Luta de alta velocidade antes de chegar a alta montanha!
O esloveno Primoz Roglic (Jumbo – Visma) fez ontem jus à sua condição de grande favorito ao vencer a etapa 4 do Paris – Nice e ascender à liderança da corrida, com uma demonstração de força, e agora espera ter um dia para recuperar antes das três decisivas etapas montanhosas. No entanto, não é necessariamente um dia tão simples na última etapa plana da corrida, onde uma previsão do tempo engraçada oferece tempestade e ventos cruzados numa primeira parte e ventos contrários secos e relativamente pacíficos na segunda metade
Perfil
Com uma distância de 203km, a quinta etapa do Paris – Nice apresenta um dia relativamente longo desde de Vienne a Bollène. Depois de 54.1km quase em ligeira descida, já perto do primeiro sprint intermédio o terreno fica totalmente plano. A grande surpresa do dia, e talvez dificuldade, é a subida, ou melhor, pequena subida de 3ª categoria, o Cote de Saint-Restitut, com 1.4km a 4.8%, com o seu topo ao km 169.5. Não parece que alguém faça diferenças numa subida como esta, e o sprint em massa deverá ser o cenário mais previsível. Após a descida, o terreno é sempre plano até aos arredores de Bollène. Um sprint intermédio a menos de 20km do final vai aquecer as pernas aos homens rápidos, mas atenção aos homens da geral que queiram fechar o espaço para Roglic e recuperar desde já alguns segundos. Na aproximação à chegada, a última curva acentuada aparece quando faltam ainda 4.8km para a meta, sendo que duas rotundas, a 4.4km e 1.2km da chegada serão as principais dificuldades em termos de posicionamento. No final, a estrada tem um subida bastante ligeira, para algo como 0.7% de média, algo que não deverá ser significativo para os sprinters. A etapa oferece um total de apenas 926 metros de altitude.
O Paris-Nice está nesta edição a mostrar um conjunto de cidades que nunca acolheram provas, sendo que Bollène é mais uma que nunca recebeu uma grande prova.
Favoritos
Esta configuração de tipo de etapas do Paris-Nice é normal, mas já não é assim tanto a existência de uma etapa tão longa e tão plana na prova. A única grande dificuldade será mesmo o vento que se poderá sentir, e que se espera forte. Poderão existir equipas interessadas em partir o pelotão, mas será difícil de prever quem, apesar de Deceuninck, Trek e FDJ serem as principais candidatas e interessadas em mexer e aproveitar-se do vento. Deceuninck e Trek não têm grande homens para a montanha, ou pelo menos os que têm cederam tempo considerável, mas Gaudu é uma séria ameaça à liderança de Roglic. No entanto, a parte inicial é que tem vento forte capaz de criar dificuldades, o que pode ajudar a que ninguém se queira aproveitar do vento e colocarem apenas um ritmo alto, mas constante. Portanto, o mais provável é termos um sprint massivo clássico, mas desta vez há um final com uma estrada larga havendo espaço para deixar a velocidade alta.
Se há corredor para vencer num dia como estes é Sam Bennett! Os dois primeiros sprints mostraram claramente que ele é de longe o mais rápido do pelotão e não havendo dificuldades inesperadas, não deve haver dúvida de que ele vencerá hoje. O irlandês teve um bom resultado na 1ª etapa, onde apesar de uma estratégia passiva da Deceuninck ele fez tudo certo, enquanto na 2ª etapa tudo deu errado, pela péssima colocação. Essa é mais uma razão para que a equipa e Bennett queiram vingar-se, e o irlandês irá aparecer com tudo uma vez mais!
O seu maior rival é novamente Arnaud Demare. O francês é o segundo mais forte neste terreno, e não fosse a queda na etapa 2, talvez tivesse ganho a etapa. A FDJ tem um ótimo comboio e poderá ser o principal adversário da Deceuninck. Mads Pedersen será de novo uma ameaça para os dois, e o dinamarquês pode até não ser o mais rápido, mas está a evoluir muito bem nesse sentido e sabe como colocar-se e quando lançar o seu sprint. Ao mesmo tempo, o comboio dele é bastante competente e se a etapa for full gas, Pedersen pode ser capaz de ter mais forças no final quando comparado aos adversários, sendo que as probabilidades do corredor da Trek sobem caso haja cortes.
Numa terceira linha de favoritos, aparecem os homens do costume. Cees Bol ficou certamente motivado com a vitória de segunda e pode ter sido chave para ele dar o click e subir um nível mais na discussão das chegadas ao sprint, e por isso o holandês poderá ser um série candidato a fechar no top5 do dia. Pascal Ackermann e Giacomo Nizzolo têm desiludido ao longo dos últimos dias e não têm conseguido estar ao nível a que nos habituaram, talvez porque a concorrência está mais forte, mas ainda assim hoje será um bom dia para o alemão e o italiano poderem dar uma resposta positiva.
Nacer Bouhanni, Phil Bauhaus e Jasper Philipsen são os homens que se seguem para poderem discutir a etapa e a vitória do dia. Não têm comboios perfeitos, mas também sabem fazer as coisas sozinhos.
Favoritos Ciclismo Mundial
⭐⭐⭐⭐⭐ Sam Bennett
⭐⭐⭐⭐ Arnaud Demare e Mads Pedersen
⭐⭐⭐ Giacomo Nizzolo, Pascal Ackermann e Cees Bol
⭐⭐ Nacer Bouhanni, Jasper Philipsen e Phil Bauhaus
⭐ Rudy Barbier, Danny van Poppel, André Greipel, John Degenkolb, Alexander Kristoff, Michael Matthews, Christophe Laporte e Bryan Coquard
Presença Portuguesa
Em prova estarão dois portugueses: Rui Costa (153) e Rui Oliveira (156), em representação da UAE Team Emirates.
Transmissão e Horas de Partida
A Eurosport1 terá transmissão a partir das 13h15.