Dombrowski triunfa em dia dantesco! João Almeida foi o grande derrotado!

O norte-americano Joe Dombrowski, da UAE-Team Emirates, triunfou na 4ª etapa do Giro d’Itália, garantindo que a fuga voltava a triunfar, pela segunda jornada consecutiva na competição transalpina! Na 2ª posição da tirada, terminou o italiano Alessandro De Marchi, da Bahrain-Victorious, que garante assim a subida à liderança da prova!

Quanto aos portugueses, João Almeida teve um dia muito negativo, cedendo muito cedo na subida final e acabando por perder mais de 4 minutos para os melhores da geral e praticamente hipotecando as hipóteses de lutar pelo vitória final.

Já Nelson Oliveira (Movistar) esteve na luta por ser o novo camisola rosa do Giro, no entanto, não conseguiu acompanhar o ritmo de De Marchi e de Dombrowski, acabando por fechar a etapa no 8º posto, ocupando na geral o 4º posto, a 48 segundos de De Marchi.

A 4ª etapa da Volta a Itália apresentava uma ligação de 187 km entre Piacenza e Sestola, num dia de Apeninos bem exigente, em especial na segunda parte da etapa, com destaque para duas contagens de 3ª categoria e a 2ª categoria para Colle Passerino, cujo topo distaria apenas 2 km da linha de meta.

Debaixo de forte chuva, o início da etapa deu-se em ritmo elevado, com muitos corredores a tentarem integrar a fuga do dia. Apenas ao fim de mais de 40 km ficou estabelecida a movimentação que iria marcar a jornada, ficando na frente um grupo numeroso, com 25 unidades, sendo que 17 das 23 equipas em prova seguiam representadas na frente. O grupo era composto por: Filippo Zana, Samuele Zoccarato, Filippo Fiorelli (Bardiani CSF-Faizanè), Amanuel Ghebreigzabhier, Jacopo Mosca, Koen De Kort (Trek-Segafredo), Quinten Hermans, Rein Taaramae (Intermarché-Wanty-Gobert), Joe Dombrowski, Valerio Conti (UAE Team Emirates), Filippo Tagliani, Nicola Venchiarutti (Androni-Giocattoli-Sidermec), Francesco Gavazzi, Marton Dina (Eolo-Kometa), Alessandro De Marchi (Israel Start-Up Nation), Pieter Serry (Deceuninck-QuickStep), Attila Valter (Groupama-FDJ), Nicolas Edet (Cofidis), Jan Tratnik (Bahrain Victorious), Chris Juul-Jensen (Team BikeExchange), Andrea Vendrame (AG2R Citroën Team), Victor Campenaerts (Qhubeka Assos), Nico Denz (Team DSM), Louis Vervaeke (Alpecin-Fenix), e ainda o português Nelson Oliveira (Movistar), ele que era o mais bem colocado na geral, no 11º posto, a 32 segundos de Ganna.

A fuga do dia na 4ª etapa da Volta a Itália (Getty Images)

Trabalhavam no pelotão duas das equipas sem ninguém na frente: a Ineos e a Astana, com o líder da corrida Filippo Ganna a despender grande parte do esforço de perseguição, num trabalho de grande nível em prol do coletivo da formação britânica.

O camisola rosa, Filippo Ganna, da Ineos Grenadiers a liderar a perseguição (Getty Images)

O forte grupo de fugitivos foi ganhando tempo e, com 120 km para o final, a vantagem rondava os 6 minutos e meio. O pelotão ainda recuperou cerca de 1 minuto e meio nos 20 km seguintes, mas com a entrada na segunda parte da corrida, onde as subidas e descidas se iriam suceder até à meta, o grupo da frente começou novamente a ganhar tempo.

A vantagem crescia até à casa dos 8 minutos, ficando claro que iria ser a fuga a discutir a vitória na etapa. Sendo a única equipa a trabalhar no pelotão, a Ineos sentiu que se estava a desgastar em demasia e a levar a reboque todo o pelotão. Se mais ninguém trabalhava, eles também não iam forçar o ritmo para apanhar uma fuga tão numerosa, ainda para mais numa jornada tão difícil como esta.

Cientes que a vitória ia ser discutida entre eles, os ataques começavam a suceder-se no grupo de escapados, acabando por ficar na frente um trio composto por Hermans, Taaramae, e Juul-Jensen.

Já dentro dos 50 km finais, atacou Taaramae, com Juul-Jensen a conseguir seguir com o estónio. A 38 km do final, a vantagem da dupla sobre o pelotão situava-se nos 8 minutos, com um grupo de perseguidores a cerca de um minuto, onde seguia Nelson Oliveira. Naquela fase, Taaramae era o camisola rosa virtual, com o português no 2º posto. Era possível acreditar que o homem da Anadia podia chegar à liderança da prova, sendo que teria de terminar a menos de 25 segundos de Taaramae para o conseguir!

