Venham os muros que o pelotão está pronto para eles!

O esloveno Primoz Roglic (Jumbo – Visma) ganhou confiança vital antes do Tour de France deste Verão e deu um passo gigantesco para outra vitória geral na Itzulia Basque Country – Volta ao País Vasco) quando ontem deu a Tadej Pogacar (UAE Team Emirates) uma boa tareia no contrarrelógio. O esloveno tem mesmo uma boa hipótese de alargar a sua liderança nesta segunda etapa, que apresenta uma subida bastante difícil na fase final.

Perfil

Perfil da segunda etapa da Itzulia Basque Country

As etapas no País Vasco são sempre relativamente curtas, e o mesmo acontece com esta etapa 2, que tem apenas 154.8km de extensão e leva o pelotão de Zalla a Sestao, um subúrbio da cidade costeira de Bilbao. A etapa tem um conjunto de rampas na primeira metade da prova, que poderão fazer mossa a homens mais rápidos que gostassem de chegar vivos e com os homens da geral ao final. Haverá lugar a três contagens de montanha, as duas primeiras de 3ª Categoria, a San Cosme com 4km a 4,0%, e rampas máximas de 9%, e a Bezi, com 3.8km a 6%, e rampas máximas de 9%,. A última subida tem o seu início a 20km do final, e será a segunda categoria de La Asturiana, com 7.4km de extensão a 6.5% e rampas a 14%, que pode ser dividida em duas partes. Os primeiros 3.8km são muito difíceis, com um declive médio de 8.9% e alguns troços íngremes com declives de cerca de 11%. Depois disso, os restantes 3.6km sobem de forma relativamente estável a uma média de 4.1% até ao topo, a 14.3km da meta. A partir daí é sempre em descida, com uma parte muito acessível e outra mais técnica com diversas curvas apertadas. O final tem uma ligeira rampa, que deverá também oferecer um dia mais favorável a ciclistas mais explosivos.

A etapa oferece um total de 2512m de desnível positivo de altitude.

Favoritos

Dadas as diferenças de tempo que já existem devido ao duro contrarrelógio, não será de estranhar que, apesar de a subida mais difícil ser uma 2ª categoria, os ataques ocorram. Homens como Guillaume Martin (Cofidis) e Esteban Chaves (Team BikeExchange) ou até mesmo Mikel Landa (Bahrain Victorious) poderão estar interessados em atacar Primoz Roglic e o poderoso comboio da Jumbo – Visma. O problema para eles é que Roglic, mesmo quando é líder, não espera que os outros ataquem, tal como demonstrou de forma até um pouco surpreendente no último Paris – Nice, mas em subidas deste estilo, a presença de um coletivo forte é super importante. Depois das vitórias em Suances, na Vuelta e em Biot, agora no Paris – Nice, o esloveno demonstra que a etapa de hoje não é para desperdiçar.

Tudo aponta também para que Alejandro Valverde dê uma tentativa forte de recuperar terreno no dia de hoje. O veterano espanhol está a voltar ao seu auge, mesmo que a velocidade já não seja a mesma de outros tempos. Hoje poderá tentar vencer a etapa e é um sério candidato para tal. Maximilian Schachmann vem de uma vitória na geral do Paris – Nice e é um ótimo puncheur, e hoje poderá ser um dia para ele. Tem o apoio de uma super equipa da Bora – Hansrgohe e a subida, especialmente por ser curta e não particularmente íngreme, deve dar-lhe uma boa oportunidade para enfrentar Roglic.

O líder da UAE Team Emirates tem de ser sempre favorito, ainda para mais estando super motivado após vencer todas as provas por etapas por onde passou este ano. Para Tadej Pogacar a etapa é pouco dura e curta, no entanto, o vencedor do último Tour de France já demostrou que se adapta bem a estas etapas. Se a jornada ficar para os verdadeiros puncheurs, será dificil para Pogacar recuperar terreno, mas se a equipa ou outras equipas colocarem a luta apenas para homens da geral, Pogacar sobe muito nas probabilidades. Dentro da sua equipa, há um homem que hoje poderia brilhar, mas não sabemos qual será a sua autonomia e liberdade. Marc Hirschi é certamente o mais rápido da equipa para um final explosivo, e, relembrando a vitória na Fleche Wallone de 2020, há todos os motivos para acreditar que é melhor finalizador do que Roglic numa rampa curta e relativamente fácil como esta.

Michael Woods vai ser um dos homens que vai tentar atacar e vencer. O canadiano tem voado este ano. e apesar das rampas não serem assim tão duras, para o que Woods gosta, terá também uma boa oportunidade. Depois da performance recente de Alex Aranburu, hoje ele tem que ser considerado como favorito. O final deve servir-lhe de forma brilhante, e ele entrou também bastante bem na temporada. Desapontou no GP Miguel Indurain no último fim de semana, mas talvez fosse um dia de sacrifício pela equipa. No Tirreno Adriático e na Milano Sanremo foi extremamente positivo o balanço, com excelentes prestações. Se as subidas se tornarem difíceis, Aranburu deverá ser uma das vítimas, e assim ficar atrasado e impedido de discutir a vitória na etapa. Será interessante perceber o comportamento da Astana – Premier Tech, já que Ion Izagirre seria o líder, mas cedeu ontem surpreendentemente imenso tempo no contrarrelógio.

A EF Education – Nippo hoje tem duas peças muito interessantes. Magnus Cort, que venceu a última etapa do Paris Nice, e poderá hoje repetir a proeza, e Sergio Higuita, que na teoria tem todas as aptidões para hoje fazer um grande resultado. Outro corredor que hoje poderá fazer a diferença é Bauke Mollema. Vimos isso mais recentemente com a vitória na primeira etapa do Tour du Var, e o holandês tem andado muito bem, especialmente nas provas de um dia. Poderá ser difícil vencer, mas um top10 é quase garantido.

Favoritos Ciclismo Mundial

⭐⭐⭐⭐⭐ Primoz Roglic
⭐⭐⭐⭐ Maximilian Schachmann e Alejandro Valverde
⭐⭐⭐ Tadej Pogacar, Marc Hirschi e Michael Woods
⭐⭐ Sergio Higuita, Alex Aranburu, Magnus Cort e Bauke Mollema
⭐ Mikkel Honoré, Benoit Cosnefroy, Dion Smith, Pierre Latour, Simon Clarke, Ide Schelling e Daryl Impey

Transmissão e Horas de Partida

A Eurosport1 terá transmissão a partir das 14h30. Acompanha o nosso live no Twitter.

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