Quem levará o Beret para casa?

O dinamarquês Mikkel Honoré (Deceuninck – Quick Step) manteve viva a alma vencedora dos dinamarqueses no dia em que os homens da geral pouparam alguma energia antes da decisiva etapa final. O último dia da corrida do País Vasco promete ser intenso, com uma jornada de menos de 112km a incluir 7 contagens de montanha, três das quais de primeira categoria, onde o espetáculo certamente não faltará.

Perfil

Perfil da sexta etapa da Itzulia Basque Country

Foi uma tradição durante décadas que a Volta ao País Vasco terminasse com um contrarrelógio individual, mas desde 2018 que se inverteu essa tendência e a última etapa passou a ser a etapa rainha da corrida. O final no Alto de Arrate, na periferia de Eibar, tem sido um marco da corrida desde 2009, e será novamente um dos principais desafios de montanha da corrida em 2021.

Com apenas 111.9 km, a jornada é bastante curta para levar o pelotão desde Ondarroa até ao topo da subida de Arrate nos arredores de Eibar. A cidade de partida fica mesmo na costa e a etapa começa por se afastar da água, mas logo a subir. A primeira subida do dia Arribinieta representa uma terceira categoria com 2.4km a 8,8% de pendente média com rampas máximas de 15%. Uma nova subida aparecerá logo após uma curta descida, com a terceira categoria de Elkorrieta a ter 2.6km a 6.7% e um máximo de 13%, à qual se irá encadear uma subida de primeira categoria a Azurki, com 5.4km a 7% de pendente média e rampas máximas de 16%. Uma descida de 10km permitirá ao pelotão descansar um pouco, antes de rapidamente começar uma nova subida com a segunda categoria de Elosua-Gorla, com 9.6km a 5.7% e um máximo de 11%.

Segue-se depois o momento para o pelotão respirar, com uma nova descida de 10km, e cerca de 12km planos, para se entrar na duríssima primeira categoria de Krabelin, com 5km a 9.6% de pendente média e um máximo de 17%! Os primeiros grandes ataques do dia poderão acontecer aqui, em busca de se isolar o camisola amarela ou algum dos ciclistas do top5 da classificação geral. A descida formará uma espécie de vale, para depois se entrar rapidamente em mais uma terceira categoria, a Trabakua, com 3.3km a 7.1% e um máximo de 10%. Seguir-se-á ainda um pequeno conjunto de rampas duras não categorizadas após a descida, para depois se entrar então na subida final mítica de primeira categoria a Arrate, com 4.6km a 8.6% e rampas máximas de 14.5%

A etapa tem um total de 3252m de desnível positivo de altitude e a história mostra que 9 em cada 10 vezes o vencedor da etapa também acaba por ser o vencedor final da prova.

Favoritos

A força combinada entre UAE e Jumbo fazem acreditar sobretudo numa decisão favorita, e depois, claro, é sempre impossível contornar os dois eslovenos, que na quarta-feira fizeram a sua própria liga. Sem dúvida que desta vez voltarão a ser os principais candidatos, mas agora os papéis foram invertidos. É Roglic que estará na ofensiva, enquanto Pogacar estará colado à roda traseira e só irá contrariar se McNulty se meter em tantos problemas que Roglic está prestes a ganhar a corrida. Dá uma dinâmica diferente da de quarta-feira, quando Roglic teve o luxo de se sentar sobre rodas.

É por isso que Tadej Pogacar poderá vencer a sua segunda etapa na prova. McNulty escalou soberbamente, mas não deve ter a oportunidade de igualar Roglic. Por outro lado, os dois eslovenos também parecem tão equilibrados que é difícil ver Roglic a livrar-se do seu compatriota, e por isso, qualquer um dos dois parece estar à altura para vencer. No entanto, Primoz Roglic tem um terreno que lhe assenta melhor, mas deverá ter dificuldade em ganhar um sprint no final descendente, como fez com a sua inteligente força na Vuelta. Desta vez ele terá de liderar com tudo o que tem para manter McNulty atrás de si, e depois quem sabe discutir a vitória sobre o risco com Pogacar. Em sprint com Pogacar, Roglic até pode deixar Pogacar vencer, desde que a bonificação do 1º lugar não seja necessária para ele vencer a prova. Por outro lado, pode mesmo acontecer que Pogacar vença isolado e não dar qualquer hipóteses na geral a Primoz Roglic.

Fora da luta eslovena, pode ser dia de Mikel Landa. O basco parece estar bem fisicamente e está longe de incomodar a classificação geral, pelo que poderá ter alguma folga para atacar de mais longe. É dos melhores trepadores presentes da prova e isso poderá ser jogado a ser favor. Outra escolha óbvia é David Gaudu. Depois de um infeliz Paris-Nice, o pequeno francês tem voado nesta corrida, impressionando em todas as paredes e até perdendo mais tempo do que Landa, o que o torna certamente um dos corredores que os eslovenos não vão vigiar em demasia. Poderá ser um duelo basco-franco pela vitória. Outra boa aposta é Mauri Vansevenant. O grande belga foi bastante impressionante, onde recuperou completamente a sua forma após a dececionante Coppi e Bartali. Por outro lado, ontem ele parecia sofrer bastante, por isso, pode não estar a aguentar esta dureza toda acumulada. A Deceuninck deverá apostar nele e em James Knox para lutar pela etapa hoje, e poderão apostar por enviar os seus corredores para a fuga.

O que fará hoje Jonas Vingegaard? Seria inteligente da parte do Jumbo que o dinamarquês assumisse o papel que McNulty tem tido até agora, e entrar no jogo da etapa e da geral. Com as pernas que mostrou nos últimos dias, ele deve ser um dos mais fortes.

Veremos Brandon McNulty a vencer a prova?

Favoritos Ciclismo Mundial

⭐⭐⭐⭐⭐ Tadej Pogacar
⭐⭐⭐⭐ Primoz Roglic e Mikel Landa
⭐⭐⭐ David Gaudu, Mauri Vansevenant, James Knox, Adam Yates e Hugh Carthy
⭐⭐ Jakob Fuglsang, Alejandro Valverde, Maximilian Schachmann e Esteban Chaves
⭐  Ion Izagirre, Sergio Higuita, Ilan van Wilder, Richard Carapaz, Enric Mas, Gino Mäder, Emanuel Buchmann e Jonas Vingegaard

Transmissão e Horas de Partida

A Eurosport1 terá transmissão a partir das 14h30. Acompanha o nosso live no Twitter.

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