Kiesenhofer surpreende e é a nova Campeã Olímpica de Fundo!

A austríaca Anna Kiesenhofer é a nova Campeã Olímpica de Fundo do lado feminino, surpreendendo todo o Mundo Ciclístico, conquistando a maior vitória da sua carreira após uma jornada passada por completo na fuga do dia. O segundo lugar foi para a holandesa Annemiek van Vleuten, chegando já a 1:15 da vencedora, e o terceiro para a italiana Elisa Longo Borghini a 1:29.

A corrida feminina de fundo destes JO começou com a rápida formação da fuga do dia, no primeiro dos 137km de prova, com cinco ciclistas a ganharem vantagem sobre o pelotão. Anna Kiesenhofer (Austria), Omer Shapira (Israel), Anna Plichta (Polónia), Carla Oberholzer (África do Sul) e Vera Looser (Namíbia) ganharam rapidamente dois minutos ao pelotão, vantagem que continuou depois a crescer cada vez mais. Mosana Debesay (Eritreia) e Selam Amha (Etiópia) tentaram fazer a ponte e colocaram-se em posição intermédia, mas sem sucesso de ainda chegar à dianteira.

O grupo intermédio não conseguiu vingar e a fuga do dia estendia já a sua vantagem aos quase 5min após a primeira hora de corrida. Agua Espínola (Paraguai) e Catalina Campos (Chile) tentaram depois também chegar à frente, mas não conseguiram ganhar mais do que 3min de vantagem ao pelotão, quando o quinteto escapado já seguia com 10min de avanço.

A Holanda e a Alemanha começaram a aparecer na frente do pelotão com 97km para a meta, e foram alcançando algumas das ciclistas intermédias. A frente da corrida ficava reduzida a quatro com Vera Looser a descolar e a perder terreno. A 88km da meta, foi a sul-africana Carla Oberholzer a descolar, deixando a frente da corrida reduzida a três unidades.

Com 80km para a chegada, a vantagem do trio na frente era ainda de 10min, enquanto o grupo intermédio com as sul-africanas rodava apenas 2min à frente do pelotão. A vantagem começou a descer pouco depois, com a seleção holandesa a assumir as rédeas do pelotão, colocando Demi Vollering, imagine-se, ao trabalho na dianteira do grupo, mas por pouco tempo, já que pouco depois as cores laranja voltaram a esconder-se no pelotão.

Com 70km para o fim, uma queda aconteceu com Emma Norsgaard (Dinamarca) a ir ao chão e uma distraída Annemiek van Vleuten a cair por mera desatenção. As táticas da Holanda voltaram a não se compreender, tendo sido a melhor finalizadora da equipa, Marianne Vos, chamada para a rebocar de novo ao pelotão, o que rapidamente sucedeu.

A 61km para a meta, já na subida para Doshi Road, foi Demi Vollering a lançar um primeiro ataque, que selecionou o pelotão e o reduziu a sensivelmente metade. Foi a equipa alemã, em parceria com a americana Chloe Dygert (EUA) a fechar o espaço, mas assim que Vollering foi alcançada, Annemiek van Vleuten colocou-se na frente imprimindo um forte ritmo, para manter a dureza na subida. Anna van der Breggen (Holanda) atacou já com 59km para o fim, com Grace Brown (Austrália) a impedir a Campeã Olímpica de 2016 de ganhar vantagem.

Pouco depois foi Annemiek van Vleuten a lançar um novo ataque, que Kasia Niewiadoma (Polónia) seguiu atentamente. Não interessada na companhia da polaca, e com o já curto pelotão ainda de olho, Vleuten deixou-se apanhar de novo, com Kasia a não se esforçar por continuar em solitário. Na parte traseira do pelotão eram as australianas Grace Brown e Amanda Spratt a passarem pior, e pouco depois a italiana Marta Bastianelli a tirar também bilhete sem regresso.

Com 55km para o fim, Vleuten voltou a atacar, desta vez sem que alguém a fosse capaz de seguir e abriu rapidamente espaço após se cruzar o topo da subida, perante um grupo muito curto que estava bastante passivo, e aparentemente à espera de unidades de trabalho. O trio na frente da corrida viu a sua vantagem cair, mas contava ainda com quase 6min de vantagem, uma diferença que poderia ser demasiado grande, com um percurso maioritariamente em ligeira descida.

Com 40km para o fim, na zona de abastecimento apeado, Kiesenhofer aproveitou para atacar as adversárias, deixando Shapira e Plichta cada uma por si. O trio partiu, e a movimentação viria a revelar-se decisiva para o desenrolar da corrida. Vleuten rodava já a 5min da frente, com o pelotão a cerca de 6min da dianteira.

Na descida do Kagosaka Pass, Christine Majerus (Luxemburgo), Kasia Niewidoma (Polónia), Lotte Kopecky (Bélgica) e Olga Zabelinskaya (Uzbequistão) ganharam alguma vantagem ao pelotão, que com a saída do grupo voltou a perseguir com a equipa alemã ao comando. Kiesenhofer não perdeu nenhum terreno enquanto descia, mas o pelotão aproximou-se de Vleuten e acabou por alcançar a holandesa já com 25km para o final.

Plichta e Shapira acabaram por se juntar num grupo intermédio, e a 20km do final rodavam a 2min da austríaca, com o pelotão agora já a menos de 5min da frente da corrida. Pouco depois foi a francesa Juliette Labous a atacar, e a ganhar cerca de 200m ao pelotão, mas a ciclista da DSM acabou por ser sempre controlada à distância, contribuindo também para um aumentar de ritmo no pelotão, já que todas sabiam da sua perigosidade.

Tudo se acabou por decidir nos últimos 6km, com as pequenas rampas de entrada na Fuji International Speedway a acabarem com as aspirações de Labous, e do duo intermédio, que ficava completamente a pé. Os ataques sucediam, com Niewiadoma e Cecilie Uttrup Ludwig (Dinamarca) a serem das ciclistas mais ativas, porém, ninguém conseguiu sair do já reduzido grupo. Breggen ainda lançou um ataque com Mavi Garcia, mas apenas serviu de rampa de lançamento para que Vleuten voltasse a atacar e se isolasse, em busca de uma medalha de ouro que estava demasiado longe para ser alcançada.

Marianne Vos, a melhor finalizadora do grupo, seguia ainda com as melhores e via as suas possibilidades de subir de novo ao pódio reduzirem-se com uma estratégia lastimável dos Países Baixos. Foi a italiana Elisa Longo Borghini que saiu depois do grupo em busca de Vleuten, e depois Kopecky em busca da italiana, sem que as restantes ciclistas esboçassem qualquer tipo de reação. Enquanto isso acontecia, Kiesenhofer cruzava o risco de meta e sagrava-se Campeã Olímpica na sua estreia na corrida, numa vitória histórica. 1:15 depois chegava Vleuten, que levantava os braços como se tivesse ganho, mas a sensação de alegria rapidamente passou a azia, após a holandesa ter percebido que afinal ainda havia Kiesenhofer da fuga. O sprint para a quinta posição viu naturalmente Marianne Vos levar a melhor, mas a holandesa sabia que a equipa tinha jogado muito mal nestes JO.

O Pódio destes JO

Classificações Completas

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