A 30 km da meta, pega na corrida a Deceuninck, com o líder Ganna a descair no grupo. O pelotão seguia cada vez mais reduzido, com cerca de 60/70 unidades. A 20 km do fim, foi a vez da Bahrain-Victorious vir para a frente do grupo principal, o que começou a tirar algum tempo à frente da corrida e, com 15 km para a meta, a diferença entre o duo da frente e o pelotão era de 5:46, com o grupo de Nelson Oliveira a 1:22 dos líderes.

Aproximava-se a passos largos a subida final para Colle Passerino, e muitos elementos da fuga original iam sendo recolhidos pelo pelotão, com a chuva ainda e sempre a fazer-se sentir.

O grupo principal estava cada vez mais curto, agora com cerca de 40 unidades, rolando numa fase de descida bastante perigosa. À entrada da derradeira ascensão, a 7 km da meta, o pelotão seguia com 4:37 de desvantagem para a frente, com o grupo intermédio a 1:09. Era uma subida crucial para Taaramae mas também para Nelson Oliveira, os principais candidatos a vestir de rosa no final da jornada, com Alessandro De Marchi também à espreita.

O português seguia com o italiano num grupo de quatro, que estava tendencialmente a recuperar tempo à frente. No sprint intermédio, o português conseguiu ainda ir buscar um segundo de bonificação, que tão importante podia ser nas contas finais da jornada. A 5.2 km da meta, a diferença entre a dupla da frente e o grupo perseguidor era de 35s, mas Oliveira começava a perder o contacto com os restantes elementos do grupo, perante a aceleração de De Marchi, com Dombrowski a ser o único a acompanhar o italiano. Grande esforço deste bravo lusitano num terreno que não é o seu maior forte!

Nessa altura, passava dificuldades João Almeida, surpreendentemente a passar um dia mau nesta fase inicial do Giro! O português começava a ceder numa altura em que havia ainda muita subida pela frente, pelo que se adivinhava um dia de pesadelo para o Canibal das Caldas.

A 4.3 km da meta, De Marchi e Dombrowski alcançavam a frente da corrida, passando direto pelos anteriores líderes, rumo ao topo da subida!

No pelotão atacava Giulio Ciccone, enquanto na frente Dombrowski seguia isolado, com De Marchi a tentar tudo por tudo por se manter perto do norte-americano.

No topo da subida, passou Dombrowski em primeiro, enquanto um pouco atrás, atacava no pelotão Mikel Landa, sem resposta direta de ninguém no pelotão! Movimentação forte do basco, a tentar ganhar tempo à concorrência logo na primeira oportunidade. No pelotão era Vlasov a mexer, com Caruso na sua roda. A Ineos tentava fechar os espaços mas não estava nada fácil de controlar a corrida. Logo de seguida, Egan Bernal mexeu e conseguiu mesmo encostar em Landa, com Carthy e Vlasov atrás de si.

Na frente seguia Dombrowski em primeiro, rumo ao triunfo, com De Marchi um pouco atrás, enquanto a 2 minutos de diferença seguia um grupo de cinco com Bernal, Landa, Vlasov, Carthy, e Ciccone. Mais atrás era Remco Evenepoel a tentar fechar o espaço para esse quinteto de luxo.

Entretanto, chegava à meta Joe Dombrowski, para festejar uma grande vitória e o segundo dia seguido com a fuga a triunfar! Grande triunfo do homem da UAE-Team Emirates, num dia tão complicado! Depois, chegava De Marchi, com o italiano a garantir a ascensão à liderança do Giro. Terminado o esforço, o veterano corredor emocionou-se com o feito que tinha acabado de alcançar!

Entre os homens da geral, os melhores foram mesmo Bernal, Landa, Carthy, Vlasov, e Ciccone, que terminaram a 1:37 da frente, ganhando 11 segundos ao grupo de Evenepoel, Yates, Dan Martin, Bardet, entre outros. Ciclistas como Buchmann e Nibali perderam ainda mais tempo, enquanto João Almeida foi mesmo o grande derrotado do dia, fechando no 49º posto da etapa, a 5:58 de Dombrowski, e descendo para o 42º lugar, a 5:38 de De Marchi.

Nelson Oliveira fechou a etapa na 8ª posição, seguindo agora na geral no 4º posto, a 48s de De Marchi. Já Ruben Guerreiro terminou a tirada no 39º posto, a 3:06 do vencedor, e na geral ocupa agora o 35º lugar, a 3:16 da rosa.

Amanhã disputa-se a 5ª etapa da competição, com 177 km, entre Modena e Cattolica, num dia totalmente plano, onde os sprinters poderão tirar a barriga de misérias.

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