Padun emerge perante os grandes candidatos! Porte novo líder!
O ucraniano Mark Padun (Bahrain Victorious) conquistou a sétima etapa do Critérium du Dauphiné, uma ligação de 171km entre Saint-Martin le Vinoux e La Plagne, numa contagem de categoria especial, batendo o australiano Richie Porte (Ineos Grenadiers) por 34s e o colombiano Miguel Angel Lopez (Movistar) por 43s.
Após um aquecimento na jornada da última sexta que deixou a prometer para o último fim de semana de Dauphiné, o pelotão entrou finalmente nos dias da grande decisão da corrida e trouxe-nos mais uma tirada emocionante. O dia começou com diversos ataques tal como esperado, e o ritmo na primeira fase da corrida foi bastante elevado. Só após 65km de corrida se encontrou a primeira fuga digna de registo, com Alexis Renard (Israel Start-Up Nation), Franck Bonnamour e Pierre Rolland (B&B Hotels p/b KTM), Martin Salmon (Team DSM) e Marco Haller (Bahrain Victorious) a ganharem 30s ao pelotão, uma vantagem que conseguiu ir crescendo, apesar dos inúmeros contra-ataques que surgiram.
Um novo grupo de ciclistas saltou do pelotão aos poucos de seguida, e colocou-se em posição intermédia, a 50s da frente, com 80km para o final, e era composto por Warren Barguil (Arkea – Samsic), Michael Valgren e Lawson Craddock (EF Education – Nippo), Jorge Arcas (Movistar), Nils Politt (Bora – Hansgrohe), Stef Cras e Matthew Holmes (Lotto Soudal), Mikkel Bjerg (UAE Team Emirates), Kenny Elissonde (Trek – Segafredo) e Martijn Tusveld (Team DSM).
A subida ao Col du Pre, a primeira das contagens de categoria especial, acabou por fazer diferenças e originou que a fuga se quebrasse em diversos grupos espalhados ao longo da subida, alguns dos quais não resistiram e foram mesmo alcançados de novo pelo pelotão. Com Holmes a ser um dos ciclistas que cedeu, e alguns dos ciclistas do grupo que perseguia a chegarem à dianteira, foi Craddock quem aproveitou para capitalizar e passar na frente no topo da subida, para virtualmente se assumir o novo líder da montanha.
Ao iniciar a descida, a frente da corrida ficou então composta por Craddock, Valgren, Arcas, Haller, Bjerg, Elissonde, Tusveld e Rolland, com o pelotão a seguir com pouco mais de 3min de atraso. Craddock passou pela frente também na única contagem de segunda categoria do dia, para aumentar assim a vantagem sobre Holmes para os 12 pontos. Nos últimos 40km o grupo na frente não teve o melhor entendimento, e os ataques surgiram para quebrar a harmonia e o grupo antes da subida final a La Plagne.
À entrada para a subida final era Valgren quem liderava, já com o pelotão a menos de 2min, graças ao trabalho da Movistar e da Ineos Grenadiers. Rolland e Elissonde ainda viriam a alcançar o dinamarquês que já seguia em nítida quebra, e pouco depois seriam também eles alcançados pelo pelotão, já com apenas 11km pela frente. O aumentar de ritmo por parte de Dylan van Baarle (Ineos Grenadiers) e Carlos Verona (Movistar) acabou por originar que também Guillaume Martin (Cofidis) pagasse a fatura e descolasse do grupo principal ainda cedo.
A 9km do final, Alejandro Valverde (Movistar) assumiu a dianteira do pelotão e um ritmo alucinante durante 700m que teve o condão de acabar com as aspirações do holandês Steven Kruijswijk (Jumbo – Visma), e sem que ninguém quisesse pegar no pelotão logo de seguida, originar a movimentação decisiva. Richie Porte foi o primeiro a saltar para impedir que fosse a Ineos a assumir a dianteira no grupo, e levou imediatamente na roda Enric Mas (Movistar), Sepp Kuss (Jumbo – Visma) e Mark Padun (Bahrain Victorious). Nairo Quintana (Arkea – Samsic) era quem mais sofria, mas o colombiano não desistiu e voltou pouco depois ao grupo dos favoritos.
Na frente, Kuss e Padun ganhavam vantagem, com Porte e Mas a seguirem a pouco mais de 10s e o grupo dos favoritos, onde o camisola amarela, o cazaque Alexey Lutsenko (Astana – Premier Tech), se aguentava bastante bem, a 30s, controlado pelo espanhol Ion Izagirre (Astana – Premier Tech). Já com 4.7km para a chegada, Padun aproveitou um momento de fragilidade de Kuss e lançou-se em solitário, abrindo cada vez mais espaço para quem perseguia. A Movistar voltou a mexer no grupo principal para levar Miguel Angel Lopez até Enric Mas, mas os adversários perseguiram enquanto puderam.
A 3km do final, Lopez conseguiu finalmente atacar sem resposta imediata, e fez a ponte até Enric Mas e Richie Porte, não sem antes o australiano Ben O’Connor (AG2R Citroen Team) os alcançar também após se ter colocado em posição intermédia. David Gaudu (Groupama – FDJ) tentou também chegar lá, mas com a chegada de Lopez, Mas aumentou o ritmo e o francês ficou a meio caminho, sendo pouco depois alcançado por Jack Haig (Bahrain Victorious), que também tinha tentado a sua sorte, já com menos de 2km para a meta.
Padun cavalgou em solitário para o seu primeiro triunfo numa prova World Tour, enquanto Lopez tentava ganhar ainda mais tempos aos adversários já dentro do km final. Porém, a tentativa não foi perfeita porque Porte estava mais forte, e o australiano atacou o colombiano com 500m para o final, abrindo uma vantagem de quase 10s que o levou à segunda posição na meta e à camisola amarela. Lopez ainda conseguiu ser terceiro e os restantes favoritos chegaram logo de seguida completamente fracionados na estrada, mas separados por poucos segundos.
Porte é agora o novo líder da classificação geral, com 17s sobre Lutsenko e 29s sobre o seu companheiro de equipa Geraint Thomas (Ineos Grenadiers). Sonny Colbrelli (Bahrain Victorious) mantém-se na liderança da classificação por pontos, Lawson Craddock (EF Education – Nippo) é o novo líder da montanha e David Gaudu (Groupama – FDJ) é agora o melhor jovem.