Fuga ou sprint? O dilema da etapa 19!

Depois das emoções da última etapa de montanha e da demonstração de superioridade da Jumbo-Visma e de Jonas Vingegaard, o Tour de France prossegue hoje com a realização da 19ª tirada, a antepenúltima da competição. Nesta jornada de ligação, os ciclistas irão partir de Castelnau-Magnoac, na região dos Pirenéus, viajando 188.3 km para Nordeste, rumo à localidade de Cahors, perto de Rocamadour, onde se realizará o contrarrelógio de amanhã.

Esta etapa será tendencialmente plana, pontuada apenas com algumas pequenas subidas, em particular duas ascensões de 4ª categoria, já na segunda metade do percurso. A abordagem à meta será relativamente plana, com o quilómetro final em ligeira subida (2.5%).

Perfil da etapa 19 do Tour de France

Os Favoritos

Os últimos dias foram de sofrimento para os sprinters do pelotão. Os homens mais rápidos e pesados lutaram bravamente para ultrapassar os Pirenéus, com um objetivo bem claro: lutar pela vitória, não só na etapa final em Paris, mas também nesta etapa de ligação, que surge nesta fase como um claro incentivo por parte da organização à manutenção em prova da maioria dos velocistas.

É preciso ter em conta que estamos numa fase bem avançada de uma dura prova de três semanas, numa jornada que invariavelmente acaba por sorrir às fugas, que acabam por conseguir jogar com a fadiga acumulada do pelotão. O desfecho da etapa de hoje irá depender da constituição da fuga do dia e da estratégia das equipas dos homens rápidos. Se a maioria acabar por colocar unidades na fuga, não deverá haver força de perseguição no pelotão e a Jumbo deverá limitar-se a controlar, deixando a fuga ganhar vários minutos e discutir a vitória. Se, por outro lado, a etapa for muito atacada no início, pode acontecer não haver consenso sobre a formação da fuga, e muitas equipas irão preferir deixar sair uma fuga controlável, com poucos elementos, e preparar uma chegada em pelotão.

Em particular, o desenrolar da corrida será determinado pela estratégia de conjuntos como a Quick-Step, a Trek-Segafredo, a Lotto Soudal, a BikeExchange, a Alpecin, a TotalEnergies, ou mesmo a própria Jumbo-Visma. Se a maioria destas não colocar homens na frente, haverá interesses suficientes para proporcionar uma chegada ao sprint.

Portanto, este será um dia de 50-50, que pode facilmente cair para qualquer um dos lados. Perante a loucura que tem sido a formação de fugas neste Tour, vamos acreditar que este será mais um dia muito atacado no início, o que pode acabar por não dar espaço suficiente à fuga para triunfar. Assim, vamos dar favoritismo ao pelotão, naquele que poderá ser um confronto belga entre Jasper Philipsen e Wout van Aert. O ciclista da Alpecin-Deceuninck já venceu neste Tour e terá aqui uma grande oportunidade para bisar, numa chegada que lhe assenta bem. Se o pelotão chegar agrupado ao final, Philipsen deverá ser o homem a bater. Já o camisola verde da Jumbo-Visma foi um dos grandes animadores dos últimos dias (e de todo o Tour), e poderá querer guardar algumas energias para o contrarrelógio de amanhã, mas se o dia for tranquilo ele irá certamente tentar a sua terceira vitória em etapa, num final que também lhe é bastante favorável.

Outro corredor que se adaptará bem ao quilómetro final e que terá velocidade para bater a concorrência será Mads Pedersen, que também já venceu nesta prova. Outros candidatos a uma vitória ao sprint serão Caleb Ewan, Dylan Groenewegen, Fabio Jakobsen, Peter Sagan, Alexander Kristoff, Danny van Poppel, Alberto Dainese, e ainda Florian Senechal e Michael Matthews, que poderão ser as opções de Quick-Step e BikeExchange, respetivamente, se Jakobsen e Groenewegen não estiverem em condições de disputar o final.

Como referido, a etapa pode facilmente cair para o lado da fuga, se as equipas dos sprinters acabarem por apostar em colocar homens na frente. Nesse caso, será uma lotaria acertar no lote de escapados do dia. Muitos dos velocistas já referidos podem tentar estar na fuga, retirando o peso da perseguição às suas equipas, como o próprio Philipsen, mas também nomes como Pedersen, Sagan, Van Poppel, Senechal, ou Matthews. Além destes será preciso ter em atenção ciclistas como Jasper Stuyven, Fred Wright, Alberto Bettiol, Matej Mohoric, Christophe Laporte, Benjamin Thomas, Tom Pidcock, Nils Politt, Jan Tratnik, Edvald Boasson Hagen, Luis Leon Sanchez, Dylan van Baarle, Hugo Houle, Yves Lampaert, e ainda Nelson Oliveira, embora o português possa ser um dos homens em poupança para o contrarrelógio.

Favoritos Ciclismo Mundial

⭐⭐⭐⭐⭐ Jasper Philipsen
⭐⭐⭐⭐ Wout van Aert e Mads Pedersen
⭐⭐⭐ Caleb Ewan, Dylan Groenewegen e Fabio Jakobsen
⭐⭐ Peter Sagan, Alexander Kristoff, Danny van Poppel, Alberto Dainese, Florian Senechal e Michael Matthews
⭐ Jasper Stuyven, Fred Wright, Alberto Bettiol, Matej Mohoric, Christophe Laporte, Benjamin Thomas, Tom Pidcock, Nils Politt, Jan Tratnik, Edvald Boasson Hagen, Luis Leon Sanchez, Dylan van Baarle, Hugo Houle, Yves Lampaert e Nelson Oliveira

Presença Portuguesa

Nelson Oliveira (Movistar), com o dorsal #66, é o único português ainda em prova.

Transmissão em Direto

Podes acompanhar a etapa em direto na Eurosport 1, a partir das 12h00, e na RTP2, a partir das 14h30!

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