Godzilla van der Poel para a história com 3ª vitória na Ronde van Vlaanderen! Morgado no top5!

O Campeão do Mundo Mathieu van der Poel (Alpecin – Deceuninck) venceu a edição 108 da Ronde van Vlaanderen, clássica com 270,8km entre Antuérpia e Oudenaarde após 45km a solo! O Godzilla disparou o raio atómico no Koppenberg e já só foi novamente visto na meta, para celebrar a sua terceira vitória na corrida. O italiano Luca Mozzato (Arkea – B&B Hotels) foi o surpreendente segundo, vencendo o sprint do grupo perseguidor, 1:02 depois. Nils Politt (UAE Team Emirates) acabou por ser terceiro, após desclassificação de Michael Matthews (Team Jayco – AlUla), enquanto António Morgado brilhou e fechou o top5!

O filme da Ronde van Vlaanderen

A Ronde van Vlaanderen voltou a trazer-nos uma corrida recheada de espetáculo, com muitos ataques e movimentações ao longo dos muros empedrados belgas. A fuga do dia formou-se nos primeiros 10km com Bert van Lerberghe (Soudal Quick-Step), David Dekker (Arkea – B&B Hotels), Stanislaw Aniolkowski (Cofidis), Damien Touzé (Decathlon AG2R La Mondiale), Luke Durbridge e Elmar Reinders (Team Jayco – AlUla), Lionel Taminiaux (Lotto Dstny) e Jelle Vermoote (Bingoal WB).

A fuga do dia na primeira passagem pelo Oude Kwaremont (Foto: Getty Images)

A Alpecin – Deceuninck e a Lidl – Trek rapidamente tomaram conta das ocorrências e mantiveram a vantagem do grupo nos 4min. Tim Declercq (Lidl – Trek) e Silvan Dillier (Alpecin – Deceuninck) eram os homens de serviço na frente do pelotão. A primeira metade da corrida decorreu sem grande história, e foi sensivelmente a meio que se deu a primeira grande queda. Matej Mohoric (Bahrain Victorious) foi um dos homens afetados, mas conseguiu prosseguir.

Perante novas quedas, sem favoritos envolvidos, os ataques começaram a surgir a 114km da meta no Kappelberg. Axel Laurance (Alpecin – Deceuninck) e Jonas Abrahamsen (Uno-X Mobility) foram os primeiros a mexer, mas sem sucesso. Seguiu-se o Wolvenberg, onde Mads Pedersen (Lidl – Trek) atacou pela primeira vez. O dinamarquês foi rapidamente marcado, mas voltou a mexer no Molenberg, com resposta pronta de Mathieu van der Poel (Alpecin – Deceuninck) e Matteo Jorgenson (Visma | Lease a Bike).

Corrida partida, com Visma e Trek a atacarem a Alpecin

Os vários ataques fizeram a corrida partir, e formou-se um grupo na perseguição à fuga onde seguia Pedersen. A cerca de 90km do fim, a fuga foi alcançada, enquanto no pelotão era a Alpecin – Deceuninck a trabalhar. A 87km do fim, na ascensão ao Valkenberg, van der Poel atacou e e fez rapidamente a ponte para o grupo da frente. Pedersen tentou acelerar na chegada ao topo do muro, mas foi rapidamente marcado por Vermeersch. Os dois ganharam cerca de 20s de vantagem. Na perseguição, tudo se volou a reagrupar, mas os ataques não pararam.

Matteo Jorgenson foi um dos ciclistas mais em evidência ao longo do dia! (Foto: Cor Vos)
Matteo Jorgenson foi um dos ciclistas mais em evidência ao longo do dia! (Foto: Cor Vos)

Pouco depois, o nervosismo provocou uma nova queda, com Stefan Kung (Groupama – FDJ) a ficar envolvido. O suíço ficou com o joelho esquerdo bastante mal-tratado. A entrada no Berg ten Houte, a 75km do fim, gerou novos ataques no pelotão. A UAE Team Emirates surgiu com Wellens ao ataque, tendo resposta pronta dos restantes candidatos. Na frente, Pedersen puxava sozinho e sem ajuda de Vermeersch.

Apesar das visíveis dificuldades, Kung não desistiu e lutou até entrar num grupo que perseguia o pelotão, a 70km do fim. A junção aconteceu 2km depois, mesmo antes da subida a Hotond. Pedersen continuou o trabalho na frente, e manteve a vantagem nos 20s, perante o trabalho da Alpecin – Deceuninck. A preparação para nova ascensão ao Oude Kwaremont aumentou o ritmo do pelotão. Os favoritos procuravam colocar-se para entrar na melhor posição possível.

Movistar ao ataque de forma irreverente

Oier Lazkano foi uma das figuras dos ataques da Movistar! (Foto: Getty Images)

O pelotão entrou com um ritmo muito elevado no Oude Kwaremont, a 55km da chegada. Oier Lazkano (Movistar) surgiu na frente, mas foi van der Poel a atacar e a fechar o espaço para Pedersen e Vermeersch. O dinamarquês tentou seguir o Campeão Mundial, mas faltaram-lhe as pernas e teve de ser o espanhol a alcançá-lo. Com ele aguentaram também Dylan Teuns (Israel – Premier Tech), Laurance Pithie (Groupama – FDJ) e Tim Wellens.

Na descida do Kwaremont, a perseguição voltou a juntar-se à frente. Ivan Garcia Cortina (Movistar) lançou um ataque, que teve o condão de voltar a esticar o grupo. Rapidamente se chegou ao Paterberg, com Ben Turner (INEOS Grenadiers) a controlar o ritmo, que não permitiu mais ataques. A colocação de Alberto Bettiol (EF Education – EasyPost), Matteo Trentin (Tudor Pro Cycling) e Mads Pedersen não era a melhor. Os três tiveram de gastar energias para se manterem com a possibilidade de discutir a corrida.

