Isabel Caetano: Uma das grandes inspirações do ciclismo feminino em Portugal – Parte 1
Isabel Caetano é uma das mulheres mais respeitadas do pelotão feminino por toda a sua vivência na modalidade. Com um enorme palmarés a nível nacional e internacional, várias conquistas na estrada e também no ciclocross, atravessou a fase da maternidade em 2017 voltando depois à competição. O Ciclismo Mundial Blog teve a oportunidade de conversar com a atleta para que os leitores possam ficar a conhecer mais sobre ela.
CM – Como se define a Isabel enquanto pessoa?
IC – “Sou uma pessoa humilde, guerreira, muito focada nos objetivos e sensível.”
CM – Como surgiu a bicicleta na tua vida?
IC – “Sempre gostei muito de andar de bicicleta, na minha terra, Vieira de Leiria ainda hoje se usa ir para a escola de bicicleta. Quando tinha 15 anos fui trabalhar nas férias de verão para comprar uma bicicleta. O Sr. Malta ao vender-me a bicicleta comentou com a minha mãe que eu tinha muito jeito para a vertente e convidou-me para dar umas voltas com a equipa de cicloturismo, e assim tudo começou.”
CM – Cedo percebeste que o ciclismo era algo que gostavas e querias fazer no futuro?
IC – “Assim que comecei a dar umas voltas com o Sr. Malta, percebemos que aquele mundo já parecia existir na minha vida desde sempre.”
CM – Como foram as primeiras competições?
IC – “Com 16 anos entrei em competição na Equipa Sporting de Leiria, com o treinador Carlos Vieira, corria com os Cadetes masculinos. Nesse ano fui Campeã Nacional de Juniores em Santa Maria da Feira, ainda corria a Ana Barros da equipa Tensai/Santa Marta.”
CM – Como era o panorama do ciclismo feminino em Portugal quando chegaste ao escalão elite?
IC – “Com o termino da equipa Tensai/Santa Marta o ciclismo feminino em Portugal veio à estaca zero e assim esteve durante algum tempo, não tinhamos Nacionais com partidas à parte, entre outras situações, nem visibilidade por parte da Federação Portuguesa de Ciclismo.”
CM – Quando saíste para França, foste atrás do sonho de chegar aos maiores palcos do mundo?
IC – “Apartir dos meus 27 anos senti que o ciclismo português já não me dizia nada em relação a objetivos e comecei a querer mais, e o ciclismo internacional passou a ser o meu objetivo, lutei muito mas também tive a ajuda do Sr. Duarte da Equipa Epinay Sur Seine.”

À esquerda Isabel Caetano, ao meio Vanessa Fernandes e à direita Anais Verguet-Moniz
CM – Nos 4 anos passados a correr lá fora, quais foram as principais aprendizagens?
IC – “Foram os melhores anos da minha vida, aprendi muito, a todos os níveis, e concretizei um sonho de viver ciclismo feminino, ao concretizar esta vivência na minha vida, realizei-me como pessoa.”
CM – Que diferenças encontraste no ciclismo feminino em Portugal quando regressaste?
IC – “Muitas, mais investimento, mais profissionalismo, meninas mais atletas e mais cultura de ciclismo de estrada.”