Il Giro d’Italia! Que comece a batalha pelo Troféu Sem Fim!

Arranca amanhã a 104ª edição do Giro d’Italia, a mítica prova de três semanas que este ano começa em Turim, para finalizar em Milão, no dia 30 de maio.

Depois de um ano de 2020 atípico a todos os níveis, e que viu a Volta a Itália ser adiada para outubro, este ano voltamos a ter a emblemática competição na altura habitual do ano, embora o regresso integral à normalidade seja ainda uma miragem.

Não obstante, um pelotão de grande nível irá amanhã partir de Turim para uma aventura de três semanas, com a presença de muitos candidatos a suceder a Tao Geoghegan Hart, o campeão do ano passado, mas que não irá defender a sua coroa em 2021.

Recorde-se que a edição de 2020 foi histórica para o ciclismo português, com prestações extraordinárias de João Almeida e de Ruben Guerreiro. O corredor da Deceuninck Quick-Step andou de rosa durante duas das três semanas de prova, cedendo a liderança apenas na 18ª etapa e terminando no 4º posto da classificação geral final! Já o corredor da EF Education-Nippo esteve endiabrado durante as três semanas, fechando com uma etapa e a vitória na classificação da montanha.

Percurso

Tanto a primeira como a última etapa da edição deste ano irão consistir em contrarrelógios individuais, com 8.6 km e 30.3 km, respetivamente. Nas restantes 19 tiradas que irão compor esta lendária competição, encontramos cinco que poderão finalizar com uma chegada ao sprint, oito com um perfil de média montanha, e seis de alta montanha, cinco das quais com chegada em alto.

Será um percurso duro, como é norma por terras transalpinas, com os corredores a enfrentarem mais de 47.000 km de acumulado de subidas. A dureza da prova acaba por se refletir na startlist, recheada de grandes nomes para as montanhas, embora também na vertente do sprint acabe por ser um lote bastante interessante.

Entre os principais destaques do percurso desta edição, refira-se a 11ª etapa, que trará uma tirada ao género da Strade Bianche, com um sobe e desce técnico e duro e diversos setores não asfaltados, e também a subida ao mítico Monte Zoncolan, na 14ª etapa. Refiram-se ainda as brutais jornadas de montanha que aguardam os ciclistas no 16º, 17º, 19º, e 20º dias de prova, com uma panóplia de longas e difíceis ascensões.

Percurso da 104ª edição da Volta a Itália

Equipas

A equipa que apresenta o alinhamento mais forte para a Volta a Itália é, na teoria, a Ineos Grenadiers. A formação britânica será liderada pelo colombiano Egan Bernal, mas terá também Pavel Sivakov e Daniel Martinez como segundas linhas que podem ser muito perigosas para a classificação geral. Juntam-se ainda Jhonatan Narvaez, Gianni Moscon, Jonathan Castroviejo, Salvatore Puccio, e o campeão do mundo de contrarrelógio, Filippo Ganna, para um lote de grande nível, sem sprinters, mas com capacidade para impor a sua lei nas jornadas de montanha.

O grande rival de Bernal na luta pelo Giro (e que será mesmo o principal favorito à vitória final) é o britânico Simon Yates, da Team BikeExchange. Apesar de a equipa australiana não apresentar um bloco tão forte como o da Ineos, em torno de Yates estarão, ainda assim, nomes como Mikel Nieve, Nick Schultz, ou Tanel Kangert, o que lhe permite algum conforto nas etapas mais duras.

Outra das equipas que irá jogar tudo na geral é a Astana-Premier Tech, que apresenta o russo Aleksandr Vlasov como principal referência, fazendo alinhar ao seu lado corredores como Gorka Izagirre, Luis Leon Sanchez, Fabio Felline, ou Harold Tejada.

