Que venha a Grandíssima!

Arranca amanhã a 82ª edição da grande festa do ciclismo nacional, a Volta a Portugal! Durante 11 dias de competição, as melhores equipas nacionais e muitas equipas internacionais de relevo irão discutir a cobiçada camisola amarela, numa fase em que o parcial regresso à normalidade deverá permitir a realização de uma Volta “à séria”. Todos desejamos que esta seja uma prova que celebra o ciclismo, com adeptos, calor, espetáculo, e muita emoção pelas estradas de Portugal!

O Percurso

Para a corrida de 2021, a organização selecionou um traçado com 1 prólogo e 10 etapas, que irá partir de Lisboa e terminar em Viseu e que ficará marcado por muita montanha!

A Grandíssima inicia-se com um prólogo de 5.4 km disputado na zona de Belém, junto ao Rio Tejo, num cenário emblemático da capital portuguesa. Os ciclistas irão partir da Praça do Jardim do Império, junto do Centro Cultural do Belém, seguindo para Este, rumo à ponte 25 de Abril, para depois voltarem ao local de partida.

Perfil do prólogo da Volta a Portugal

Segue-se depois a etapa 1, com uma ligação de 175.8 km, entre Torres Vedras e Setúbal. Como é habitual nas chegadas à cidade do Sado, a tirada ficará marcada pela subida ao Alto da Arrábida, que fará a seleção para a discussão da vitória.

Perfil da etapa 1

No dia seguinte, o pelotão irá partir de Ponte de Sôr e rumar a Norte, percorrendo 162.1 km até Castelo Branco, em novo dia de média montanha, desta feita com final em subida.

Perfil da etapa 2

Depois vem a etapa 3, uma das jornadas-chave da competição, com 170.3 km entre a Sertã e o alto da Torre da Serra da Estrela. O dia será de sobe e desce constante, antes da ascensão de categoria especial que levará o pelotão até ao ponto mais alto de Portugal continental.

Perfil da etapa 3

A 4ª etapa traz depois 181.6 km, com partida em Belmonte e chegada na Guarda, em mais um dia montanhoso, com um final em subida na cidade mais alta do País.

Perfil da etapa 4

No dia seguinte, teremos um cenário semelhante mas com um final ainda mais complicado, numa tirada de 171.3 km que sairá de Águeda e que irá terminar em Santo Tirso, na ascensão de 2ª categoria para o Santuário da Nossa Senhora da Assunção.

Perfil da etapa 5

Depois do dia de descanso, virá a etapa 6, com 182.4 km entre Viana do Castelo e Fafe, num dia aparentemente mais suave que os anteriores, mas onde não faltarão dificuldades. Este será mais um final ao jeito dos melhores puncheurs do pelotão.

Perfil da etapa 6

A 7ª etapa trará uma jornada de 193.2 km que irá ligar Felgueiras a Bragança, e onde o destaque será a longa subida para a Serra da Nogueira e a descida para a meta na capital de distrito mais a Norte do País.

Perfil da etapa 7

Depois virá a primeira de duas jornadas com final em alto que irão certamente revelar-se decisivas na luta pela amarela. Na etapa 8, os ciclistas partem de Bragança rumo a Montalegre e à Serra do Larouco, onde os aguarda uma difícil contagem de 1ª categoria!

Perfil da etapa 8

A etapa 9 reserva uma das míticas jornadas da Volta a Portugal, com um percurso que arranca de Boticas e atravessa 145.5 km até à icónica subida do Alto da Senhora da Graça, em Mondim de Basto. O estatuto de etapa rainha da prova costuma ser atribuído, normalmente, à etapa da Torre, no entanto, o dia da Senhora da Graça não pode ser menosprezado, uma vez que será aquele com mais contagens de montanha (5), sendo que duas delas serão de primeira categoria.

Perfil da etapa 9

O último dia de prova traz o habitual contrarrelógio individual, que regressa este ano à cidade de Viseu. O percurso de 20.3 km ficará marcado pela presença de muitas rotundas e por uma altimetria que não será completamente plana.

Perfil da etapa 10

Os favoritos

A startlist da Volta a Portugal 2021 será constituída por 18 equipas, incluindo um reforço de peso, graças à presença da Movistar Team, formação que integra o World Tour, escalão máximo do ciclismo mundial! Desde 2011 que uma equipa da primeira divisão do ciclismo internacional não vinha disputar a Grandíssima!

Além da principal equipa espanhola de ciclismo, irão marcar presença seis formações do escalão UCI Pro Teams: quatro espanholas (Caja Rural – Seguros RGA, Equipo Kern Pharma, Burgos – BH, e Euskaltel – Euskadi), uma belga (Bingoal Pauwels Sauces WB), e uma norte-americana (Rally Cycling).

