A Cobra está à espreita para novo ataque!
Disputa-se hoje a 3ª etapa do Tour de Romandie, numa corrida de 168.7 km, com partida e chegada em Estavayer. O perfil da jornada é, aparentemente, o mais suave das etapas em linha já disputadas, no entanto, será marcado pelo circuito de três voltas com outras passagens pelas subidas de 3ª categoria de Châbles (1.8 km a 6.1 %) e de Les Granges (2.5 km a 7.8%).
O último destes topos surge a 8 km da meta, o que pode dar ideias de ataque a muitos corredores e baralhar as contas das equipas que procurem uma chegada em pelotão compacto.
Com o panorama a manter-se no topo da classificação geral, com Rohan Dennis na liderança, é previsível que a Ineos controle a jornada, podendo ter algum auxílio das equipas com interesse na etapa, como Bahrain, Israel, e Bora.
O cenário mais provável é o mesmo dos últimos dois dias: um sprint em pelotão relativamente reduzido. Se na 1ª etapa da prova, Peter Sagan venceu o assomo que foi disputado por cerca de 80 unidades, na jornada de ontem, Sonny Colbrelli triunfou num grupo de 35 corredores.
Acreditamos que será novamente um grupo numeroso a discutir a vitória, restando saber, entre os homens rápidos, quem irá aguentar as curtas e íngremes ascensões.
Entre os principais candidatos à etapa estão os homens que discutiram as duas últimas etapas, sendo que a maior dose de favoritismo deve ser colocada do lado de Sonny Colbrelli (Bahrain), ele que na 1ª etapa acabou por lançar o sprint algo cedo, sendo batido por Sagan, para na 2ª tirada vencer mesmo, impressionando pela resistência na muita montanha que foi ultrapassada e pela velocidade de ponta para vencer no final. Depois de quebrar o jejum de vitórias que durava já desde agosto passado, a “Cobra” pretende aproveitar o embalo e bisar nesta Volta à Romandia. Se conseguir ser inteligente no final, ele é o grande favorito!
Na mesma linha de pensamento, o principal candidato a derrotar Colbrelli é o neozelandês Patrick Bevin, ele que foi 3º e 2º nos dois sprints. Na teoria, o corredor da Israel Start-Up Nation até irá passar as dificuldades com maior facilidade do que o italiano, pelo que depois de dois pódios, este pode ser o dia para finalmente levantar os braços.
O terceiro mosqueteiro para esta aventura é, claro está, Peter Sagan, embora seja aquele que mais dúvidas reúne acerca da sua capacidade de aguentar as subidas, em especial a última, onde o andamento pode ser demasiado para o eslovaco. Na etapa de ontem, o Hulk de Zilina desligou-se relativamente cedo, muito possivelmente guardando as pernas para atacar esta etapa. Resta saber em que condição está o homem da BORA-hansgrohe para uma tirada onde, há uns anos atrás, seria o favorito nº1 por larga margem.
Tal como referido na etapa de ontem, a UAE-Team Emirates apresenta um alinhamento muito forte, em especial para atacar vitórias em etapas, mas ainda não conseguiu encontrar forma de capitalizar a qualidade dos seus ciclistas. Ficando a faltar apenas uma chegada em alto e um contrarrelógio, onde poderá ser complicado de bater a concorrência, em especial os Ineos, a formação dos emiratos deve olhar para esta 3ª etapa como decisiva para o balanço da competição.
Correndo em solo suíço, a equipa está focada em Marc Hirschi, e o homem da casa até conseguiu fechar em 3º no sprint de ontem, no entanto, foi fácil de verificar que não tinha velocidade para Colbrelli e Bevin. Se homens como Sagan estiverem na disputa da etapa de hoje, ainda menos hipóteses Hirschi terá. De qualquer forma, ele deverá ser a aposta da equipa e estará certamente entre os melhores da jornda.
Se o sprint final for bastante numeroso, a UAE-Team Emirates pode optar por apostar no homem que fez 5º na 1ª etapa, Alessandro Covi, sendo que tem ainda dois nomes para jogar no sprint ou até, quem sabe, na última subida: Rui Costa e Diego Ulissi. O campeão português tem estado em bom plano, fechando sempre entre os melhores e seguindo em 12º da CG, a 19s de Dennis. Na mente do homem da Póvoa de Varzim, poderá estar a intenção de ganhar mais alguns segundos à concorrência, seja através de um ataque, seja até eventualmente com bonificações num sprint mais reduzido, o que lhe permitiria entrar no top 10 da competição.
Perante o cenário das últimas duas etapas, fará pouco sentido a equipa dos emiratos esperar pelo sprint final, apenas para voltar a colocar um lote de ciclistas no top 10 ou 15 da etapa, sem ameaçar verdadeiramente o primeiro posto. A equipa terá de atacar na última subida ou pelo menos forçar bastante o andamento de forma a fazer descolar os homens mais rápidos e ter alguma chance no sprint.
Na lista de favoritos, seguem-se depois diversos nomes com capacidade e versatilidade para triunfar nesta jornada: Magnus Cort, Clement Venturini, Dion Smith, Andrea Pasqualon, Jake Stewart, ou Carlos Barbero.
Refiram-se ainda Philippe Gilbert, Remi Cavagna, e Stefan Küng, crónicos candidatos a surpreender o pelotão através de ataques incisivos perto do final.
Uma última nota para o líder da CG, Rohan Dennis, que pode eventualmente sentir-se confortável a discutir um sprint em grupo reduzido, isto imaginando que a Ineos vai manter o pelotão em sentido, impondo andamentos e controlando a corrida até aos metros finais pelos inevitáveis Andrey Amador e Filippo Ganna.
Favoritos Ciclismo Mundial:
⭐⭐⭐⭐⭐ Sonny Colbrelli
⭐⭐⭐⭐ Patrick Bevin e Peter Sagan
⭐⭐⭐ Marc Hirschi, Alessandro Covi, e Rui Costa
⭐⭐ Diego Ulissi, Magnus Cort, Clement Venturini, e Dion Smith
⭐ Andrea Pasqualon, Jake Stewart, Carlos Barbero, Philippe Gilbert, Remi Cavagna, Stefan Küng, e Rohan Dennis