Sem Ackermann, Clasica de Almeria terá um novo vencedor em 2021, mas quem?
Depois de 4 anos consecutivos (2014-2017) sem passagem por Roquetas de Mar, a Clasica de Almeria vai terminar pela terceira vez num local já bastante conhecido também da La Vuelta a España. O vencedor dos últimos dois anos, Pascal Ackermann, não estará presente nesta edição, dando hipótese a que mais um sprinter possa vencer o troféu. Apenas Mark Cavendish e Matteo Pelucchi podem repetir a vitória (2014 e 2011), apesar de que, com a qualidade do pelotão presente, será algo improvável.
São raras as vezes que esta clássica não é disputada ao sprint, e não deverá ser nesta edição que haja essa exceção. O pelotão traz várias equipas com os seus principais sprinters, e os seus principais blocos, prontas para arrancar a primeira vitória do ano, e que certamente não querem desperdiçar essa oportunidade.
A prova marca também a estreia de André Carvalho no World Tour e o arranque de Rui e Ivo Oliveira na temporada, no suporte ao sprinter da UAE Team Emirates, Fernando Gaviria.
Prova
A partida, em relação aos restantes anos, deslocou-se para uma pequena cidade no extremo sudeste de Almeria, Puebla de Vicar, mas o restante percurso é idêntico aos anos anteriores.
Uma subida de 2ª categoria, Alto del Celín, ao km54, representa o principal desafio montanhoso, após o qual há um troço médio ondulante, que incluí duas contagens de 3ª e uma de 4ª categoria. Finalmente, os últimos 70km são ao longo da costa mediterrânea.
Um circuito de 21kms e ainda um segundo circuito de 6kms, fará com que os corredores possam estudar a passagem por duas vezes antes da meta real. O último km começará com uma pequena e ligeira subida, mas que não fará diferenças, num circuito que em ponto algum é técnico, permitindo que as equipas possam montar perfeitamente os seus comboios.
Acima de tudo, a maior ameaça ao sprint poderão ser os ventos costeiros, que quando ocorrem naquela zona são fortes. Resultado dos ventos, temos como exemplo a vitória de Magnus Cort num grupo escapado de 30 corredores em 2017. Ainda assim a previsão meteorológica não aponta a qualquer rajada de vento na área.
A pandemia conseguiu não afetar a histórica clássica, e há um dado importante a salientar. Em 2002, Alejandro Valverde acabado de chegar à Kelme – Costa Blanca, deu inicio à sua brilhante carreira no World Tour nesta mesma clássica, onde se colocou na 8ª posição da prova. Valverde dará inicio à sua última temporada, onde também deu inicio na primeira.


Favoritos
Olhando à startlist, o melhor comboio é de longe da UAE e do seu sprinter Fernando Gaviria. Um comboio que terá dois portugueses e Rui Oliveira será quase de certeza o penúltimo homem, para colocar o lançado Maximiliano Richeze no sítio certo.
A Team Quhubeka Assos traz Giacomo Nizzolo bastante motivado, e com uma camisola de campeão europeu, com a qual o italiano certamente quer vencer. Depois de um abandono infeliz no Tour do ano passado, o italiano vai querer vingar-se. Não sabemos a forma dele, mas não esteve nada mal na última Etoile de Bessèges.
Muito falam também em Alvaro Hodeg, e, de facto, não o podemos descartar da vitória, mas será que o jovem colombiano capaz de vencer a clássica? Há algumas dúvidas sobre a sua forma e ainda mais sobre como a Deceuninck – Quick Step vai abordar a competição. Mark Cavendish já não é o sprinter que em tempos nos habitou, mas em fim de carreira, nunca podemos descartar que venha a tentar mais uma vitória.
Há ainda a grande dúvida de como a Cofidis irá correr neste dia. Tem várias fichas para vários cenários diferentes de chegada, e será certamente interessante descobrir qual será o papel de André Carvalho no dia de hoje.
Nomes como Danny van Poppel, Marc Sarreau, Timothy Dupont e Jordi Meeus são sempre possíveis corredores a intrometer-se no sprint, mas com possibilidades de vitórias mais reduzidas.
Em Direto
A Eurosport 2 irá transmitir a prova em direto a partir das 14h30.