A Lei de Johannessen nos Alpes Franceses!
O norueguês Tobias Johannessen venceu a oitava etapa do Tour de l’Avenir, uma ligação de 71km entre La Tour-en-Maurienne e Saint Jean d’Arves, num dia com ascensão ao Col du Chaussy e ao Col de la Croix de Fer, batendo o espanhol Carlos Rodriguez e o italiano Filippo Zana por 1s, em mais uma jornada de alta montanha!
A penúltima jornada do Tour de l’Avenir prometia ser atacada, com vários ciclistas a necessitarem de criar movimentos longos se quisessem aproximar-se ou roubar a amarela ao norueguês Tobias Johannessen. Os ataques foram surgindo desde que a partida real foi dada, mas os colombianos assumiram a dianteira do pelotão e não deixaram nenhum dos primeiros ataques ganhar vantagem. Com o ritmo a ser endurecido, os líderes das classificações por pontos e da montanha acabaram por descolar e o pelotão era cada vez mais reduzido aos principais favoritos.
Foi ainda no Col du Chaussy que o italiano Alessandro Verre, quinto classificado da geral, acabou por descolar, face ao ritmo elevado da formação colombiana. A descida do Chaussy era bastante técnica, e um grupo de sete corredores acabou por ganhar alguma vantagem, com o camisola amarela, Tobias Johannessen, e o camisola branca, Carlos Rodriguez, incluídos. O vencedor da classificação da juventude da última Vuelta a Colombia, Yesid Pira, foi o primeiro a cruzar o topo e amealhou alguns pontos para a classificação da montanha.
Com a chegada ao pequeno vale antes da subida de categoria especial ao Col de la Croix de Fer, o grupo na dianteira foi ganhando unidades, e o mesmo aconteceu nos primeiros kms da subida, com a Noruega a comandar o pelotão, e a ser claramente a formação mais representada, na proteção ao líder da classificação geral.
A 25km da meta, com mais de meia subida feita a Croix de Fer, e ainda quase 10km para o tipo, o ritmo seguia moderado, com a Noruega ao comando pela figura do Campeão Europeu Sub-23, Jonas Hvideberg, não colocando nenhum dos principais favoritos em dificuldades, mas também não deixando ninguém pensar em atacar a corrida.
Foi a pouco mais de 6km do topo do Croix de Fer que as principais diferenças se começaram a fazer. Hvideberg aumentou o ritmo e partiu por completo o grupo com os principais candidatos, até abrir para o lado a 5.7km do topo, para que Anders Johannessen entrasse ao trabalho num grupo já com apenas 10 unidades. A 5km do topo o grupo seguia já apenas com os irmãos Johannessen, com o colombiano Andres Ardila, o italiano Filippo Zana, o espanhol Carlos Rodriguez, o britânico Tom Gloag, o holandês Gijs Leemreize e ainda o local Joris Delbove, da Bourgogne – Franche Comte.
A 1.5km do topo, com 17km para a meta, Delbove acabou por descolar, mantendo ainda assim o grupo à vista, o que lhe dava alguma esperança para poder recolar na descida. Logo a seguir foi Ardila a ceder terreno a 1km do topo, perante o forte ritmo de Anders Johannessen. Nenhum ataque surgiu até ao topo da subida e o pelotão iniciou a descida de quase 13km para enfrentar a colina que iria decidir a etapa, a terceira categoria de Saint Jean d’Arves, com 2.7km a 7.3% de pendente média.
Já no início da descida, Leemreize foi o primeiro a tentar atacar, mas com o terreno ainda a pedir que os ciclistas pedalassem foi o italiano Filippo Zana o primeiro a mexer e a abrir algum espaço importante, com Carlos Rodriguez a sair no seu encalço e Tobias Johannessen a fazer o mesmo pouco depois. Tom Gloag e Gijs Leemreize seguiram a ritmo, mas quando estavam já a reentrar foi o espanhol Carlos Rodriguez a dar um novo esticão e a definitivamente impedir que o britânico reentrasse com o holandês em dificuldades. Gloag e Leemreize voltaram a juntar-se na fase de descida, mas Gloag acabou por cair ainda com 10.5km para o fim, e ficou fora da luta pela etapa, precisando de trocar de bicicleta, e perdendo espaço para o holandês que ainda perseguia os ciclistas adiantados.
A 5.5km do fim, o grupo praticamente parou na estrada, o que levou a que Leemreize reentrasse, já que nenhum dos três ciclistas queria levar os adversários para a meta. Carlos Rodriguez ainda tentou atacar uma vez mais, mas não teve sucesso e Leemreize acabou por assumir a descida na dianteira do grupo, mas sem forçar o ritmo, que era definitivamente baixo e que poderia permitir que mais ciclistas fossem reentrando.
O holandês entrou na dianteira do grupo para a subida final e podíamos esperar que os ataques acontecessem, com todos os ciclistas a marcarem-se imenso. O grupo praticamente parava na estrada, sem ninguém a querer assumir e foi Tobias Johannessen a atacar a 2.2km do fim, com Filippo Zana a seguir na roda e Carlos Rodriguez a ser apanhado despercebido e a ter de gastara mais forças para reentrar com Gijs Leemreize na sua roda.
A 1.8km do fim, Leemreize tentou também atacar, mas Johannessen seguiu-o sem grandes dificuldades, assim como fizeram Zana e Rodriguez na roda do camisola amarela. A marcação continuava subida fora, com os ciclistas a fazerem vários ‘S’ na estrada, à procura de passar o comando do grupo, mas ninguém queria assumir o esforço de ter de trabalhar para os outros e perder a vitória de etapa. Leemreize voltou a atacar a cerca de 1.2km do final, e foi Carlos Rodriguez a perseguir desta vez o holandês com Johannessen e Zana na sua roda.
O ritmo era de tal forma parado, que parecia que estávamos a assistir a um sprint na pista com os ciclistas a pararem à espera que os outros assumissem a dianteira. Foi com nova mexida de Leemreize que Johannessen embalou e seguiu em direção à meta, com Zana a tentar agarrar-se à sua roda, e Carlos Rodriguez a chegar um pouco mais tarde, mas nada parava o norueguês que assim voltou a vencer neste Tour de l’Avenir, deixando Rodriguez em segundo, e Zana na terceira posição.
Com novo triunfo, Johannessen mantém-se líder da classificação geral, e Rodriguez é cada vez mais o melhor jovem, acumulando agora essa classificação com a de melhor trepador. O holandês Marijn van den Berg segue líder da classificação por pontos.