Coroa para Rei Magnus na chegada a Megève!

Magnus Cort, da EF Education-EasyPost, venceu a 10ª etapa do Tour de France, ao ser o mais forte da fuga do dia! No final, o dinamarquês bateu o australiano Nick Schultz, da BikeExchange, num sprint a dois bem apertado! O pelotão chegou quase 9 minutos depois dos fugitivos, com Tadej Pogacar a manter a camisola amarela!

A etapa 10 da Volta a França chegava após o segundo dia de descanso de prova e trazia uma curta ligação entre Morzine e Megève, num dia de média montanha alpina, com final numa longa subida de 2ª categoria.

Antes do início da etapa, más notícias para a UAE Team Emirates, com o abandono de George Bennett, em virtude de um teste positivo à Covid-19. O neozelandês junta-se assim a Vegard Stake Laengen nos homens que abandonaram a formação do líder Tadej Pogacar, que fica reduzida a 6 elementos.

A tirada começou sem ataques logo de imediato, num clima de tensão e antecipação. Todos sabiam que esta era um dia para a fuga, onde inúmeros corredores quereriam estar presentes na frente.

Ao fim de uma mão cheia de quilómetros, começaram mesmo as movimentações, com Philippe Gilbert entre os primeiros atacantes. Seguiram-se depois diversos corredores, incluindo nomes como Mathieu van der Poel, Thibaut Pinot, Alberto Bettiol, entre muitos outros, mas ninguém conseguia estabelecer-se na dianteira.

Ao fim de 30 km de corrida, ainda sem fuga, ataca Alexis Gougeard (B&B Hotels – KTM), conseguindo uma pequena margem sobre o pelotão. A 100 km da meta, o ciclista francês rodava com 12 segundos de avanço sobre o grupo principal, onde iam continuando as movimentações.

Depois, Gougeard foi alcançado e surgiu novo ataque, desta feita através de quatro ciclistas: Dylan van Baarle (INEOS), Luis Leon Sanchez (Bahrain), Pierre Rolland (B&B), e Philippe Gilbert (Lotto). A caminho da segunda contagem de montanha do dia, este quarteto conseguia abrir um espaço de 20 segundos para o pelotão, mas não havia ainda consenso em relação à fuga do dia, com os ataques a sucederem-se no grupo principal. Um grupo numeroso conseguia depois sair do pelotão, com alguns corredores a juntarem-se aos homens da frente. Estávamos já a 85 km do final, e não havia ainda fuga definida! Seria desta?

Os corredores entravam então na segunda contagem de montanha do dia, o Col de Jambaz (6.7km a 3.7%) e finalmente havia autorização por parte do pelotão para que a fuga saísse. Na dianteira rodavam nada mais nada menos que 25 ciclistas: Christophe Laporte, Filippo Ganna, Dylan van Baarle, Lennard Kämna, Matteo Jorgenson, Ion Izagirre, Benjamin Thomas, Luis León Sánchez, Fred Wright, Kristian Sbaragli, Andreas Leknessund, Georg Zimmermann, Simone Velasco, Alberto Bettiol, Magnus Cort, Hugo Hofstetter, Connor Swift, Philippe Gilbert, Mads Pedersen, Quinn Simmons, Edvald Boasson Hagen, Simon Clarke, Jack Bauer, Nick Schultz, e Pierre Rolland. Apenas quatro equipas não estavam representadas na frente: Emirates, Groupama-FDJ, AG2R, e Quick-Step.

No topo da subida, a 79 km da meta, este grande grupo passou já com 3 minutos de avanço sobre o pelotão, onde a Emirates colocava o seu ritmo de “cruise-control”. À passagem pela contagem de 3ª categoria, houve luta pelos pontos em disputa, com Rolland a bater Kämna e a começar a amealhar alguns pontos numa classificação que vai sendo liderada por Simon Geschke.

A 60 km do fim, a margem chegava aos 5 minutos, com os ciclistas a encontrarem a penúltima subida do dia, uma contagem de 4ª categoria para Côte de Châtillon-sur-Cluses (4.6km a 4%). No alto da contagem, o primeiro foi novamente Rolland.

