Tadej Pogacar: “Fazer o Tour com o João… É um tópico para discutir daqui a 8 meses!”

O Ciclismo Mundial esteve presente na conferência de imprensa da UAE Team Emirates no primeiro dia de descanso do Tour de France, com a presença de Tadej Pogacar, que falou sobre o que se passou nesta primeira semana de Tour, antevendo também as próximas semanas da corrida. Apesar de o tempo e as perguntas serem limitadas nesta conferência, tivemos oportunidade de ouvir e fazer uma pergunta ao esloveno, em relação ao seu 2024 com João Almeida!

Questionado sobre ter o “momentum” em prova sobre Jonas Vingegaard (Jumbo – Visma), o esloveno respondeu que tem um certo momentum, que se tem sentido melhor de dia para dia, mas que não sabe quais são as sensações de Vingegaard até agora, concluindo ao afirmar que teve um bom dia de descanso e está pronto para correr outra vez amanhã, estando contente com a corrida que fez até agora.

Sobre a ideia de não ter bases suficientes e que irá sofrer bastante na terceira semana, devido a ter uma preparação insuficiente devido à lesão no pulso, Pogacar respondeu que não está preocupado e que a última semana deverá ser melhor que a primeira. A base do trabalho esloveno foi feita na primavera, em que esteve a correr muito bem, e a falta de corrida antes do Tour é outra questão, mas Pogacar espera estar melhor na terceira semana.

Questionado com a afirmação de Jonas Vingegaard, quando disse que os Alpes lhe assentavam melhor, e por isso não se preocupa com o tempo que perdeu, Pogacar respondeu de forma desafiadora que veremos a quem os Alpes assentam melhor. O esloveno aformou que gosta das etapas dos Alpes, fez alguns reconhecimentos, bem como preparação da corrida, que tem melhorado nas grandes subidas e com calor e que teremos de esperar pela última semana para ver quem será quem se dará melhor nas etapas alpinas. Até agora, Pogacar não está surpreendido com a sua perfomance nesta primeira semana, e que a única surpresa foi quando perdeu tempo no Col de Marie Blanque, já que se conhece muito bem enquanto ciclista.

Sobre como a rivalidade com Jonas o inspira a correr, Pogacar respondeu que tem uma boa rivalidade com o dinamarquês e que pensa que o Tour de France do último ano foi dos melhores de sempre. Este ano, na primeira semana já aconteceu muito, temos tido bons dias, cada um a lançar grandes ataques em cada etapa de montanha, e por isso tem sido uma competição muito boa.

Sobre as corridas antes do Tour e a forma de correr mais ofensiva, contraposta à forma atual no Tour, mais pensada e mais tática, o esloveno referiu que esteve em três Tour de France, e isso deu-lhe alguma experiência, sendo a corrida mais importante do ano. É bom ganhar uma corrida com 50km a solo, mas o Tour são três semanas e a cada dia podes pagar o preço pelo esforço que fizeste no dia anterior. Numa corrida de três semanas tens de correr com a cabeça e não podes ser maluco num só dia, relembrando um ataque que fez no Tour em 2022, e brincando que está a ficar velho e que é o último ano com a camisola branca.

Sobre o facto de o Adam Yates ainda estar numa posição importante na classificação geral, Pogacar afirmou que é uma boa vantagem para si e para a equipa, e que o britânico tem estado melhor de dia para dia, e por isso podem jogar com esse fator nas próximas etapas. Palavras de Pogacar, Yates é um excelente colega de equipa e o facto de estar tão próximo na classificação geral, permite-lhe estar um pouco mais relaxado.

Em relação a ter dito que veio a este Tour de France sem nada a perder e se se diverte mais a correr sem ter nada a perder ou a defender a camisola amarela, o esloveno respondeu que já não se sente dessa maneira, pois foca-se somente na corrida, mas que sim, quando veio ao Tour, havia menos pressão, e que é bastante diferente de quando tens de defender o teu título, é uma grande diferença.

Em relação à etapa de ontem, a Jumbo – Visma calculou que a subida ao Puy de Dôme foram os melhores 35min de sempre de Pogacar numa subida. Pogacar sorriu e respondeu que não sabe, que eles não sabem os seus treinos, que não sabem os seus dados, que não sabem quanto pesa ele, que não sabem muito sobre ele, e por isso podem assumir. Pogacar afirmou que pode dizer que foi uma das boas subidas dele, mas que ainda pode fazer melhor.

Sobre a queda de Urska Zigart, sua namorada, durante o Giro Donne enquanto ele corria o Tour, Pogacar afirmou que a companheira está muito melhor, que hoje já subiu à bicicleta outra vez, mas que não está numa condição perfeita, e por isso precisa de mais alguns dias para recuperar. Quando se perde o controla da bicicleta nestas velocidades é uma das piores quedas que se pode ter, quase toda a gente do pelotão, já teve esta experiência, e não é nada simpático. Também o afetou um pouco a pensar nas descidas ou por exemplo na etapa de ontem, a 90 km/h numa descida antes da subida final, e nessa altura pensou que qualquer coisa pode acontecer e ir tudo à m*rda, mas é o seu trabalho e tenta ter respeito no pelotão, tentando assimilar isto mais facilmente, mas por vezes é um bocado caótico, e os pensamentos apoderam-se.

Em relação sobre como corre e organiza as suas necessidades durante a corrida, o esloveno respondeu que para urinar, normalmente, no ciclismo tradicional, a fuga acontece, o camisola amarela para e toda a gente para, e depois voltam, mas alguns corredores fazem-no depois disso de novo, outros fazem através da bicicleta. Sobre ele próprio, Pogacar tenta parar uma vez, no máximo duas vezes por etapa, sempre quando há um momento em que pode voltar rapidamente ou quando há mais gente a parar, nunca sozinho, e se tiver de fazer uma paragem maior, é complicado depois regressar ao pelotão porque as pernas esvaziam.

Sobre ter aproveitado bem o trabalho da Jumbo – Visma nas últimas etapas, e se este está com receio de que estes irão mudar as táticas, Pogacare pensa que eles tentarão estar prontos para uma etapa, para o fazer quebrar outra vez à grande, mas que agora irá ver como se vai cprrer de dia para dia, sentindo-se motivado para o aí vem e estando pronto para tudo e todas as táticas.

A pergunta do Ciclismo Mundial foi a última do dia, e tentamos entender sobre o calendário de Pogacar para 2024, com João Almeida a querer fazer o Tour de France, e os Jogos Olímpicos (um grande objetivo de Pogacar) a estarem colocados logo a seguir. O esloveno revelou que irão definir a situação nos próximos meses, afirmando que o João é um excelente ciclista e que o mostrou a todos no Giro d’Itália. Para Pogacar, o João está preparado para ir ao Tour de France, e afirmou ser algo que o português já quer fazer há algum tempo. O cenário de irem os dois juntos foi também abordado, numa situação semelhante à que tem este ano com Adam Yates, em que estão a trabalhar bem em conjunto. Pogacar não tem corrido muito com Almeida, mas os dois têm uma boa relação e este é um tópico que irão discutir daqui a 8 meses.

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