Adam Yates dá continuidade a grande época com triunfo no Grand Prix Cycliste de Montréal!

O britânico Adam Yates, da UAE Team Emirates, venceu a 12ª edição do Grand Prix Cycliste de Montréal, batendo num sprint a dois o francês Pavel Sivakov, da INEOS Grenadiers! No sprint para terceiro, o mais forte foi Alex Aranburu, da Movistar!

A edição de 2023 da clássica canadiana trazia um percurso de 221.4 km, incluindo um circuito de 17 voltas e outras tantas passagens pelo Côte Camilien-Houde (1.8km a 7.3%). Antevia-se um dia duro e com bastante chuva, algo que acabou por se confirmar.

A fuga do dia teve apenas um elemento, Florian Vermeersch, da Lotto Dstny. Esta era uma situação confortável para o pelotão, que permitiu alguma margem ao belga durante boa parte da jornada. A 100km do final, e ainda com 9 voltas por disputar, a vantagem do atacante solitário rondava os 5 minutos, com o trabalho de perseguição a ser assumido pela Israel – Premier Tech. Um dos homens que ia trabalhando na formação israelita era Daryl Impey, na sua despedida do ciclismo profissional. Ao terminar o seu trabalho, o ciclista sul-africano acabou por abandonar, debaixo de um coro de aplausos, num momento emocionante para o corredor que chegou a vestir de amarelo na Volta a França.

A 90km do final, vinham para a frente do pelotão a Lidl-Trek e a Groupama-FDJ e alguns corredores começavam a passar dificuldades na parte de trás do grupo principal. A margem para a fuga começava a baixar drasticamente.

A 60km do final, com a Soudal Quick-Step a aumentar o ritmo na frente do pelotão, a vantagem de Vermeersch reduzia-se para apenas 30 segundos. Pouco depois, o grupo principal alcançou mesmo o corajoso do dia. Nos quilómetros seguintes, a Quick-Step manteve o andamento bem elevado, através de Mauro Schmid, tentando impedir novos ataques. Apesar da vontade, a sorte não sorria à formação belga, com os seus líderes, Julian Alaphilippe e Ilan Van Wilder, a ficarem atrasados devido a problemas mecânicos. Quando Schmid terminou o seu trabalho, de imediato encostou e abandonou, ficando o pelotão refém de alguém que impusesse o ritmo. Nesta fase de indefinição, acabou por ser a Groupama a assumir o controlo.

A 40km do fim, atacou o vencedor da clássica do Québec, Arnaud De Lie, da Lotto Dstny! Ciente das dificuldades para os sprinters no dia de hoje, o belga resolveu tentar a sua sorte de longe, mas, na antepenúltima subida do dia, a UAE baixou o martelo, através de Rafal Majka, com o grupo a alongar e com De Lie a ser rapidamente absorvido.

A 20km do fim, na penúltima volta, a UAE voltou à carga, com vários nomes a sentirem dificuldades, nomeadamente De Lie, Laporte, Cosnefroy, Bilbao, Hindley, Matthews, ou Alaphilippe. Estes corredores haveriam de conseguir recolar na zona plana, mas não se antevia uma tarefa fácil para estes homens na última subida do dia. Na frente, ficavam pouco mais de 20 unidades, com Brandon McNulty (UAE Team Emirates) a impor o ritmo. A 18km da meta, atacou o campeão irlandês Ben Healy, mas o norte-americano da UAE fechou o espaço rapidamente.

Depois, foi a vez de Michael ‘Bling’ Matthews (Team Jayco – AlUla) tentar a sua sorte, também ele antecipando as dificuldades que iria ter na subida final e tentando surpreender de longe. À entrada da volta final, o pelotão alcançou Matthews, com o grupo a postos para a subida final. Nessa dificuldade, McNulty aumentou o ritmo, o que causou nova razia no grupo. Aqueles que tinham reentrado momentos antes voltavam a perder o contacto.

A 10 km do fim, atacou Adam Yates, numa movimentação poderosa, com o único a ser capaz de responder a ser Pavel Sivakov! O resto do grupo, com Skjelmose à cabeça, ficou a entreolhar-se, sem capacidade de reação. Com mais de 200km nas pernas e com a chuva a continuar a fustigar os corredores, era notório que muitas unidades rodavam já completamente vazias de energia. Pouco depois, Sivakov cedeu e Adam Yates seguiu isolado, com a diferença para a restante concorrência a crescer. Lá atrás, Marc Hirschi ia tentando destabilizar a perseguição num grupo com nomes como Madouas, Skjelmose, Aranburu, Velasco, Simon Yates, e ainda Alaphilippe, que voltava a reentrar.

Após a subida, na fase plana, Sivakov conseguiu alcançar Adam Yates. Faltavam 8km para o final, e a margem da dupla da dianteira para o grupo principal era de 15 segundos. Lá atrás, tentava sair Skjelmose, com Madouas e o restante grupo a seguirem o campeão dinamarquês. Ao fim de algum tempo na roda, Sivakov deu uma ajuda a Adam Yates, tentando manter algum avanço sobre o grupo de perseguidores, onde não havia entendimento.

Sivakov e Adam Yates acabariam por entrar isolados no quilómetro final, com o britânico, inteligentemente, a colocar-se na roda do francês da INEOS. Lá atrás, O’Connor tentava fechar o espaço, mas não havia nada a fazer; a discussão da vitória seria mesmo a dois. A 200 metros do fim, Adam Yates, claramente favorito entre os dois, lançou o seu sprint, vencendo com à vontade sobre Sivakov! No terceiro posto, a 12 segundos do vencedor, fechou Alex Aranburu, ganhando o sprint a Madouas, Velasco, Simon Yates, e O’Connor.

O pódio final do GP Montreal com Alex Aranburu – Adam Yates – Pavel Sivakov (da esquerda para a direita)

Grande vitória do britânico da UAE, a dar sequência a uma excelente temporada, onde se destaca o pódio final no Tour de France ou a vitória no Tour de Romandie, entre outros resultados de destaque. Yates garante também pontos importantes para formação dos Emiratos Árabes Unidos, que lidera a tabela World Tour!

Ivo Oliveira (UAE Team Emirates) acabou por não terminar a corrida, num dia de trabalho em prol dos seus companheiros.

Classificações

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Foto de Capa: Getty Images

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