Philipsen bisa na Vuelta! Nova queda dita adeus de Taaramäe à vermelha!
O belga Jasper Philipsen, da Alpecin-Fenix, venceu a 5ª jornada da La Vuelta a España, batendo ao sprint o holandês Fabio Jakobsen, da Deceuninck-Quick Step, e Alberto Dainese, da Team DSM! A jornada fica marcada por uma queda que varreu boa parte do pelotão e que causou a perda da camisola vermelha por parte de Rein Taaramäe, da Intermarché-Wnaty-Gobert, com o novo líder a ser agora o francês Kenny Elissonde, da Trek-Segafredo, com 5 segundos de avanço sobre Primoz Roglic, da Jumbo-Visma, e com 10 sobre outro gaulês, Lilian Calmejane, da AG2R Citröen.
A etapa 5 da Vuelta trazia uma jornada plana de 184.4 km, entre Tarancón e Albacete, que favorecia claramente os sprinters, apesar das ameaças de ventos cruzados, tão típicos nesta região.
No início da tirada formou-se a fuga do dia, com o ataque de três corredores de três equipas espanholas: Pelayo Sanchez (Burgos-BH), Oier Lazkano (Caja-Rural), e Xabier Mikel Azparren (Euskaltel-Euskadi). O pelotão viu com bons olhos esta movimentação e o trio começou a abrir espaço para o grupo principal. Com 114 km para a meta, a vantagem crescia para os 6:25.
No controlo do grupo principal seguiam a formação do líder Rein Taaramäe, a Intermarché-Wanty-Gobert, mas também as três formações com maior interesse numa chegada ao sprint: Alpecin-Fenix, Deceuninck Quick-Step, e Groupama-FDJ.
O pelotão ia controlando as operações tranquilamente, com a vantagem dos escapados a reduzir paulatinamente com o passar dos quilómetros. A 90 km da meta, o fosso estava em 3:52 e, volvidos mais 20 km, baixava para 2:23.
No sprint intermédio, a 51 km da meta, passou Lazkano na frente, seguido de Sanchez e de Azparren, e depois houve luta no pelotão pelos pontos em disputa, com Philipsen a bater Démare e com Jakobsen a abster-se de lutar pelo sprint e a poupar forças para o final, a mesma tática que rendeu bons frutos no dia de ontem.
Com a entrada da corrida nos 40 km finais, chegávamos às estradas de acesso a Albacete, local onde se previa a possibilidade de existência de ventos cruzados. No entanto, esses ventos acabaram soprar de modo frontal, com o pelotão ainda a rodar de modo algo tranquilo sem querer apanhar a fuga cedo demais, acabando por não se reunirem as condições para a formação das bordures ou “abanicos”, como se diz por terras de “nuestros hermanos”.
A 32 km do final, perdia o contacto com a frente da corrida Pelayo Sanchez, ficando apenas uma dupla de fugitivos na dianteira, com o pelotão a rodar a cerca de 2:15.
O pelotão entretanto mudava de direção, surgindo a possibilidade de o vento poder causar alguns estragos. E a 20 km do final, Deceuninck, Groupama, Alpecin, Emirates, e Astana puseram mesmo o pé no acelerador na tentativa de explorar esse fator. No entanto, o vento continuava a surgir mais de frente do que de lado, não havendo grandes condições para haver cortes. Nesta fase, surgia na frente Nelson Oliveira, tirando partida das suas características de rolador e realizando um grande trabalho em prol da Movistar.
Depois era a vez da EF-Nippo jogar a sua cartada, colocando vários homens na frente. Iam-se sucedendo as tentativas de ataque mas nenhuma com real consequência. O ritmo elevado tinha óbvio impacto na vantagem da fuga, onde agora seguia apenas Lazkano, que via o seu avanço a baixar da barreira dos 30 segundos com 17 km para a meta. Pouco depois o espanhol era mesmo alcançado e preparava-se o palco para uma chegada em pelotão compacto.
A 11 km do fim, dá-se uma queda monumental com cerca de metade dos corredores do pelotão a irem ao chão, incluindo o camisola vermelha, Rein Taaramäe, novamente bafejado pelo azar, tal como no dia de ontem! Homens como Romain Bardet e Mikel Nieve ficavam bastante maltratados na sequência da queda!
Os homens que passaram optaram por rodar num ritmo algo tranquilo, com a Ineos, a Jumbo, e a Alpecin a esperarem claramente pelos homens atrasados. Alguns conseguiram reentrar rapidamente, enquanto outros formavam grupos de perseguição à frente da corrida. A Movistar em peso tinha ficado na queda, conseguindo reentrar pouco depois.
No grupo da frente, iam puxando agora a Trek, uma vez que com Taaramäe ainda atrasado, Kenny Elissonde podia recuperar os 25 segundos de atraso e assumir a camisola vermelha. E pouco depois era a Ineos a pegar na corrida, seguindo-se a Bahrain, como que dizendo que já se tinha esperado o suficiente e era hora de atacar o final da etapa!
A 5 km do fim, o grupo de Taaramäe rodava com 1:25 de atraso sobre os homens da dianteira e o estónio via a sua liderança a escapar-se entre os dedos. Taaramë rodava num grupo pequeno, sem elementos de apoio, pedalando sozinho na frente na tentativa de recolar, com a formação belga depois finalmente a fazer descer alguns elementos para apoiar o líder.
A frente da corrida estava já bastante mais composta por esta fase, entrando um pelotão bem numeroso na zona de rotundas que dava acesso à reta da meta, que teria cerca de 1 km.
Na luta pela entrada no km final, a Emirates, com Rui Oliveira em destaque, a Deceuninck, e a Alpecin esgrimiram argumentos, entrando em boa posição para a discussão da etapa.
Nos 500 m finais a Alpecin assumiu a frente, lançando o sprint para Philipsen. O belga foi mesmo o primeiro a lançar o sprint, com grande potência, sem que ninguém conseguisse igualar a sua velocidade de ponta! Sobre a meta, Philipsen foi primeiro, com Jakobsen em 2º e Dainese em 3º! Démare acabava por ficar fechado e não conseguia melhor que o 10º posto da etapa!
O grupo de Taaramäe chegou com 2:21 de atraso, o que significa que o novo líder da geral é o francês Kenny Elissonde, da Trek-Segafredo, agora com 5 segundos de vantagem sobre Primoz Roglic, da Jumbo-Visma, e 10 sobre Lilian Calmejane, da AG2R Citröen. Quanto a Romain Bardet, o francês acaba por ceder mais de 12 minutos no final, ficando ainda por avaliar a extensão das lesões e a sua continuidade em prova!
Quanto aos dois portugueses em prova, mostraram-se em grande plano ao serviço das respetivas equipas, fechando Rui Oliveira no 24º posto e Nelson Oliveira no 69º, ambos com o mesmo tempo do vencedor.