Fuga triunfa em mais um dia de liderança para João Almeida!
O britânico Alex Dowsett venceu a oitava etapa da Volta a Itália, concretizando uma movimentação a partir da fuga do dia após várias tentativas de distanciar os companheiros de escapada. Na segunda posição terminou o italiano Salvatore Puccio (INEOS Grenadiers), enquanto no terceiro posto ficou o britânico Matt Holmes (Lotto Soudal).
A oitava etapa da 103ª edição da Volta a Itália disputou-se numa extensão de 200 km entre Giovinazzo e Vieste. A tirada apresentava-se plana na primeira metade, com a primeira dificuldade a surgir apenas ao fim de 90 km de corrida, com uma contagem de montanha de segunda categoria, o Monte Sant’Angelo (9.4 km a 6.2%). Seguiam-se alguns km de descida, com os últimos 75 km com muito sobe e desce, embora a única subida categorizada fosse uma quarta categoria, a mais de 40 km do final. Os 15 km finais eram em circuito maioritariamente plano, embora apresentando duas subidas curtas e duras (1 km a 9.1%), a última das quais a 10 km da meta.
No início da jornada, seis corredores conseguiram distanciar-se do pelotão: Simone Ravanelli (Androni), Joey Rosskopf (CCC), Mathias Brandle e Alex Dowsett (Israel Start-Up Nation), Matthew Holmes (Lotto Soudal), e Salvatore Puccio (INEOS Grenadiers). A vantagem do grupo foi aumentando enquanto ia sendo percetível que o pelotão não estava muito interessado em eliminar a fuga. Apenas a BORA e a Sunweb tinham reais interesse no sprint, mas cedo perceberam que não teriam ajuda, pelo que acabaram por não colocar mãos à obra. Refira-se que estas equipas terão de trabalhar já amanhã para Rafal Majka e Wilco Kelderman, respetivamente, pelo que não seria sensato gastar demasiada energia nesta etapa.
Também as restantes equipas dos favoritos optaram por poupar-se para a etapa de montanha de amanhã. Apenas a Deceuninck-Quick Step, do líder João Almeida, ia controlando o andamento a espaços mas sem despender demasiado esforço.
A meio da etapa, os seis líderes contavam com mais de dez minutos de avanço. No topo do Monte Sant’Angelo, ainda houve algumas movimentações, com uma aceleração do “Tubarão” Vincenzo Nibali antes da descida, e depois da própria equipa da Trek-Segafredo, mas com duas quedas no pelotão na descida e com Jakob Fuglsang atrasado devido a um problema mecânico, a Trek-Segafredo acabou por desistir do trabalho de endurecimento.
Assim, a fuga deu por si com a etapa ao seu dispor, ainda com 50 km para o final. Primeiro, atacou Dowsett, com a restante fuga a responder. Na penúltima subida do dia, atacaram Puccio e Holmes. Rosskopf ainda fechou o espaço, com a dupla da Israel a ficar para trás. No entanto, Dowsett e Brndle conseguiram trabalhar bem em conjunto, de forma a alcançar a frente.
A 19 km do final, atacou Brandle, com o restante grupo a anular a movimentação, mas logo a seguir veio mais uma investida da Israel, com o ataque de Dowsett. O britânico chegou à última subida do dia com 50 segundos de avanço sobre Puccio e Holmes. No cimo da ascensão, a vantagem de Dowsett era de apenas 25 segundos, mas os esforços dos perseguidores acabariam por ser inglórios.
Dowsett fez uso da sua forte faceta de contrarrelogista, aguentando isolado na frente até cortar a meta na primeira posição. A 1:15 chegou o primeiro grupo de perseguidores, com Puccio a fazer segundo, Holmes terceiro, e Rosskopf quarto. Brandle chegou a 2:10 e Ravanelli a 2:13. O pelotão chegou a 13:56 de Dowsett, com o australiano Michael Matthews (Team Sunweb) a bater o colombiano Fernando Gaviria (UAE-Team Emirates) no sprint pela sétima posição.
Dowsett, que ainda não possui contrato para 2021 e tratou assim de apresentar as suas credenciais a potenciais empregadores, garante assim a segunda vitória no Giro, depois do contrarrelógio de 2013, onde se superiorizou a Bradley Wiggins.
Em termos de classificação geral, acabou por ser um dia tranquilo para o líder João Almeida, que terminou na 17ª posição, integrado no pelotão, mantendo assim a vantagem de 43 segundos sobre Pello Bilbao (Bahrain-McLaren) e 48 sobre Wilco Kelderman (Team Sunweb).
Ruben Guerreiro ficou na 64ª posição, também ele integrado no pelotão. Na geral, o ciclista da EF Pro Cycling segue no 39º posto, a 18:32 da liderança do seu compatriota.
Nota para a notícia do abandono de Simon Yates (Mitchelton-Scott) antes da etapa, devido a um teste positivo à Covid-19. Segundo informações da equipa, os restantes ciclistas e o staff da formação australiana testaram negativo.
Amanhã, disputa-se a nona etapa da prova italiana e a última antes do primeiro dia de descanso. Será uma ligação de 208 km entre San Salvo e Roccaraso com muita dureza, patente nas quatro contagens de montanha presentes no percurso. Duas são de segunda categoria e duas de primeira, com a última das quais (9.6 km a 4.4%) colocada a cinco km do final, embora os ciclistas continuem em subida até à meta.
Gonçalo Simões vence no passatempo e aproxima-se do líder Luís Silva.