Continuando ainda nas equipas da geral, a Bahrain-Victorious terá como chefe de fila indiscutível o espanhol Mikel Landa, mas apresentará também um dos mais fiáveis planos B do pelotão, na figura de Pello Bilbao, 5º no Giro de 2020. Além disso, a formação do médio oriente dispõe de um dos blocos mais consistentes em prova, com atletas como Damiano Caruso, Gino Mäder, Matej Mohoric, Jan Tratnik, e Rafael Valls.

A Deceuninck-Quick Step também fará da geral o seu principal objetivo, apresentando dois nomes de peso para o efeito: João Almeida e Remco Evenepoel. Muito se tem falado sobre quem vai liderar o Wolfpack, não sendo ainda claro quem vai trabalhar para quem. Ambos os corredores possuem argumentos fortes para serem considerados líderes indiscutíveis, pelo que a equipa deverá querer manter as hipóteses em aberto numa fase inicial. De qualquer forma, pela performance do Canibal das Caldas no Giro de 2020 e pelo longo período de paragem de Evenepoel, o português estará sem dúvida na pole position para liderar a equipa e o próprio belga já referiu que vai apoiar Almeida. No entanto, todos sabemos que as coisas rapidamente mudam no ciclismo e que se Evenepoel estiver a liderar a prova, como pode acontecer já no contrarrelógio do primeiro dia, a equipa dificilmente vai abdicar da posição do belga para proteger o português. A completar a alcateia, estarão corredores como Fausto Masnada, 9º no ano passado, James Knox, e o campeão francês de contrarrelógio Rémi Cavagna.

Outra equipa que apresenta um português que brilhou no ano transato é a EF Education-Nippo. Ruben Guerreiro foi um dos nomes em maior destaque em 2020, com uma vitória em etapa e o triunfo na classificação da montanha, e quererá certamente voltar a brilhar nesta edição. Contudo, o líder da equipa será o britânico Hugh Carthy, que se apresenta como um dos valores mais seguros da atualidade para as etapas de montanha. Além do Iceman de Pegões, a presença na formação norte-americana de nomes como Simon Carr, Jonathan Caicedo, Tejay van Garderen, ou Alberto Bettiol confere bastante qualidade no apoio a Carthy.

O terceiro português em prova será Nelson Oliveira, integrado também ele numa equipa que terá em mente a luta por uma boa classificação geral. A Movistar apresenta um bloco coeso, que mistura veterania e juventude, e que terá Marc Soler como líder. O espanhol até mostrou boas indicações na Volta à Romandia, mas são conhecidas as suas limitações quando a montanha se acumula ao longo de três semanas.

A Team DSM apresenta duas cartas bem interessantes para jogar na luta pela CG final: Jai Hindley, vice-campeão da edição passada, e Romain Bardet, ele que se tentará reinventar na luta pelas grandes competições velocipédicas mundiais. No apoio a esta liderança bicéfala estarão ciclistas como Chris Hamilton, Michael Storer, ou o veterano Nicolas Roche, com o alemão Max Kanter dedicado aos sprints.

Ainda em relação às equipas que irão lutar pela geral, refira-se a Israel Start-Up Nation, que estará totalmente dedicada a Dan Martin, embora seja difícil de imaginar o irlandês a lutar pela vitória final. A formação israelita contará com um lote interessante de corredores para rodear o seu líder, nomedamente Krists Neilands, Patrick Bevin, Alessandro de Marchi, Guy Niv, ou Davide Cimolai, este último atento às chegadas mais rápidas.

A Trek-Segafredo apresenta um alinhamento bastante forte, que seria bem preocupante para toda a concorrência, não fosse o “Tubarão”, Vincenzo Nibali, recentemente ter caído e fraturado o braço, o que comprometeu a sua preparação e o estatuto do bicampeão do Giro (2013 e 2016) para esta edição. Apesar de tudo, a equipa fará alinhar Bauke Mollema (embora a preocupação do holandês seja ganhar ritmo para o Tour de France e para os Jogos Olímpicos) e também Giulio Ciccone e Gianluca Brambilla, além de Matteo Moschetti para as etapas ao sprint.

