De Bilbao a Paris, com ascensão ao vulcão Puy de Dôme, venha o Tour dos trepadores!
Na passada quinta feira foi apresentado o percurso da edição 110º da Volta a França de 2023, com a já conhecida, partida do País Basco, e entrada logo em França pelos Pirenéus. A grande novidade, é a adição da subida a Puy de Dôme, bem no centro do país, onde a corrida não passava há 35 anos.
A 1 de julho, bem logo no inicio do mês, o Tour arrancará com mais uma edição, que contará com 3404kms de percursos, partidas/chegadas em 12 cidades estreantes, 8 etapas de montanha, sendo que em 4 delas, a chegada será alto. Contrarrelógio, fico para o Giro, já que o Tour, terá 22kms de esforço individual e será uma cronoescalada, ou pelo menos o final será em subida.
A 110.ª edição da corrida arranca dia 1 de julho de Bilbau, em Espanha, decorrendo aí as três primeiras etapas, com os corredores a terem de passar por muita montanha, tendo apenas um contrarrelógio individual, de 22 quilómetros, na penúltima etapa. A chegada aos Campos Elísios, em Paris, está marcada para 23.
Christian Prudhomme, diretor da prova, sempre teve como objetivo poder ter uma chegada a Puy de Dôme e finalmente está ela no mapa. Uma estrada sempre com curvas, um ‘caracol’ com praticamente 12% de inclinação constante, que aos portugueses fará lembrar a senhora da Graça.
O Tour começa logo com dois dias de média montanha, pelas estradas habitualmente percorridas nas provas bascas, como a Volta ao País Basco e Clássica San Sebastian. O terceiro e último dia com partida em Espanha terá já chegada em território francês, mais concretamente nas belas praias de Bayonne, onde os sprinters terão a sua primeira oportunidade. A etapa do dia seguinte também deverá favorecer os homens rápidos, num final no circuito Circuit Paul Armagnac. Mas os dias “calmos” rapidamente se acabam. Os Pirenéus estão logo ali, com as etapas 5 e 6 a serem repletas de montanha, primeiro Col de Soudet (15,1kms a 7,2%) e Col de Marie-Blanque (7,7kms a 8,6%) e depois, o dia da primeira chegada em alto em Cuterets (16kms a 5,4%), com brinde em Col d’Aspin (12kms a 6,5%) e Tourmalet (17,1kms a 7.3%)
Antes do fim de semana Bordéus deverá dar a terceira oportunidade aos sprinters de brilharem e a chegada a Limoges, no sábado poderá alguns homens que gostam de fugas, tentarem a sua sorte, num dia para puncheurs brilharem. A longa primeira semana termina no regresso ao Puy de Dôme ao Tour, numa etapa com mais de 3500 m de acumulado.
Continuando no Maciço central francês, o pelotão regressará do primeiro dia de descanso com uma etapa para testar as pernas. A fuga deverá ter alguma liberdade de sair vitoriosa nesta chegada em Issoire. O dia seguinte com uma chegada à cidade Moulins terá os sprinters a discutir a etapa e a camisola verde. A etapa 12 será mais um dia de altos e baixos constantes que mais uma vez favorecerá os puncheurs. Daqui até ao dia de descanso, não haverá descanso. Três etapas de montanha, com o Dia da Bastilha da ser festejado com uma chegada ao alto do Grand Colombier (17,3kms, 7,1%). No dia seguinte, com 4200m de acumulado, a etapa terminará após uma rápida descida depois do pelotão trepar o Col de la Ramaz (13,9kms a 7,1%) e Col de Joux Plane (11,6kms a 8,5%). Dia seguinte já terá nova chegada em alto, desta em Saint-Gervais Mont-Blanc Le Bettex (7,2kms a 7,7%)
Segundo dia de descanso será para muitos um dia de treino na cabra para os únicos 22kms de contrarrelógio do Tour, que se corre no dia seguinte. A terceira semana terá logo de seguida montanha, com o grande dia de montanha desta edição. Um dia com mais de 5000 metros de acumulado e passagem pelo Col de la Loze (28,4 kms a 6%). A meta não será no final da subida, mas sim depois de uma ligeira descida de 5kms até chegar a rampa final de 18%!
Os sprinters que aguentarem estes dias duros, serão brindados com duas chegadas ao seu jeito. A chegada a Bourg-en-Bresse pode ser traiçoeira mas a chegada a Poligny será bem rápida. Para terminar bem o Tour, a organização preparou uma curta e dura etapa, com 133kms, mas com 5 contagens de montanha. A 21ª etapa, será a habitual etapa de chegada aos Campos Elísios, onde muda apenas a partida, que este ano será no velódromo de Saint-Quentin-en-Yvelines.