A diferença entre fuga e pelotão continuava a crescer, chegando aos 6’30” a 50 km do final. Se dúvidas restassem, ficava claro que seria o grupo de 25 da dianteira a discutir a vitória.

Depois, atacou da fuga Bettiol, tentando seguir em solitário rumo à glória. A 36 km do final, golpe de teatro, com o italiano a ser obrigado a parar, devido à presença de manifestantes na estrada! Parou Bettiol, parou o grupo perseguidor, e parou também o pelotão, durante largos minutos, enquanto a situação era resolvida.

Após a situação resolvida, os ciclistas colocaram-se ao caminho novamente, respeitando as margens que se verificavam antes da paragem. Em primeiro Bettiol, seguindo-se o grupo perseguidor a 30 segundos, e o restante pelotão a mais de 7 minutos.

Entre arrancar e não arrancar, o pelotão acabou por perder mais alguns segundos para a frente. Com a margem para os fugitivos a ultrapassar os 8’30”, o grupo tornava-se perigoso para a amarela, com Kämna a 8’43” de Pogacar na CG. Com a margem a crescer depois até aos 9’30” (9′ para o grupo de Kämna), o alemão assumia a amarela de forma virtual!

O grupo de fugitivos ia ficando dizimado com alguns a perderem o contacto e outros a saírem, tentando chegar a Bettiol, nomeadamente Wright e Zimmermann, com este último a conseguir alcançar o italiano. Depois, o grupo perseguidor alcançou a frente da corrida, formando um grupo de 11, incluindo Kämna. Pouco depois, Bettiol perdia o contacto com o grupo.

A 4 km do topo da subida e 6 do final da etapa, o grupo da frente rodava com um avanço de 9’11” sobre o pelotão. De seguida, era a vez de Luis Léon Sánchez desferir o seu ataque, com o espanhol da Bahrain a conseguir uma margem interessante sobre os rivais.

No topo da contagem, Sánchez passou em primeiro, mas com curta vantagem sobre o duo de perseguidores, Jorgenson e Schultz. Seguiam-se mais dois quilómetros de estrada até à meta, sempre em subida.

À entrada do quilómetro final, Van Baarle conseguiu encostar no trio da frente, atacando de pronto os seus concorrentes, que com algum esforço conseguiam ainda seguir o neerlandês. Um pouco atrás, vinham mais seis sobreviventes da fuga que, com alguma indefinição no grupo da frente, conseguiram também eles encostar, já a menos de 500 metros do risco! Era um grupo de 10 que se preparava para batalhar pelo triunfo!

No sprint final, Sánchez arrancou com convicção, levando na sua roda Schultz e também Magnus Cort. O espanhol acabou por não ter gás, deixando a discussão para os seus dois rivais. No mano-a-mano, Schultz parecia ter vantagem, mas com grande esforço e um excelente timing, Cort conseguiu ultrapassar o australiano no último fôlego, garantindo um triunfo por menos de meia roda!

Grande vitória para o homem que animou, e de que maneira, os primeiros dias de Tour! Schultz ficou com o segundo posto, com Sánchez a fechar o pódio da etapa. Seguiram-se os restantes elementos da fuga, entre eles Kämna, que ficava a aguardar pela chegada do pelotão e pela possibilidade de assumir a amarela.

No entanto, esse cenário acabou por não se verificar para o corredor da BORA, com o grupo principal a chegar a 8’54” de Cort e a 8’32” de Kämna, o que significava que a amarela se mantinha no corpo de Pogacar. Na chegada do pelotão, o esloveno da Emirates atacou, fechando na frente do grupo, com Vingegaard e restantes favoritos a terminarem na roda do camisola amarela.

Contas feitas, Pogi continua na liderança, agora com 11 segundos de avanço sobre Kämna e 39 sobre Vingegaard.

Quanto ao único português ainda em prova, Nelson Oliveira terminou no 105º posto, a 21’19” do vencedor. Na classificação geral, o corredor da Movistar segue agora na 76ª posição, a 53’07” do líder.

Amanhã disputa-se a etapa 11, naquela que será a primeira tirada de alta montanha nos Alpes! O percurso inclui 151.7 km, entre Albertville e Col de Granon, num dia com duas subidas de categoria especial!

Classificações

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