Mais um dia, mais um desafio!
Depois de mais uma fuga vitoriosa na Volta a Itália, a prova prossegue com a 17ª etapa, com João Almeida na liderança pelo 14º dia. Serão 203 km entre Bassano del Grappa e Madonna di Campiglio e 4 contagens de montanha, 3 delas de 1ª categoria, incluindo a última, coincidente com a meta, com 11.9 km a 5.9%.
Desta feita, não haverá grande espaço para a fuga resultar, embora numa fase tão avançada de uma grande volta esse cenário possa sempre acontecer. No entanto, o mais provável será a Team Sunweb controlar a corrida, tentando fazer diferenças na subida final. Ainda por cima tendo dois homens bem colocados, a equipa poderá jogar de várias formas na subida final.
A ascensão a Madonna di Campiglio é longa mas não tem uma pendente muito acentuada na maior parte do percurso, pelo que para se poderem fazer grandes diferenças os ataques terão de ser no início da subida, ou mesmo numa das subidas anteriores.
A Deceuninck-Quick Step tem estado em bom nível na proteção a João Almeida, especialmente no tipo de terreno que marca a etapa antes da subida final. Aí, poderá ser complicado muitos homens estarem junto do camisola rosa, mas na teoria a equipa terá condições de ter Fausto Masnada e James Knox pelo menos durante parte da ascensão final.
De uma forma ou outra, o cenário mais plausível será o de um grupo reduzido de favoritos discutir a subida final, a etapa, e eventualmente a própria geral da prova. O top 10 terá obrigação de se manter mais ou menos junto, pelo que deverá ser alguém deste grupo restrito a triunfar no final. Depois da etapa de domingo passado, os dois homens da Sunweb, juntamente com Tao Geoghegan Hart, da INEOS, parecem estar um furo acima da concorrência nas grandes subidas, com João Almeida logo a seguir.
Muito possivelmente, teremos um final semelhante ao da etapa vencida pelo homem da INEOS, com Almeida a tentar não perder a carruagem da frente e todos nós a contarmos os segundos para a chegada do português. Quem sabe os dois segundos conquistados ontem não venham a ser importantes para a manutenção da rosa por mais um dia?
O desenrolar dos acontecimentos pode mesmo ser muito semelhante ao de domingo, pelo que Geoghegan Hart deve ser encarado como um homem muito perigoso para a vitória na etapa mais uma vez, e mesmo até para poder recuperar segundos a Almeida e a Kelderman.
Claro que o holandês da Sunweb está também entre os principais favoritos. Tem sido, discutivelmente, o mais forte nas montanhas e possui o bloco mais forte para as ascensões mais difíceis, e certamente estará com ideia de atacar e decidir a rosa o quanto antes. Kelderman certamente não quererá chegar ao contrarrelógio de Milão no último dia com as contas equilibradas com Almeida.
A forma do português tem sido constante e é percetível que ele continua num bom momento. Se houver um grupo de favoritos perto do final, não é impossível para o lusitano tentar atacar a etapa. Mesmo que tal não seja possível, no domingo provou que apenas os Sunweb e Hart estão acima de si na montanha.
Depois da extraordinária exibição de Jai Hindley no domingo, não se pode excluir o nº 2 da Sunweb para poder levar de vencida a etapa. Hindley deverá fazer um trabalho de reboque do líder até onde puder, e se isso significar que sobram apenas dois ou um ou mesmo nenhum rival, a etapa poderá ficar para o jovem australiano. No entanto, se chegarem os dois Sunweb à meta, devido às bonificações, deverá ser Kelderman a passar na frente.
No ranking dos trepadores deste Giro, Rafal Majka, da BORA-hansgrohe, parece estar a subir de forma e se assim for poderá ser um homem perigoso na subida final. O seu companheiro de equipa está também em bom momento e será um forte favorito no caso de um sprint entre os favoritos, embora esse seja um cenário pouco provável uma vez que a corrida deverá ser atacada cedo.
Seguem-se Nibali, Bilbao, Fuglsang, Pozzovivo, McNulty, entre outros, ciclistas que têm obrigação de atacar, embora tal venha a ser difícil perante a força da Sunweb.
A dupla da Deceuninck, Fausto Masnada e James Knox, poderia ter boas hipóteses de vencer uma jornada deste tipo, no entanto, deverão estar ao serviço de João Almeida. Aliás, a Deceuninck vai ter de tentar proteger a liderança de Almeida a todo o custo, pelo que pode optar, por exemplo, por lançar ciclistas na frente para ajudar o líder mais perto do final.
Como referimos, uma fuga pode sempre resultar nesta fase do Giro, pelo que esse cenário tem de ser equacionado. Aí, terá sempre de ser um forte trepador a vencer a jornada, saltando à vista o nome de Tanel Kangert (EF Pro Cycling), mas também Rohan Dennis, Daniel Navarro, Ilnur Zakarin, Hermann Pernsteiner, Ruben Guerreiro, Victor de la Parte, Jonathan Castroviejo, Ben O’Connor, Diego Ulissi, Giovanni Visconti, ou Aurelien Paret-Peintre.
Favoritos Ciclismo Mundial:
⭐⭐⭐⭐⭐ Tao Geoghegan Hart
⭐⭐⭐⭐ Wilco Kelderman e João Almeida
⭐⭐⭐ Jai Hindley, Rafal Majka, e Patrick Konrad
⭐⭐ Vincenzo Nibali, Pello Bilbao, Jakob Fuglsang, e Domenico Pozzovivo
⭐ Tanel Kangert, Rohan Dennis, Daniel Navarro, Ilnur Zakarin, Hermann Pernsteiner, Ruben Guerreiro, Victor de la Parte, Jonathan Castroviejo, Ben O’Connor, Diego Ulissi, Giovanni Visconti, e Aurelien Paret-Peintre