Reviravolta no Tour! Abelhas assassinas dão show e Vingegaard arrasa Pogacar!

Jonas Vingegaard e a Jumbo-Visma deram espetáculo na etapa 11 do Tour de France! Depois de um grande trabalho da equipa neerlandesa durante todo o dia, o dinamarquês conseguiu deixar para trás Pogacar na última subida, arrancando para a vitória de etapa, com o esloveno a quebrar e a ceder 2’51” para o seu rival! No final do dia, Nairo Quintana foi 2º, Romain Bardet 3º, e Pogacar apenas 7º! Na geral, Vingegaard lidera agora com 2’16” sobre Bardet e 2’22” sobre Pogacar!

A 11ª tirada do Tour apresentava a primeira jornada de alta montanha da competição com um conjunto de subidas emblemáticas da região dos Alpes. A jornada teria 151.7 km, partindo de Albertville e terminando no Col du Granon (11.4 km a 9.1%), passando pelo caminho pelo Col du Télégraphe e pelo Col du Galibier.

A etapa começou em grande estilo, com o Godzilla e o King Kong ambos ao ataque! Mathieu van der Poel e Wout van Aert eram os primeiros a mexer, mas sem sucesso numa primeira fase.

Os ataques iam sucedendo-se, com muitos interessados em integrar a fuga do dia. Ao fim de quase 30 km de corrida, formou-se mesmo a movimentação da jornada, com 20 ciclistas a isolarem-se, incluindo Van Aert e Laporte, da Jumbo, e também nomes como Van der Poel, Bagioli, Cattaneo, Geschke, Izagirre, Dylan Teuns, Barguil, Pedersen, ou Latour, entre outros.

No pelotão ia trabalhando a formação do líder, a UAE Team Emirates, que hoje tinha um grande teste às suas capacidades. Recorde-se que a equipa de Pogacar roda já reduzida a 6 elementos, após os abandonos de Laengen e Bennett.

A 100 km do fim, o grupo de fugitivos possuía um avanço de 4 minutos sobre o pelotão. Os ciclistas preparavam-se para abordar o triunvirato de grandes subidas desta jornada, com o Télégraphe, o Galibier, e o Granon.

Nos quilómetros seguintes, a vantagem da fuga foi subindo paulatinamente, aproximando-se dos 10 minutos durante a subida ao Télégraphe.

E para gáudio dos adeptos de ciclismo um pouco por todo o mundo, o fogo de artifício surgiu mesmo nesta conhecida subida do Tour, com Benoot e Roglic a lançarem-se ao ataque! A Emirates respondia, com McNulty, Soler, e Majka ao trabalho, mas ficavam bem vincadas as intenções das abelhas assassinas nesta jornada!

No topo do Télégraph, Rogla lança-se novamente ao ataque, sendo seguido por Pogacar, Vingegaard, e Geraint Thomas! Depois de alguns dias algo aborrecidos e com demasiada contenção, chegava a hora do espetáculo! E faltava ainda Galibier e Granon!

Depois, nas fases planas antes do início do Galibier, Vingegaard atacou mesmo, com Pogacar obrigado a responder. Logo de seguida, ataca Roglic, com Poga novamente na resposta! Era a tática perfeita para a Jumbo que conseguia finalmente causar dano em Pogacar, que até aqui parecia completamente inquebrável! O esloveno da Emirates sentia que tinha de fazer alguma coisa e então foi ele mesmo a atacar, mostrando aos rivais da Jumbo que ele não se limitaria a seguir as movimentações.

De seguida novo ataque bicéfalo, primeiro Vinga, depois Rogla, com Poga obrigado a responder a tudo! Era um combate feroz, num 2 para 1 que começava a ficar perigoso para Pogacar!

Pouco depois, novo ataque de Rogla, com Poga e Vinga a segui-lo! O pára-arranca do grupo fazia com que alguns ciclistas conseguissem reentrar, nomeadamente mais elementos da Jumbo. Pogacar sentia a pressão e passava na frente do grupo, liderando à frente de 4 ciclistas da Jumbo! Grande dia do conjunto preto e amarelo, mas também com grande demonstração do Pequeno Pogi, sozinho contra uma das mais fortes equipas do pelotão!

A 50 km do fim, seguia isolado na frente Barguil, com os restantes sobreviventes na fuga a tentar seguir na perseguição. No grupo de elite rodavam 4 Jumbo com Pogacar, Geraint Thomas, Bardet, e Quintana.

O trabalho da Jumbo começava a ter efeitos colaterias, com Roglic a ceder. Depois, era a vez de Quintana quebrar, assim como Thomas e Bardet, ficando apenas Pogacar e Vingegaard na luta, ainda bem longe do topo do Galibier! Era o esloveno que ia realizando o trabalho, com o dinamarquês na roda.

No topo do Galibier, passou Barguil, com Geschke na perseguição a cerca de 1 minuto e com a dupla constituída por Van Aert e Latour a cerca de 1’30”. Pogacar e Vingegaard eram entretanto alcançados pelo grupo de Bardet, Geraint Thomas, e Kruijswijk, com a margem para a frente a situar-se nos 5 minutos. Entretanto, atacava Bardet, com Pogacar, ainda e sempre, a colar no francês, levando Vingegaard consigo. O esloveno impunha um ritmo alto, muito forte para para todos menos Vingegaard.

