Mads Pedersen triunfa em fuga de luxo! Vikings continuam a reinar no Tour!
O dinamarquês Mads Pedersen, da Trek-Segafredo, venceu a etapa 13 do Tour de France, ao ser o mais forte da fuga do dia! No sprint final a três, o antigo campeão do mundo bateu o britânico Fred Wright, da Bahrain-Victorious e o canadiano Hugo Houle, da Israel Premier-Tech.
A etapa 13 da Volta a França trazia uma jornada de 192.6 km, entre Bourg d’Oisans e Saint-Etienne, num dia com três contagens de média montanha, que não deveriam ser impeditivas de uma chegada em pelotão compacto.
No início da tirada, começaram os ataques, com nomes de relevo como Mads Pedersen ou Stefan Küng entre os primeiros instigadores. Depois de algumas movimentações que não tiveram o sucesso desejado, um grupo de três corredores acabou por conseguir sair, com Filippo Ganna (INEOS), Matteo Jorgenson (Movistar), e Stefan Küng (Groupama-FDJ). Pouco depois, outros quatro ciclistas conseguiram juntar-se à frente, entre eles Fred Wright (Bahrain), Mads Pedersen (Trek), Quinn Simmons (Trek), e Hugo Houle (Israel).
Assumiam o pelotão duas formações de sprinters, a Lotto Soudal, de Caleb Ewan, e a Alpecin-Deceuninck, de Jasper Philipsen, não permitindo que a margem dos escapados aumentasse em demasia. Com homens como Ganna e Küng na dianteira, as equipas dos velocistas sabiam que não podiam dar margem à fuga.
Assim, ao fim de 80 km de corrida, e ainda com mais de 110 para realizar, o avanço dos fugitivos era de apenas 1’50”. Na frente do grupo principal, ia trabalhando um dos históricos do pelotão, Philippe Gilbert, da Lotto Soudal.
A margem dos fugitivos ainda aumentou até aos 2 minutos, mas rapidamente voltou a reduzir-se. Começavam a sentir-se alguns ventos cruzados, o que aumentava ainda mais os nervos no grupo principal. A 85 km da meta, a margem baixava para 1’20”, com alguns corredores a passarem dificuldades na parte de trás do pelotão, entre eles Fabio Jakobsen, um dos potenciais vencedores no final do dia.
Pouco depois, começaram mesmo a surgir cortes no pelotão, com o vento a causar o caos. No entanto, acabou por ser apenas uma situação momentânea, fruto de alguns ciclistas estarem na zona de abastecimento.
A fuga ia colaborando de forma afincada e eficiente, enquanto no pelotão começava a faltar alguma frescura nas pernas dos homens da Lotto e da Alpecin. A margem começava novamente a subir, chegando aos 2’24” a 72 km da meta.
A 70 km do fim, golpe de teatro, com a queda de alguns elementos do comboio da Lotto, em particular o mais importante de todos, Caleb Ewan. O australiano ficou bastante maltratado, em particular na zona do joelho, dando a entender ao seus colegas para continuarem sem ele. De todo o modo, o Pocket Rocket manteve-se em prova, tentando ainda recolar no pelotão, fazendo uma prova de meio fundo atrás do carro da Alpecin, com os rivais belgas a darem uma preciosa ajuda.
Na frente do pelotão, outra equipa belga, a Quick-Step, juntava-se à Alpecin no trabalho de perseguição, embora Jakobsen continuasse a passar algumas dificuldades nesta jornada. O grupo da frente ia mostrando toda a qualidade que lhes é reconhecida, tornando o trabalho de perseguição bem complicado. O pelotão ia rodando a 2 minutos da frente, mas era difícil de baixar muito mais.
A 50 km do final, mantinha-se a margem de 2 minutos entre fuga e pelotão, com a Jumbo-Visma a chegar-se também à frente para dar uma mãozinha à Alpecin. Entretanto, Caleb Ewan perdia o contacto com o grupo que ia perseguindo o pelotão.
Com os ciclistas a ultrapassarem a última subida categorizada do dia, os segundos para a fuga continuavam a crescer, com a Alpecin reduzida a apenas uma unidade de trabalho. E pouco depois, Dillier chegou mesmo ao seu limite, e com Jakobsen a perder terreno, também a Quick-Step saía do comando do grupo. Vinham para a frente do grupo as equipas dos homens da geral, impondo um ritmo suave, como que entregando de forma oficial o triunfo à fuga.
Com o pelotão mais tranquilo, o avanço dos fugitivos começou a crescer até cerca de 3’30”. A lógica parecia ditar uma vitória fácil para o pelotão nesta parte final de etapa, no entanto, a BikeExchange tinha outras ideias. Apesar de terem estado incógnitos durante todo o dia, os australianos surgiam agora em força na cabeça do pelotão, num esforço que parecia surgir numa fase já tardia da corrida.
O trabalho da BikeExchange ia produzindo os seus frutos, com a diferença para a frente a baixar para 2’30”, a 30 km da meta. No entanto, apenas 3 unidades de trabalho resistiam, o que se impedia que a diferença baixasse mais.
Entrávamos depois nos 15 km finais, com a margem a rondar ainda os 2’20”. Pouco depois, a BikeExchange percebia que não ia conseguir alcançar a fuga, terminando o seu trabalho. Na frente, atacava Pedersen, com Wright e Houle a seguirem o dinamarquês.
A 10 km do fim, o trio da frente rodava com 16 segundos de avanço sobre o outro trio, com Ganna, Küng, e Jorgenson, enquanto o pelotão estava já a mais de 3 minutos, com a Jumbo a voltar a colocar um ritmo tranquilo.
A margem entre os dois grupos da frente ia abrindo, e parecia que teríamos mesmo um sprint a três para decidir a vitória nesta etapa. A 3 km do fim, ataca Wright, com os dois rivais a segui-lo.
O trio chegou junto aos dois quilómetros finais, começando o habitual jogo do gato e do rato. Os ciclistas iam entreolhando-se, com Houle à frente, Pedersen na sua roda, e Wright logo atrás.
Chegava então a altura da grande decisão! A 500 metros do risco, os ciclistas levantaram-se do selim, começando a preparar o arranque. O favorito era Pedersen, e o antigo campeão do mundo acabou por não dar qualquer hipótese, arrancando de forma decidida e abrindo logo uma margem confortável para os dois rivais!
Primeira vitória do Viking da Trek-Segafredo no Tour de France, e o regresso aos triunfos depois da etapa 1 da Volta à Bélgica!
O pelotão chegou com um atraso de 5’45”, liderado por Wout van Aert, que bateu Florian Sénéchal no sprint pelo 7º posto.
Na classificação geral, tudo na mesma, com Jonas Vingegaard a liderar com 2’22” de avanço sobre Tadej Pogacar e 2’26” sobre Geraint Thomas.
Quanto a Nelson Oliveira, terminou a etapa no 71º lugar, a 6’07” do vencedor, seguindo na geral em 56º, a 1h40’55” da amarela.
Amanhã disputa-se a etapa 14, numa nova etapa de ligação, com 192.5 km, entre Saint-Etienne e Mende, num dia mais duro que o de hoje, com um final indicado para os “puncheurs”!
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