Alison Jackson para a história! Canadá conquista Roubaix na primeira fuga a triunfar no feminino!
A canadiana Alison Jackson (EF Education – TIBCO – SVB) venceu em fuga a 3ª edição da Paris – Roubaix Femmes, mítica clássica que só em 2021 chegou ao pelotão feminino, e que este ano contou com 146km entre Denain e o Velódromo de Roubaix! As audazes tiveram a sorte do seu lado, e disputaram o sprint pela vitória, com Jackson a bater
Em fim de semana de Roubaix, o sábado foi dedicado à corrida das senhoras, que uma vez mais nos trouxe um excelente espetáculo! Os primeiros 10km foram feitos de forma bastante rápida, e só a partir do km 16 houve permissão para se formar a fuga do dia. Com toda a gente interessada em ter alguém na frente, foram 18 as ciclistas a escapar: Lisa Klein (Trek – Segafredo), Femke Markus (Team SD Worx), Alice Towers (Canyon // SRAM Racing), Eugenie Duval (FDJ – SUEZ), Daniek Hengeveld (Team DSM), Marta Lach (Ceratizit – WNT Pro Cycling), Katia Ragusa (Liv Racing), Laura Tomasi (UAE Team ADQ), Josie Talbot (Cofidis), Lisa van Hervoirt (Parkhotel Valkenburg), Julia Borgstrom (AG Insurance – Soudal Quick-Step), Alison Jackson (EF Education – TIBCO – SVB), Marie-Morgane Le Deunff (Arkea Pro Cycling Team), Susanne Andersen (Uno-X Pro Cycling Team), Amber Pate (Team Jayco – AlUla), Jesse Vandebulcke (Human Powered Health), Marion Borras (St. Michel – Mavic – Auber93) e Marthe Truyen (Fenix – Deceuninck).
Sem ninguém na fuga ficaram a Movistar e a Jumbo – Visma, mas o pelotão deixou este grupo ganhar uma larga vantagem de 6min, que colocou a corrida em perigo! A emoção chegou nos últimos 100km, tal como esperado, e o nervosismo começou também a trazer algumas quedas. Numa delas, o pelotão partiu-se, e um grupo de 20 ciclistas ficou atrasado, com Marianne Vos (Jumbo – Visma) a ser o maior nome que ficou cortado. A neerlandesa ainda reentrou, mas um furo a 74km do fim voltou a colocá-la na pare de trás da corrida.
A 73km do fim, Hengeveld atacou na dianteira e isolou-se com o grande grupo a perder van Hervoirt, ms a manter-se a uma confortável vantagem de cerca de 30s da neerlandesa. No pelotão era Elynor Backstedt (Trek – Segafredo) a assumir o trabalho nos primeiros setores de pavê, fazendo a diferença encurtar ligeiramente para os 5:30. A 66km do fim foi a vez de Christine Majerus (Team SD Worx) acelerar, e provocar um esticão do pelotão, com a diferença a cair. A ela seguiu-se Elisa Balsamo (Trek – Segafredo), e o pelotão voltou a esticar, com Vos a estar próxima de reentrar e a não conseguir.
No setor de Auchy à Bersee, classificado com 4 estrelas, já com a dianteira a 51km do fim, foi no pelotão que se assistiu a uma das movimentações do dia, com Lorena Wiebes a acelerar para um grande ataque de Lotte Kopecky (Team SD Worx)! A belga saiu sozinha, com Lucinda Brand e Elisa Longo Borghini (Trek – Segafredo) no seu encalço, assim como Pfeiffer Georgi (Team DSM), Elise Chabbey (Canyon // SRAM Racing) e Floortje Mackaij (Movistar). As seis acabaram por se juntar em posição intermédia, já a cerca de 3min da dianteira, com uma nova queda a ter fracionado o pelotão.
A 43km do fim, Hengeveld era alcançada pelo grupo perseguidor, apenas com ciclistas da fuga inicial, enquanto o grupo das favoritas recebia, numa primeira instância, Franziska Koch (Team DSM), Chiara Consonni (UAE Team ADQ) e Romy Kasper (AG Insurance – Soudal Quick-Step). Pouco depois, mais unidades chegaram a este grupo, incluindo a portuguesa Maria Martins (Fenix – Deceuninck), que se mostrava bastante bem na corrida! Vos havia reentrado pouco antes no pelotão, mas seguia a cerca de 1min deste grupo.