Cortina voltou a mexer após o Paterberg, e desta vez isolou-se na dianteira. Na perseguição surgiam van der Poel, Mohoric, Pedersen, Turner, Lazkano, Wellens, Jorgenson, Teuns, Oliver Naesen (Decathlon AG2R La Mondiale) e Laurenz Rex (Intermarche – Wanty). Pithie e Toms Skujins (Lidl – Trek) fizeram a ponte pouco depois, mas mais ciclistas foram entrando na perseguição.

Godzilla disparou o raio atómico

A 45km do fim surgiu o assustador Koppenberg. Com a estrada molhada, Mathieu van der Poel colocou toda a sua potência e ganhou vantagem sobre a concorrência. Cortina sofria um problema mecânico, e ficava inevitavelmente para trás. A dureza da subida foi tal que poucos foram os ciclistas que conseguiram passar sem pôr o pé no chão. Jorgenson foi quem melhor conseguiu responder ao Campeão do Mundo, enquanto Mads Pedersen era terceiro na estrada e estava já a 30s.

O ataque de Mathieu van der Poel no Koppenberg (Foto: Getty Images)
O ataque de Mathieu van der Poel no Koppenberg (Foto: Getty Images)

Jorgenson manteve van der Poel sempre em vista, com uma diferença inicial de cerca de 10s na estrada. O espaço, porém, começou a aumentar com a chegada ao Marieborrestrat. Jorgenson cedia terreno a cada metro, enquanto van der Poel colocava a diferença quase no minuto, no muro do Taaienberg. A perseguição tinha já os olhos postos no americano, com Bettiol, Cortina, Teuns e Wellens. Rex e Pedersen passavam por dificuldades e cediam alguns metros.

O grupo que se juntou na perseguição com Oliver Naesen na frente (Foto: Getty Images)
O grupo que se juntou na perseguição com Oliver Naesen na frente (Foto: Getty Images)

Os quatro elementos intermédios acabaram por alcançar Jorgenson, mas também Pedersen e Rex conseguiram reentrar. A 32km da meta, Cortina voltou a tentar atacar, mas o grupo não o deixou escapar. A diferença para van der Poel era já de 1:25, pelo que a luta era pelo segundo lugar. Um segundo grupo perseguidor rodava a 50s do primeiro. A 28km do fim, na última passagem por Hotond, o grupo perseguidor partiu-se com Bettiol e Teuns a ganharem 3s sobre Cortina e Wellens, enquanto Rex, Jorgenson e Pedersen perdiam um pouco mais.

Oude Kwaremont e Paterberg recolocaram Morgado na disputa

António Morgado foi um brilhante quinto classificado no seu primeiro Monumento!
António Morgado foi um brilhante quinto classificado no seu primeiro Monumento!

A corrida direcionou-se para os kms finais, com Skujins, Naesen e Michael Matthews (Team Jayco – AlUla) a alcançarem o grupo de Pedersen. Na frente, van der Poel chegava à última passagem pelo Oude Kwaremont com 1:50 sobre Bettiol e Teuns. O Campeão do Mundo fez um setor monstruoso, e manteve a sua diferença para os mais diretos perseguidores. No terceiro grupo, Jorgenson, Pedersen e Rex cediam visivelmente, mas Tiesj Benoot (Visma | Lease a Bike), António Morgado, Mikkel Bjerg e Nils Politt (UAE Team Emirates), Magnus Sheffield e Joshua Tarling (INEOS Grenadiers) e Luca Mozzato chegavam para lutar pelo pódio.

No Paterberg, Teuns ganhava uma pequena vantagem sobre Bettiol, mas o italiano fechava logo após a descida. Matthews e Naesen ganhavam alguns metros no grupo maior, com Sheffield a fazer a ponte logo de seguida. A UAE Team Emirates trabalhava no grupo maior para levar Tim Wellens ao pódio. A 8km do fim, Benoot furou, e o trabalho da UAE começou a render frutos, quando alcançaram o trio de Matthews.

Luta emocionante pelo pódio da Ronde van Vlaanderen

Luca Mozzato venceu o sprint pelo segundo posto na Ronde van Vlaanderen! (Foto: Getty Images)
Luca Mozzato venceu o sprint pelo segundo posto na Ronde van Vlaanderen! (Foto: Getty Images)

Van der Poel foi controlando o ritmo até final, sem precisar de forçar mais tempo. A emoção prevalecia, tentando perceber-se se o grupo de Morgado iria poder lutar pelo pódio. O Campeão do Mundo celebrou em grande estilo a sua terceira Ronde van Vlaanderen, enquanto tudo se juntava na perseguição já nos metros finais. Bettiol e Teuns ficavam a uma miragem do pódio, enquanto Mozzato arrancava para ser segundo. Matthews foi terceiro no risco, mas fechou Politt sobre o risco de meta e acabou relegado para 11º.

António Morgado conseguiu a melhor prestação de sempre de Portugal na Ronde van Vlaanderen! O português fechou o top5 e alcançou o maior resultado da sua curta carreira!

O pódio da Ronde van Vlaanderen com Luca Mozzato, Mathieu van der Poel e Nils Politt (Foto: Getty Images)
O pódio da Ronde van Vlaanderen com Luca Mozzato, Mathieu van der Poel e Nils Politt (Foto: Getty Images)

Classificações

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Foto de Capa: BELGA

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