Tata Martins com sonho realizado no World Tour!

Na temporada de 2023 Maria Martins, “Tata” como é carinhosamente conhecida, vai representar a equipa do escalão World Tour, Fenix-Deceuninck.

Maria Martins faz parte da maior história do ciclismo feminino português, inicialmente, por ter sido a primeira ciclista feminina portuguesa a competir na pista nos Jogos Olímpicos e agora por ser a primeira também a ingressar numa equipa do World Tour.

Natural do Ribatejo, foi no Clube de Ciclismo da Bairrada que Tata fez a sua formação, tendo em 2018 dado o salto para uma equipa estrangeira, onde representou a espanhola Sopela Women’s Team, por duas temporadas.

Em 2018, correu o seu primeiro Madrid Challenge by La Vuelta e a Lotto Belgium Tour, participou nos Jogos do Mediterrâneo, na Setmana Ciclista Valenciana e foi Vice-Campeã Nacional de Fundo e Contrarrelógio. Em 2019 representou a seleção no Campeonato do Mundo, disputado no Reino Unido tendo saído como vencedora Annemiek Van Vleuten (Movistar Team). Esteve às portas do pódio no Campeonato da Europa em Sub23, onde ficou em 4º lugar numa chegada ao sprint ganha pela italiana Letizia Paternoster (Team Jayco AlUla).

É em 2020 que assina pela equipa inglesa Drops, onde competiu por três épocas. Num ano marcado pela pandemia do Covid-19 competiu principalmente na pista. No Campeonato do Mundo disputado em Berlim, obteve o 3º lugar na disciplina de Scratch, 4º lugar no Omnium e 16º lugar na Corrida por Pontos.

Tata Martins na Gent-Wevelgem, 2021
Foto: Facebook Tata Martins

2021 começa a voltar ao normal e disputou o seu primeiro Paris-Roubaix, o “Hell of the North”, onde obteve a 19ª posição. Atleta de clássicas, foi na Bélgica que disputou corridas como a Omloop Het Nieuwsblad (41º lugar), Gent-Wevelgem (53º lugar) e Dwars door Vlaanderen – A travers la Flandre (DNF). Sagrou-se também Campeã Nacional de Fundo, numa prova realizada em Castelo Branco.

Tokyo2020 era altura de cumprir um sonho, mas quis a pandemia do Covid-19 que Tokyo2020 fosse adiado para o ano seguinte. Atleta de seleção, é no velódromo que Tata também se sente feliz! Fez história ao ser a primeira ciclista portuguesa a representar Portugal nos Jogos Olímpicos de Ciclismo de Pista (7º classificada na disciplina de Omnium, Diploma Olímpico). Seguiu-se o Campeonato da Europa de Pista e Tata continuou com as alegrias para Portugal ao sagrar-se Campeã da Europa de Omnium Sub23!

Jogos Olímpicos, Tokyo 2020
Foto: Tata Martins

Em 2022 voltou a afirmar-se como uma ciclista de clássicas, tendo tido um calendário mais focado nessas competições. Participou nas principais provas belgas, como a Gent-Wevelgem, Dwars door Vlanderen e Ronde van Vlaanderen. Voltou ao inferno do norte para disputar a 2ª edição do Paris-Roubaix, e esteve também presente no Grand Prix International d’Isbergues, onde foi 4ª classificada.

Ao ficar sem projeto para a próxima época depois da Le Col-Wahoo perder um dos principais patrocinadores, Tata viu a sua subida ao World Tour ser “antecipada”, tendo 2023 começado da melhor forma ao anunciar que iria competir no topo do ciclismo mundial, através da estrutura belga, Fénix-Deceuninck.

“A minha experiência com a Le Col-Wahoo foi muito positiva. Foi uma equipa que me acolheu quando eu procurei dar o salto depois da Sopela.
Ficarei eternamente grata à equipa por essa oportunidade e por todos estes anos de muita aprendizagem, união e compromisso.
Tenho pena de ter terminado assim este ciclo com a Le Col-Wahoo mas as próprias situações em si assim me obrigaram e tive de tomar esta decisão para garantir a progressão da minha carreira.”

Maria Martins (Fénix-Deceuninck)

Tata tem alguns dos objetivos já bem delineados, tanto para a temporada de estrada como de pista.

“Tenho alguns objetivos tanto na estrada como na pista. Na pista, quero estar bem nas provas qualificáveis para os Jogos Olímpicos (Europeus, Taças do Mundo e Mundiais). Na estrada tenho alguns objetivos específicos como algumas clássicas no início do ano (Brugge-DePanne, Paris-Roubaix,…) mas no geral gostava de ter a oportunidade de conseguir resultados bons nas chegadas ao sprint.”

Maria Martins (Fénix-Deceuninck)

Na estrutura da Fénix-Deceuninck estão nomes sonantes como Ceylin Alvarado, Yara Kastelijn e Puck Pieterse, onde têm principal foco na vertente do ciclocrosse. Maria Martins concilia a estrada com a pista, ao contrário de maior parte destas atletas, e esse foi um aspeto importante aquando do entendimento entre as duas partes.

“A equipa vai me permitir continuar a conciliar a pista com a estrada e deu-me essa liberdade. Foi um dos aspetos que disse serem importantes e terem de me dar garantias que me deixam fazer o calendário da pista paralelamente quando a equipa nos abordou.”

Maria Martins (Fénix-Deceuninck)
Tata na aldeia Olímpica, nos Jogos Olímpicos de Tokyo 2020
Foto: Maria Martins

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