Kasper Asgreen (Soudal Quick-Step) venceu ontem a classificação da montanha na 49ª Volta ao Algarve, e hoje, o Ciclismo Mundial lança a entrevista que fez com o dinamarquês, que é uma das figuras da Soudal Quick-Step. Em véspera de Figueira Champions Classic, Asgreen já tinha mostrado grandes ambições para 2023, após um ano de 2022 em que terminou a sua temporada de forma precoce, durante o Tour de France, com várias complicações.

Nesta entrevista, Asgreen mostrou a sua ambição de estar ao seu melhor nível nas Clássicas, onde é por norma um dos mais fortes, tendo já uma vitória no Tour de Flandres frente a Mathieu van der Poel, mas também de estar no Tour de France nos Campeonatos do Mundo. Houve também tempo para falar sobre António Morgado, que esteve num dos campos de treino da equipa em dezembro, e também para conhecer um pouco mais do Kasper, como não vemos todos os dias.

Ciclismo Mundial (CM) – Terminaste a última época no Tour de France. Como preparaste este início de época após o difícil final da última temporada?
Kasper Asgreen (KA) – O meu inverno foi muito diferente do que tem sido nos últimos anos. Consegui terminar a minha recuperação antes de começar os treinos para a nova época, e portanto recomecei o meu treino como normalmente faço, logo por volta do dia 1 de novembro. Foi um inverno muito difícil, por estar há tempo tempo sem competir e sem treinar. Comecei alguns passos atrás, e por isso tive de me esforçar mais para voltar ao nível que tinha antes.

CM – Começaste a presente época no Challenge Mallorca. Quais são as tuas expectativas para a Figueira Champions Classic?
KA – Para a Figueira estive hoje a ver o percurso e penso que é muito bom com uma subida muito difícil. Vai terminar em sprint, mas penso que vai ser uma corrida bastante agressiva, o que me agrada bastante. Estou ansioso que a corrida comece e quero poder lutar pela vitória.

CM –  Acreditas que a Figueira será uma boa preparação para os objetivos principais deste início de época?
KA – Sim, claro. Eu penso que é uma corrida muito, muito difícil e tem também uma boa distância (190km). Não é uma corrida muito pequena, e posso usá-la como preparação para as corridas que aí vêm, por isso estou muito feliz em correr nesta clássica.

CM – Venceste o contrarrelógio da Volta ao Algarve em 2021. Este ano esperas fazer o mesmo?
KA – Sim. Em 2021 fizemos uma Volta ao Algarve muito boa. Infelizmente, em 2022 apanhamos Covid-19 mesmo antes de começar a corrida, por isso não foi fácil. Felizmente, não tive problemas, mas espero que este ano tenha um Algarve como o que tive em 2021. Quando estás em forma, é um bom presságio. As etapas são ótimas e muito exigentes, e isso é importante para provar que estou em forma para as próximas corridas. Estou à espera de uma de uma semana boa e difícil.

CM – Umas semanas depois do Algarve, vais começar as Clássicas de Primavera. O que podemos esperar do Kasper?
KA – Primeiramente, espero voltar a ser um dos corredores mais fortes do pelotão. Até ao momento, as coisas parecem estar bem encaminhadas. Depois do Paris – Nice devo atingir o meu pico de forma. Espero que, como equipa, possamos estar melhores que no ano passado, onde tivemos muitas lesões e doenças, que nos impediram de fazer melhor. Se tivermos cuidado e evitarmos isso, temos uma equipa que pode fazer grandes diferenças nas corridas na Bélgica. Quando temos uma equipa como esta, nestas corridas que são as melhores corridas do mundo, tudo se torna divertido, e eu sempre desfrutei muito disso!

CM – Quais são os teus objetivos para o resto da temporada? Tour de France, Campeonatos do Mundo…?
KA – Exatamente! Após as Clássicas, terei uma pausa e depois começou a construir a forma para o Tour de France (se fizer parte da seleção) e os Campeonatos do Mundo, tudo no verão. As corridas são muito próximas, devido aos Super Campeonatos, este ano, por isso vai ser um grande bloco, mas penso que vai beneficiar os ciclistas que fizerem o Tour. Quase todos os anos vemos ciclistas a sair da Vuelta e a conseguirem bons resultados nos Campeonatos do Mundo, porque numa corrida tão longa é crucial ter aquela condição base que apresentas quando terminas uma grande volta. Espero que também me beneficie.

CM – Com os Campeonatos do Mundo e o Tour de France tão próximos este ano, acreditas que a tua preparação vai ser diferente?

KA – Não. Eu penso que se tiver um bom pico de forma no Tour, então terei um bom pico também para os Mundiais.

CM – Um jovem ciclista português talentoso, de seu nome António Morgado, é um dos ciclistas mais promissores da nova geração. Ele teve a hipótese de treinar alguns dias com a equipa no inverno. O que pensas que pode ser o seu futuro?
KA – Infelizmente, eu não estive muito no grupo de treino com ele, por isso não tive muitas oportunidades para ver como ele estava a andar. Do que ouvi dos meus colegas de equipa que treinaram mais com ele, é um rapaz muito forte, muito educado, e eu penso que isso é importante quando chegas ao pé dos profissionais. Ser humilde, educado e fazer o teu trabalho. Se ele continuar assim, tenho a certeza que será um grande ciclista no futuro.

Get to Know Kasper Asgreen

CM – Corrida Favorita?
KA – Tour de Flandres

CM – Prato Favorito?
KA – Comida Italiana

CM – Série ou Filme que ninguém pode perder?
KA – Suits

CM – Um concerto que recomendarias a um amigo?
KA – Eu não fui a muitos concertos durante a minha vida, por isso é difícil para mim. (risos)

CM – Um daqueles a que foste?
KA – Eu sempre sonhei ver os Queen… Infelizmente, isso já não é mais possível, mas os Queen são uma das minhas bandas favoritas. Seria incrível vê-los a atuar ao vivo!

CM – Que tipo de músicas ouves durante o treino?
KA – Eu não ouço música enquanto treino.

CM – Viagem de Sonho?
KA – Qualquer lugar com uma corrida de bicicletas!

CM – Sobremesa a que não consegues resistir?
KA – Todas! (Risos)

Muito obrigado Kasper pela entrevista! Esperamos que consigas atingir os teus objetivos para a temporada, e estar ao teu melhor nível!

Foto de Capa: Alex Broadway / Getty Images