Com 37km pela frente deu-se uma importante queda, que acabou por ditar, invariavelmente o destino da corrida. No grupo das favoritas, Longo Borghini perdeu o controlo da bicicleta e caiu, fazendo todas as adversárias caírem atrás de si, à exceção de Kasper, que liderava o grupo. Em pior estado ficaram Lotte Kopecky, que foi de ombro ao chão, e Sanne Cant (Fenix – Deceuninck), que ficou a sangrar da cara. Kasper ficou sozinha em posição intermédia, a cerca de 2:10, enquanto o grupo se reorganizava atrás de si.
A corrida ficou completamente partida, mas no grupo perseguidor voltaram a juntar-se bastantes das ciclistas que caíram. Eram agora Tata Martins, Brand, Longo Borghini, Chabbey, Georgi, Consonni, Kasper Marta Bastianelli (UAE Team ADQ), Julie Leth (Uno-X Pro Cycling Team), Margaux Vigie (Lifeplus Wahoo) e Christina Schweinberger (Fenix – Deceuninck), com a companhia de Talbot e Le Deunff, que haviam descaído da fuga.
A 27km, Katia Ragusa atacou na frente, mas sem sucesso. O grupo na dianteira tinha 1:45 sobre o grupo perseguidor com a portuguesa, enquanto o denominado pelotão estava a 2:30, comandado por Lorena Wiebes, Marianne Vos e a australiana Grace Brown (FDJ – SUEZ). Com a chegada de Kopecky ao pelotão, o ritmo aumentou, e a junção entre este grupo e o intermédio esteve muito próxima de acontecer muito rapidamente, quando na frente estavam as fugitivas a começarem a marcar-se e por isso a perder tempo.
A entrada nos setores de Camphin en Pevele e depois no Carrefour de l’Arbre foram decisivas! Na frente, Marta Lach acelerou e desfez por completo o grupo da fuga, deixando consigo Jackson, Markus, Duval, Ragusa, Borras e Truyen. Mais atrás, Kopecky e Vos, que foram dadas por muitos como fora da corrida, aceleraram, levaram Brown com elas, e encostaram no grupo intermédio com as restantes favoritas, reentrando assim na discussão e trazendo ainda mais emoção à corrida! Tata Martins acabou por descolar do grupo na aceleração de Kopecky no final do último destes dois setores.
À saída dos dos últimos grandes setores, a vantagem era já de apenas 40s, mas a fuga começou depois a pagar o esforço. A coordenação do grupo perseguidor, que tinha também algumas ciclistas para trabalhar, acabou por fechar muito rapidamente o espaço. A 10km do fim, a diferença era de 10s, mas por aí se manteve durante bastante tempo, já que a colaboração na frente estava agora a ser boa, e no grupo perseguidor começaram a parar. Foi a Campeã Britânica, Alice Towers, integrante da primeira fuga do dia, quem acabou por assumir o trabalho, mas a diferença estava agora a aumentar!
A 4.5km do fim, Brand tentou atacar pela parte de fora de uma curva com duas faixas, mas foi fechada por Schweinberger. Logo a seguir Chabbey tentou uma nova investida, e depois foi Longo Borghini a voltar a acelerar, mas Kopecky fechou muito rapidamente o espaço para a italiana. Bastianelli assumiu depois o trabalho, ajudando Borghini, com a diferença a voltar aos 10s a 3km do fim.
O espaço nunca conseguiu ser fechado, e foi Marta Lach a tentar atacar à entrada para o Velódromo, com a discussão a estar garantida entre as escapadas. Na luta pelo posicionamento, Femke Markus caiu, e Marion Borras tentou ainda surpreender com um sprint de longe, mas foi Alison Jackson, que colocou todo o seu coração nas pernas e conquistou a maior vitória da sua carreira, aquela que nunca e esquecerá e levará para contar aos netos: a vitória na Paris – Roubaix! O grupo com as favoritas acabaria por chegar a 12s, encabeçado por Kopecky que ainda foi sétima, depois do azar da queda, com Georgi a ser oitava, Consonni nona, e Vos décima, depois de todo um dia em perseguição!
Maria Martins foi 24ª, a 1:42, após mais uma grande exibição na super clássica!
O Pódio Final
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