Completam o pelotão da Volta outras 11 equipas do escalão continental, sendo nove delas portuguesas (W52 – FC Porto, Efapel, Atum General / Tavira / Maria Nova Hotel, Radio Popular Boavista, Tavfer – Measindot – Mortágua, Louletano – Loulé Concelho, Kelly / Simoldes / UDO, Antarte – Feirense, e LA Alumínios / LA Sport), uma israelita (Israel Cycling Academy), e uma britânica (SwiftCarbon Pro Cycling).

Apesar da forte concorrência nacional e internacional, a W52-Porto volta a apresentar-se como a formação teoricamente mais forte do pelotão e que deverá controlar a corrida em muitas ocasiões. O elenco da formação azul e branca é assombroso, encabeçado por três dos grandes favoritos à vitória final, eles que ganharam as últimas quatro edições da Grandíssima: Amaro Antunes, vencedor em 2020 e 2017 e que deverá ser o chefe de fila, Joni Brandão, campeão em 2018, e João Rodrigues, o melhor em 2019. Juntem-se ainda Ricardo Vilela, Ricardo Mestre (vencedor em 2011), e os velozes Daniel Mestre e Samuel Caldeira, para um verdadeiro “quem é quem” do ciclismo nacional da última década! Note-se que a W52 se dá ao luxo de deixar de fora o campeão nacional José Fernandes, já com muitos dias de competição nas pernas, abrindo caminho para homens mais frescos.

Na discussão com os homens da W52 deverão estar nomes como Frederico Figueiredo, da Efapel, ele que foi o mais forte no Troféu Joaquim Agostinho e que quererá certamente melhorar o 3º posto alcançado na Volta de 2020. A formação canarinha quer assumir-se como a grande rival da W52, apresentando um alinhamento forte, onde irá pontuar também António Carvalho, ele que fechou em 6º em 2020 e em 4º em 2019. A preencher as restantes vagas no “7” da Efapel estão nomes como Luís Mendonça, Rafael Reis, ou o regressado André Cardoso, além do homem do momento, Maurico Moreira, ele que pode surgir como um importante dark-horse, encontrando motivação nos bons resultados recentes, em particular a vitória na Volta ao Alentejo e o 3º posto na Vuelta a Castilla y Leon.

Na hierarquia do pelotão nacional segue-se a Rádio Popular Boavista, que irá apostar na liderança de João Benta e Luís Fernandes, numa formação que contará com uma interessante mistura entre juventude e muita experiência, com destaque para a que será conferia por nomes como Daniel Freitas ou Tiago Machado.

No rol de favoritos, refiram-se depois Joaquim Silva, da Tavfer-Measindot-Mortágua, Vicente García de Mateos, da Antarte-Feirense, Henrique Casimiro e Luís Gomes, da Kelly/Simoldes/UDO, e ainda a dupla de veteranos espanhóis da Atum General/Tavira, Gustavo Veloso e Alejandro Marque. Já no caso da formação do Louletano, dois nomes surgem com boas hipóteses de discutir um lugar de destaque entre os melhores da Volta: Roniel Campos e César Paredes.

Em relação às formações estrangeiras, o grande destaque vai, evidentemente, para a Movistar, embora a formação espanhola alinhe com um “7” sem nomes de grande monta. O mais forte da equipa espanhola e aquele que apresenta características mais à imagem da Volta deverá ser Sergio Samitier, um corredor que fez 13º no Giro 2020 e, mais recentemente, 6º na Settimana Ciclistica Italiana. Alguma expetativa também para o que irá fazer Abner González, ele que aos 20 anos é o atual campeão porto-riquenho de fundo e de contrarrelógio, tendo-se apresentado em bom nível na Vuelta a Castilla y Leon e no Circuito de Getxo, fechando top 5 em ambas as provas. Os restantes elementos trarão um misto de juventude e de veterania, tratando-se todos eles de elementos com inegável valor: Mathias Norsgaard, Juan Diego Alba, Lluís Mas, Héctor Carretero, e Juri Hollmann.

Outros nomes que poderão estar em destaque entre as equipas internacionais serão Jhojan García, da Caja Rural, e Gavin Mannion, da Rally Cycling.

Uma nota final para a presença de corredores como Jelle Vanendert, um habitué das grandes provas de ciclismo e que, aos 36 anos, será o capitão da formação belga da Bingoal.

Favoritos Ciclismo Mundial

⭐⭐⭐⭐⭐ Amaro Antunes
⭐⭐⭐⭐ Joni Brandão e João Rodrigues
⭐⭐⭐ Frederico Figueiredo, António Carvalho, e João Benta
⭐⭐ Luís Fernandes, Joaquim Silva, Vicente García de Mateos, e Henrique Casimiro
⭐ Gustavo Veloso, Alejandro Marque, Roniel Campos, César Paredes, Sergio Samitier, Abner González, Jhojan García, Mauricio Moreira, Gavin Mannion, Luís Gomes

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