Também a BORA-hansgrohe irá estar focada em boa medida no seu líder, Emanuel Buchmann, ele que será também um dos favoritos mais fiáveis para esta competição. A formação alemã apresenta um alinhamento forte, com nomes como Matteo Fabbro e Felix Grossschartner, mas guardará algum apoio para Peter Sagan na busca por vitórias em etapas.

Outra equipa que terá, de alguma forma, um foco duplo nesta competição é a Jumbo-Visma, com o neozelandês George Bennett para a geral e o holandês Dylan Groenewegen para os sprints, ele que regressa à competição depois da longa suspensão na sequência do polémico incidente com Fabio Jakobsen. Destaquem-se também os nomes de Tobias Foss e Koen Bouwman, que estarão no apoio a Bennett nas montanhas.

Continuando nas equipas que levam um homem para a geral e também um sprinter, segue-se a Qhubeka ASSOS, embora no caso da formação sul-africana a balança deva pender para o lado dos sprints. A direção da equipa acreditará certamente que terá mais hipóteses de lutar por etapas e talvez pela classificação dos pontos com o campeão europeu Giacomo Nizzolo, do que acreditar num grande resultado na geral de Domenico Pozzovivo, sem desprimor pelo veterano corredor que terminou em 11º no ano passado.

Cenário semelhante encontramos na UAE-Team Emirates, que tentará levar Fernado Gaviria a uma vitória ao sprint e que terá em Davide Formolo o homem para a geral, embora seja difícil de imaginar o italiano a lutar pela vitória final. O cenário mais realista poderá ser tentar a camisola da montanha ou a vitória em etapas, tendo ainda Diego Ulissi para perseguir esse objetivo.

A AG2R Citroën Team irá alinhar com pensamento em procurar a melhor classificação possível para o jovem francês Clément Champoussin, que será um homem ativo nas etapas de montanha. A formação gaulesa apresenta também Tony Gallopin, que estará focado em procurar uma vitória nas jornadas de média montanha.

A Groupama-FDJ, que não irá contar com Thibaut Pinot, terá o seu foco na luta por uma vitória em etapa, tendo alguns nomes com qualidade para triunfar no terreno mais acidentado, como Rudy Molard, Sebastien Reichenbach, ou Attila Valter.

A Intermarché-Wanty-Gobert Materiaux tem como principais destaques no seu alinhamento Jan Hirt e também Simone Petilli e Rein Taaramäe, mas dificilmente poderá almejar mais do que tentar uma vitória em etapa.

Entrando agora nas equipas que terão o seu foco bem virado para as etapas mais rápidas, refira-se a Alpecin-Fenix, praticamente toda dedicada a preparar os sprints para o seu líder, Tim Merlier.

O mesmo se passará com a Cofidis, em prol de Elia Viviani, com a equipa a esperar também estar presente em fugas, nomeadamente através do experiente Nicolas Edet.

Outra equipa que se dedicará em grande medida aos sprints é a Lotto Soudal, com enfoque no Pocket Rocket, Caleb Ewan. A formação belga fará ainda alinhar o jovem belga Harm Vanhoucke, que poderá estar em destaque nalgumas das etapas de montanha.

A formação italiana da Androni Giocattoli-Sidermec terá o seu foco nas fugas, tentando surpreender o pelotão sempre que a hipótese se proporcionar. A principal referência da equipa será o equatoriano Jefferson Cepeda, em especial nas etapas mais montanhosas.

Já a Bardiani-CSF-Faizané irá ter uma postura semelhante, alinhando com nomes como Enrico Battaglin e o veterano Giovanni Visconti, ele que no ano passado ainda lutou durante algumas etapas com Ruben Guerreiro pela camisola da montanha que o português acabaria por conquistar.

A terceira formação italiana do escalão Pro-Team, a EOLO-Kometa, não foge à regra e irá procurar vitórias em etapas, através de fugas ou de ataques eficazes, destacando-se Edward Ravasi para as etapas mais montanhosas e Vincenzo Albanese e Manuel Belletti para as jornadas mais planas.

