Richard Carapaz conquista Ouro Olímpico! João termina em 13º!
O equatoriano Richard Carapaz é o novo campeão Olímpico depois de vencer de forma isolada na chegada ao circuito Fuji Speedway. O belga Wout Van Aert sprintou para a segunda posição e o vencedor do Le Tour de France, o esloveno Tadej Pogacar, completou o pódio da competição, ambos a 1:07 do vencedor.
João Almeida não conseguiu seguir o ritmo na parte final da subida ao Mikuni Pass, acabando por descolar no movimento que ditou a prova. O português ficou na 13ª posição, depois de sprintar (e ganhar o sprint) entre o segundo grupo perseguidor onde se encontrava, chegando 3:38 depois de Carapaz. Nelson Oliveira completou a prova na 41ª posição, chegando com 10:12 de atraso.
A prova de 236km arrancou às 11h da manhã locais (3h da madrugada em Portugal) do Musashinonomori Park e teve um grupo de oito atletas a destacarem-se cedo e a formar a fuga do dia com Nic Dlamini (África do Sul), Juraj Sagan (Eslováquia), Michael Kukrle (Republica Checa), Polychronis Tzortzakis (Grécia), Eduard Michael Grosu (Roménia), Aular Sanabria (Venezuela), Paul Daumont (Burkina Faso) e Elchin Asadov (Azerbaijão).
Ainda na fase inicial da corrida, uma queda acabou por derrubar vários corredores importantes, incluindo Geraint Thomas, Tao Geoghegan Hart, Gregor Mühlberger e Giulio Ciccone, mas foi o galês que saiu pior de todos, acabando por abandonar a corrida mais à frente.
Sob condições quentes e húmidas, o pelotão deixou a fugar ganhar cerca de 20 minutos de diferença, levando alguns amantes da modalidade a querer que se poderia começar a pensar em alguma ideia da fuga brilhar. Foi então que as seleções Belga e Eslovena colocaram um homem cada na frente do pelotão, para ir roubando tempo ao grupo da frente. O Campeão Olímpico em título, Greg Van Avermaet, e Jan Tratnik foram duas autênticas locomotivas na perseguição do pelotão e reduziram bastante a vantagem dos escapados.

A distância foi caindo, com o grupo da frente a ficar reduzido a 5 atletas – Dlamini, Kukrle, Sagan, Tzortzakis e Aular Sanabria – na aproximação à Fuji International Speedway, onde os corredores testavam o circuito da chegada durante algumas voltas, antes de voltarem à natureza e em direção ao portentoso Passo Mikuni, com 6.8km a 10.6% de pendente média. Um trio de grandes ciclistas acabou por Damiano Caruso (Itália), Wilco Kelderman (Holanda) e Remco Evenepoel (Bélgica) atacou precisamente nessa fase, numa das diversas rampas que levaria o pelotão ao famoso circuito, mas sem a movimentação não teria sucesso e o pelotão alcançaria o grupo ainda antes da maior dificuldade do dia.

A 40km do final, o Mikuni Pass foi predestinado para ser o momento decisivo da prova, e foram os belgas, os italianos e os eslovenos que se juntaram na frente, fazendo o pelotão alongar e perder diversas unidades, perante um ritmo muito elevado. Remco Evenepoel foi um dos que passou menos bem, mas também Primoz Roglic (Eslovénia) passou por dificuldades e disse rapidamente adeus à possibilidade de vitória.
A 37.4km da chegada, Tadej Pogacar lançou um grande ataque, acompanhado por Brandon McNulty (EUA), seu colega de equipa, ao qual apenas Michael Woods (Canadá) conseguiu responder. Wout Van Aert liderava a perseguição num grupo muito reduzido, o qual tinha João Almeida ainda a tentar colar alguns metros atrás, com o português a esboçar a sua característica cara de esforço e sacrifício. A junção entre o trio e o grupo de van Aert acabou por acontecer com 34 km para o fim, com Woods ainda a fazer um ataque antes de se cruzar o topo da subida.
A 25km da meta, Bradon McNulty aproveitou um momento de passividade para atacar e se ir embora, mas levou consigo Richard Carapaz, numa movimentação que viria a ser decisiva. O duo colaborou bastante bem para abrir uma vantagem que rapidamente alcançou 40s de vantagem e chegou mesmo perto de ser de um minuto, até Wout van Aert ter ligado novamente, e de forma forçada, o modo locomotiva e ter reduzido a diferença para 20s.
Foi já na entrada para o circuito Fuji Speedway, a 6km do fim, que Carapaz fez o ataque decisivo para a vitória, deixando McNulty ficar a pé, e cavalgou para um triunfo histórico. Metro atrás de metro, a força do equatoriano não desvanecia, e após 6:05:26 de corrida, o terceiro classificado do último Tour de France chegava assim ao maior triunfo da sua carreira, naquele que foi o segundo Ouro Olímpico da história do Equador! No sprint para as medalhas de prata e bronze, Wout van Aert e Tadej Pogacar protagonizaram um grande duelo, mas foi o belga a levar a melhor num grande lançamento de bicicleta!
Os dois portugueses voltam volta à ação na quarta-feira, para o contrarrelógio de 44,2km com início e fim na pista de Fuji. Na terça, dia 27, teremos a participação de Raquel Queirós em XCO e Tata Martins estará na pista para o concurso de Omnium no dia 8 de agosto.