O Ciclismo Mundial esteve presente no dia de ontem na conferência virtual da Israel – Premier Tech em antevisão ao Giro d’Itália. A equipa selecionou Domenico Pozzovivo e Simon Clarke para falarem aos jornalistas, e tivemos assim a oportunidade de colocar questões a ambos, na tentativa de perceber as suas ambições para o Giro d’Itália.

Domenico Pozzovivo é já um veterano, e se pensarmos na história desta corrida, ainda mais o é! O italiano vai para o seu 17º Giro, tendo corrido o seu primeiro em 2005, numa das 5 edições que não terminou. Nas 11 em que chegou ao fim, terminou sempre no top20, tendo integrado o top10 final por 7 ocasiões. O seu melhor resultado foi o 5º lugar, que alcançou por duas vezes, em 2014 e em 2018.

Para Pozzovivo, o último inverno foi bastante complicado. Depois de terminar o seu contrato com a Intermarché – Circus – Wanty, nenhuma equipa assinou de imediato com o veterano italiano. Na conferência, Pozzovivo admitiu que teve receio de ver a sua carreira terminar, mas continuou a treinar com o objetivo de alinhar agora em maio no Giro d’Italia. A porta abriu-se pela mão da Israel – Premier Tech, já no início de março, e assim o italiano garantiu o desejado contrato.

Apesar de ainda só ter competido na Coppi e Bartali e no Tour of the Alps, Pozzovivo encara o Giro com ambição. Em 2022, o oitavo posto na geral provou-se como um grande resultado, mas este ano Pozzovivo não olha com a meta de querer terminar em determinado lugar. Com a sua experiência, o italiano admitiu que quer fechar novamente nos 10 melhores, e que dará o seu melhor numa corrida que tanto lhe diz.

Pozzovivo foi também questionado sobre o jovem americano Matthew Riccitello, que fará a sua primeira grande volta. Para Pozzovivo, Riccitello tem um grande potencial e apresenta características muito similares às suas, pelo que será bom tê-lo ao seu lado e ajudá-lo a aprender. A proximidade entre os dois parece evidente, e quem sabe se não teremos em breve uma passagem de testemunho para o futuro.

Simon Clarke é também um dos nomes com mais experiência na equipa de Israel. Já com 36 anos, Clarke vai para a sua 17ª grande volta, mas tem somado um bom pecúlio de etapas. No Tour de France, venceu em 2022 a primeira em linha, tendo já também um contrarrelógio coletivo, enquanto na Vuelta a España soma já um par delas. No Giro, Clarke venceu apenas o contrarrelógio coletivo de 2015, e o foco para este ano passa por adicionar mais uma etapa ao seu currículo, agora em linha.

Em 2023, Clarke leva já um conjunto de bons resultados, com vários top10 e um top20 na Amstel Gold Race, provando assim atravessar um bom momento de forma. As etapas deste Giro têm vários dias ao encontro das suas características, podendo aproveitar um dia em fuga ou uma chegada em pelotão reduzido para fazer a diferença em dias acidentados que tanto gosta. O certo é que Clarke está motivadíssimo e quer entregar uma etapa à sua equipa.