Favoritos

O principal favorito para a vitória final é o britânico Simon Yates, da Team BikeExchange, que se tem mostrado em grande nível esta temporada, especialmente no Tour of the Alps, quando cilindrou a concorrência na segunda etapa da prova, alcançando uma margem suficiente para gerir com tranquilidade até ao último dia. No final, Yates bateu confortavelmente Pello Bilbao e Aleksandr Vlasov, mostrando que está num nível muito alto. Se não tiver grandes quebras ao longo do Giro e se mantiver alguma da forma mostrada na Volta aos Alpes, será difícil para alguém negar a vitória ao campeão da Volta a Espanha de 2018.

No papel, a equipa da Ineos será a mais forte em prova e Egan Bernal será o homem a abater, no entanto, com as dúvidas que existem em torno da condição física do colombiano e, em particular, do problema nas costas que o tem vindo a atormentar, outros nomes surgem à sua frente na lista de favoritos.

Falamos em específico de Emanuel Buchmann, da BORA-hansgrohe, que já provou ser um dos melhores voltistas da atualidade com o seu 4º posto na Volta a França de 2019 e que pode neste Giro encontrar o caminho de volta aos resultados de topo.

Depois daquilo que fez na edição do ano passado, não podemos deixar de incluir entre os principais favoritos o português João Almeida. Além disso, o homem das Caldas da Rainha tem estado em grande nível esta temporada, fazendo 3º no UAE Tour, 6º no Tirreno-Adriático, e 7º na Volta à Catalunha, pelo que não será de estranhar se o voltarmos a ver na luta com os outros galos do pelotão pelo “Troféu Sem Fim”! Se, por um lado, o jovem luso já não é um semi-desconhecido dentro do pelotão internacional, o que irá restringir a sua liberdade para atacar, acreditamos, por outro, que a qualidade inegável de Almeida, aliada ao seu profissionalismo e ambição, irão revelar uma forma absolutamente estratosférica do lusitano durante estas três semanas. O céu é o limite para o Canibal das Caldas!

De seguida, refira-se então o colombiano Egan Bernal que, mesmo com as suas limitações físicas, continua a ser um dos mais talentosos trepadores do pelotão, e que terá um lote de grandes corredores ao seu lado, na tentativa de repetir as exibições que o tornaram campeão da Volta a França em 2019. Nesta temporada, Bernal tem estado em plano de destaque, fechando em 3º no Tour de la Provence e em 4º no Tirreno-Adriático, além do 2º posto no Trofeo Laigueglia e do 3º na Strade Bianche, restando saber como estará a condição do atleta para um desafio como o Giro.

Entre os ciclistas da geração de Bernal, refira-se também o russo Aleksandr Vlasov, da Astana, ele que fez 2º no Paris-Nice e 3º na Volta aos Alpes, ocupando um lugar de destaque na hierarquia atual de voltistas. Esta pode ser a grande prova de afirmação de Vlasov junto da elite do ciclismo mundial!

Na lista de favoritos, segue-se um eterno candidato a ganhar uma volta de três semanas, mas que tarda em confirmar as suas credenciais: o veterano basco Mikel Landa. Depois de ser 3º no Tirreno-Adriático e 8º na Volta ao País Basco, o ciclista da Bahrain quererá mostrar que ainda não é tarde para finalmente se impor perante a concorrência no acidentado percurso do Giro. Contudo, o contrarrelógio de 30 km do último dia representa um obstáculo bem complicado para as pretensões de Landa.

Um dos grandes pontos de interesse desta Volta a Itália será a presença do prodígio belga Remco Evenepoel, que muitos apontam como um futuro dominador do ciclismo mundial. As expetativas sobre a performance do jovem da Deceuninck Quick-Step são possivelmente das mais altas da história recente da modalidade, restando saber em que ponto está a forma do atleta depois da grave queda sofrida na Volta à Lombardia, disputada em agosto do ano passado. Evenepoel dispõe de referências absolutamente fabulosas, tanto na montanha como no contrarrelógio, pelo que poderá ser um caso sério se se apresentar em bom nível. A liderança bipartida com João Almeida poderá ser um fator-chave a explorar pelo Wolfpack ao longo das três semanas, sendo que apenas a Ineos e a Bahrain (e eventualmente a DSM) apresentam mais que um candidato à geral.