Quando Van Aert chegou no cimo na subida, abrandou, esperando pelo grupo do camisola amarela, de modo a poder dar algum apoio à sua equipa. No topo do Galibier, Pogacar e Vingegaard passaram com 4’30” de diferença para Barguil.

Na descida, alguns nomes reentraram no grupo do camisola amarela, nomeadamente Kruijswijk, mas nenhum Emirates, para infortúnio de Pogacar. Formava-se um grupo de nove junto do camisola amarela.

Depois, começou o “Show WVA”! O camisola verde deixou-se ficar para trás em relação a Vingegaard, mas apenas para descair o suficiente para chegar ao grupo de Roglic. A partir daí, o King Kong começou um trabalho de locomotiva brutal, rebocando autenticamente o grupo de Roglic, onde seguia também Gaudu, e conseguindo mesmo levar esse grupo a encostar no grupo do camisola amarela! Não contente, Van Aert trabalhou ainda no grupo até ao início do Granon! Surreal a capacidade do belga e a dinâmica de equipa da Jumbo!

A 13 km do fim, Barguil rolava com um avanço de 2’16” sobre o trio composto por Geschke, Latour, e Teuns, com o grupo dos favoritos a mais de 5 minutos. Pouco depois, a 11 km da meta, começava o desafio final, no duríssimo Col de Granon!

Na subida, Barguil começou a quebrar, perdendo tempo para Teuns, que seguia isolado na perseguição, e também para o grupo de elite. Depois de vários quilómetros a trabalhar, WVA saía da frente do grupo e entrava Roglic, impondo ritmo no início do Granon.

No grupo estava também Majka, que vinha para a frente tentando impor um ritmo forte que impedisse mais movimentações da Jumbo nesta fase.

Depois, ataque de Quintana, confirmando um belo dia para a Arkéa! O colombiano arrancava com convicção, ultrapassando várias unidades que faziam parte da fuga original.

A 7 km do fim, apenas 1’45” separava Barguil de Quintana, com o grupo de elite cerca de 15 segundos atrás do colombiano, contendo Majka, Pogacar, Kruijswijk, Vingegaard, Thomas, Yates, e Bardet. A subida revelava-se, de facto, bem complicada, sem que ninguém dos favoritos, à exceção de Quintana, tivesse a audácia de atacar. Barguil pedalava em claro esforço, tentando manter-se isolado na frente da corrida, mas os segundos iam caindo rapidamente. Faltavam apenas 5 km para o topo, numa altura em que começavam novamente os ataques entre os melhores do Tour, com Bardet na ofensiva.

E de seguida, veio o grande momento do dia, com o ataque demolidor de Jonas Vingegaard! Movimentação forte do “Pescador”, com Pogacar desta feita a não ter capacidade para responder! Depois de tanto esforço a desgastar a Emirates e o seu líder, a Jumbo tinha o seu trabalho reconhecido, com o prodígio esloveno dos emires a encontrar finalmente o seu limite, algo que possivelmente nunca tínhamos assistido antes!

Na frente os dois Arkéa juntavam-se, mas seria sol de pouco dura, pois Barguil estava vazio de forças e também pois vinha lá atrás um Vingegaard completamente “on fire”! O dinamarquês cerrava os dentes e dava tudo, com Pogacar claramente em sofrimento e com os segundos a acumularem-se rapidamente entre os dois. Pouco depois, o próprio Geraint Thomas deixava Pogacar para trás, algo que provavelmente nem o galês estaria à espera no início do dia!

Mais à frente, Vingegaard chegava a Quintana, arrancando depois em solitário para aquilo que poderia ser o grande momento da sua carreira! A 3 km do fim, o “Viking” da Jumbo rodava já com 58 segundos de avanço sobre Poga, num dia de absoluto pesadelo para o bicampeão em título do Tour.

Num cenário ainda não visto nesta edição, Poga pedalava de camisola aberta, visivelmente esgotado. Pouco depois, Gaudu e Yates chegavam a Poga, descarregando mesmo o esloveno logo de seguida.

À entrada do quilómetro final, já nada tirava a vitória a Vingegaard, ficando apenas a dúvida de quanto tempo iria ganhar a Pogacar. Sobre a meta, perante um nível de cansaço brutal, o dinamarquês quase não conseguiu festejar, mas estaria certamente em êxtase!

No 2º lugar, terminou Quintana, a 59 segundos, enquanto Bardet foi 3º, a 1’10”. Seguiu-se Thomas, a 1’38”, Gaudu a 2’04”, Yates a 2’10”, e só depois Pogacar, fechando no 7º posto, a 2’51” de Vingegaard.

Na geral, o “Pescador” lidera agora com uma vantagem de 2’16” sobre Bardet e de 2’22” sobre Pogacar!

Quanto a Nelson Oliveira, terminou no 68º posto, a 29’01”, seguindo na geral no 75º lugar, a 1h21’39”.

Amanhã, nova jornada de alta montanha, num dia com três contagens de categoria especial: o Col du Galibier, o Col de la Croix de Fer, e depois o mítico, o icónico, o único Alpe d’Huez!

O êxtase de Vingegaard…
… e o desespero de Pogacar

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