu a dianteira do grupo do camisola amarela, mas por poucos metros, e isso parecia dar um novo alento a Johannessen.

A 4km do final, Rodriguez seguia já com 2:10 de vantagem e tudo parecia que se iria concretizar, mas foi Filippo Zana a atacar no grupo do camisola amarela, levando consigo Georg Steinhauser. Tobias Johannessen não conseguiu responder de imediato, mas a movimentação e o facto de ter ciclistas à sua frente como referência deu-lhe um maior alento para subir o ritmo, e com isso o norueguês acreditou que ainda conseguiria segurar a geral.

Sem surpresas, Carlos Rodriguez venceria a etapa, e ficava à espera de saber o tempo que ganharia ao norueguês. A emoção e o suspense pairavam no ar, enquanto Steinhauser cruzava a meta na segunda posição e Zana na terceira, e ao fundo já se via Tobias Johannessen a pouco mais de 200m da meta. Johannessen cruzava a linha de meta esgotado, sem forças, mas cumpria, e perdia apenas 2:10 para Rodriguez, salvando assim a sua camisola amarela por apenas 7s!

Tobias Johannessen é assim o grande vencedor do 57º Tour de l’Avenir, com Carlos Rodriguez e Filippo Zana a completarem o pódio, a 7s e 2:05, respetivamente. Apesar de não chegar à amarela, Rodriguez vence a classificação da montanha e da juventude, com o holandês Marijn van den Berg a vencer a classificação por pontos.

Tobias Johannessen, o grande vencedor do Tour de l’Avenir

Classificações Completas

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