Refira-se agora um nome que poderia facilmente estar mais acima nesta lista, não fosse a qualidade inegável dos ciclistas já referidos. O britânico Hugh Carthy, da EF Education-Nippo, apresenta-se como um dos trepadores mais consistentes da atualidade e o 5º lugar no Tour of the Alps pode indicar que o ciclista está a caminhar para a forma que lhe garantiu o 3º posto na Vuelta de 2020.

No caso de Bernal não estar em condições de discutir a geral da Volta a Itália, a Ineos apresenta uma alternativa importante: Pavel Sivakov, ele que fez 6º na Volta aos Alpes e que já fechou no top 10 do Giro (9º em 2019).

Outro dos focos de interesse entre os candidatos à geral será avaliar o nível e a capacidade atual de Romain Bardet, da Team DSM. O peso-pluma francês terminou no 9º posto no Tour of the Alps e estará certamente com a mente focada em incrementar a sua forma durante as próximas três semanas, o que o tornará um perigo para as últimas etapas. Resta saber se estará ainda em condições de lutar por um lugar de destaque na geral final da competição.

Como já foi referido, Vincenzo Nibali sofreu uma fratura no braço, pelo que será uma incógnita a forma como irá lidar com o grande esforço físico a que será sujeito. De qualquer forma, o corredor siciliano vinha a realizar uma boa preparação rumo ao Giro e nunca se pode subestimar a experiência, a inteligência, e a resiliência de um dos grandes voltistas da era moderna. Se existe alguém que pode desafiar as probabilidades e alcançar feitos que à partida pareciam impossíveis é mesmo o Tubarão do Estreito!

Refiram-se depois as segundas linhas de Bahrain e também da DSM, nas figuras de Pello Bilbao e Jai Hindley, o 5º e o 2º do Giro de 2020, respetivamente, e que poderão voltar a marcar presença entre os mais forte do Giro. Nota também para o nº3 na hierarquia da Ineos, o colombiano Daniel Martinez, que poderá ser um importante dark horse da corrida.

Para fechar esta lista de 15 favoritos, apontamos para o neozelandês George Bennett, da Jumbo-Visma, que quererá certamente tirar partido de liderar a formação holandesa na ausência de alguns dos principais nomes da equipa.

Os principais outsiders a poderem quebrar este status quo são Dan Martin, Clément Champoussin, Domenico Pozzovivo, e Davide Formolo, embora acreditemos que estes tenham mais hipóteses de lutar por uma etapa ou eventualmente pela montanha, objetivos que talvez sejam mais importantes que integrar um top 20 final.

Começam amanhã as três semanas mágicas do ciclismo transalpino, onde teremos três bravos lusitanos em busca de fazer ainda mais história para o ciclismo nacional. João Almeida irá batalhar pela vitória na CG, Ruben Guerreiro andará na luta por etapas e pela montanha, e Nelson Almeida será aquele que terá um papel de apoio mais vincado dentro da equipa, embora deva ter margem de liberdade para integrar algumas fugas e poder estar na luta por uma posição de relevo nos dois contrarrelógios.

Favoritos Ciclismo Mundial

⭐⭐⭐⭐⭐ Simon Yates
⭐⭐⭐⭐ Emanuel Buchmann e João Almeida
⭐⭐⭐ Egan Bernal, Aleksandr Vlasov e Mikel Landa
⭐⭐ Remco Evenepoel, Hugh Carthy, Pavel Sivakov e Romain Bardet
⭐ Vincenzo Nibali, Pello Bilbao, Jai Hindley, Daniel Martinez e George Bennett

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